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terça-feira, 6 de outubro de 2020

A ÉPOCA DE MICAEL

Micael é o arcanjo que rege o nosso tempo. Ele ficou conhecido popularmente como um guerreiro destemido e valente. Ele representa o bem, cheio de coragem e fé. É aquele que luta contra o mal, muitas vezes representado por Satanás, Lúcifer e o dragão.

Esta luta entre o bem e o mal, luz e trevas, existe desde os princípios da humanidade, mas ela existe principalmente dentro do próprio homem, dentro de cada um de nós.

O homem que busca a verdade precisa travar muitas lutas consigo próprio e é a partir daí que surge a superação, a luz. E porque vivemos numa época materialista e difícil, Micael nos traz uma nova perspectiva de guerreiro, a consciência.

Ter consciência e presença. Precisamos saber exatamente contra quem estamos lutando, com que armas e para quê.  E é assim, através dessa imagem de coragem e de fé e do agir consciente, que podemos buscar a transformação.

Seria inocente pensar só no mal puro e simples que alguém pode oferecer. O mal tem várias facetas. Os dragões estão em toda parte, dentro e fora do homem. Estão nas relações competitivas, na falta de tempo, nas discriminações sociais e raciais, no dinheiro que compra tudo, nas máquinas, nos agrotóxicos... Em tudo que torna o homem um ser pequeno e sem vontade própria. Sem falar no que temos dentro de nós, o egoísmo, a vaidade, o orgulho, a ganância, covardia, hipocrisia... E tudo mais que desqualifica a alma humana.

Lutar contra esses dragões é a sina do homem moderno.

Importante notar que não matamos o dragão, mas o dominamos. Em todas as histórias é o que se mostra. Mas isso é obvio! Porque não podemos aniquilar os problemas, mas sim afastá-los, resolvê-los, mas não posso fingir que não existem. É preciso dominá-lo, subjugá-lo a nossa própria vontade. O dragão deve ser colocado aos meus pés, sob meu domínio. O homem é um ser possuidor de vontade e quando souber fazer uso dela é que poderá crescer espiritualmente.

Assim, as histórias que trazemos para as crianças nesta época têm mais a dizer aos adultos que precisam reaprender a ter coragem e fé nos desígnios celestes. As crianças percebem de pronto a imagem do príncipe que não é orgulhoso e se coloca por vontade própria a ajudar, mas que pede ajuda celestial. A princesa representa a fragilidade que inspira a coragem. As imagens são claras e ensinam. Só quando o homem imbuído de força de vontade, que tem como objetivo uma causa justa, e que ergue seus pensamentos a Deus, é que dos mundos espirituais recebe forças necessárias para empreender a luta. E Micael é o representante dessas forças.

Para as crianças tudo vem com imagem e brincadeira, e chega a elas pelas vivências e histórias, a coragem e a fé, que são dois sentimentos necessários para cada um cumprir seu destino. Esse conteúdo dá força para enfrentarem o mundo presente e faz crer que as respostas existem em algum lugar, pois é certo que nós adultos não temos a resposta pra tudo. Isso dá à criança a noção de grandeza e sabedoria em tudo que diz respeito ao homem. Cultivando essa coragem e confiança é que colheremos os melhores frutos no futuro.

E nós, adultos, devemos fazer as perguntas que nos levam ao domínio que almejamos, aquele que devemos vencer em nós para que possamos ser conscientes dos nossos atos e senhores de nós mesmos sem medo. É a nossa busca. É o dragão que vencemos em nós. Vencemos o dragão da preguiça, do pensar difícil, do medo do desconhecido, da falta de serenidade. Será a espada da consciência que nos ajudará a vencer. A achar força para controlar a situação e buscar o melhor caminho. Será a capacidade de agir conscientemente na hora certa.

Cada um de nós é chamado a participar na luta para a dignidade humana, na luta do humano contra o sub-humano.

Devemos, assim, iluminar pelas forças do pensar, tudo que há de escuro em nós. Não deixarmos nos enganar pelas situações e por aqueles que querem o nosso mal, mas sim sermos senhores de nossos próprios destinos.

Carla Guedes – Professora de Classe da Escola Waldorf Francisco de Assis

domingo, 27 de setembro de 2020

MICAEL ARQUEU

 

Vamos celebrar agora dia 29 de Setembro o dia Arcanjo Micael, que agora como regente da nossa Época está elevado a condição de Arqueu, com a missão de conduzir toda a humanidade no Planeta Terra.

Micael é um arqueu cosmopolita e que traz, quando da sua regência, como qualidade a integração entre os povos, hoje chamamos de globalização, para que as pessoas cada vez mais não sintam pertencentes a um povo, raça, família, são cidadãs do mundo e  assim se  reconhecerem como irmãos em uma mesma comunidade.

Hoje, queridos amigos, estamos sob a influência de uma força adversa liderada por Ahriman, com toda a sua tecnologia fria, e tem como objetivo plantar no coração humano o materialismo, a existência somente do corpo físico, que o pensamento tem que ser frio, linear, abstrato e solitário e totalmente apartado do mundo espiritual.

E as suas tentações são grandes, seus argumentos a uma primeira visão parecem totalmente verdadeiros, mas temos que ter consciência que essa visão materialista da humanidade e do mundo é uma ilusão, Maya.

Mas diante desta influência tão avassaladora destas forças não regulares, temos a atuação do Arqueu Micael no sentido contrário, ele nos observa e nos inspira a ter a coragem de  fazer, com consciência e liberdade, uma aliança verdadeira com ele, com ser da Sophia Cósmica e com o Cristo, e ter a plena certeza dentro do nosso coração que, somos seres eternos, espirituais. Mas como fazer essa união? E como combater a atuação Ahrimanica em nós e no mundo?

Através da formação de uma comunidade empenhada em fazer o bem, em Amor e Liberdade, de forma altruísta entre os membros, ali então forma-se um cálice onde, algo novo pode acontecer, a vinda de um Ser Espiritual Superior que derrama para dentro do cálice a força e auxílio necessários e suficientes para combater o mal que vive em nossos pensamentos, sentimentos e ações, e assim a combater as tentações Ahrimanicas pelo mundo.

As comunidades Antroposóficas são um grande exemplo dessa realidade, como os Grupos de Estudos, os Ramos das Sociedades Antroposóficas espalhados ao redor do mundo e a Classe da Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito.

E hoje durante a pandemia, quando fomos obrigados a ficarmos isolados, aparentemente solitários, Micael vem e nos intui a usar uma ferramenta fria criada por inspiração de Ahriman, a Internet,   e criamos os Grupos de Estudos Virtuais com pessoas que estão ao redor do Mundo, mas todas com o mesmo pensamento, sentimento e ação,  participar de uma Comunidade do Bem, contribuir mesmo que isolado em sua cas, com um estudo edificante que não só, nos fortalece, como auxilia os Seres das Hierarquias Superiores através de nós,  a continuarem atuando no sentido da Evolução da Humanidade.

Micael espera sempre de nós uma atuação na direção do Bem, ele não fala nada, porque estamos na Época da Alma da Consciência e nossos atos são praticados em Liberdade, mas está sempre nos observando atento, pois todas as noites somos guiados pelo nosso Anjo Guardião para o mundo espiritual, somos tocados pelas Asas de Micael, que nos convida a agir para a construção de um futuro coerente com a Meta dos Deuses, não só para nós, mas para toda a humanidade. Rudolf Steiner nos deixou um verso para ser meditado toda a noite, e outro verso para toda manhã, para que durante o dia nosso atuar  possa estar em consonância com os desígnios Divinos.

 

Antes de deitar:

“Carrego meu pesar ao sol poente,

Coloco minhas preocupações em teu colo resplandecente.

Purificadas em tua luz

Transformadas por teu amor,

Que elas me retornem

Como pensamentos que auxiliem

Como forças para um agir alegre,

Disposto ao sacrifício”

Para o amanhecer:

“Oh, Michael

À tua proteção eu me recomendo,

À tua direção eu me uno

A partir da força do meu coração.

Que este dia se torne uma imagem da tua vontade que ordena o destino”

Mas quando acordamos todas as manhãs estamos realmente despertos? Ou voltamos para o mundo material com dúvidas e medos?

Ora, o Arqueu Micael é um Ser Espiritual dotado de coragem e disposto a derramar essa coragem em nossos corações para o nosso atuar diário, sem medo do que vier em nossa direção, seja para o bem ou para o mal, porque estamos unidos a ele.

Ele também nos auxilia para que não caiamos nas tentações das ilusões  Ahrimanicas, que hoje são  tão bem colocadas pelos meios de comunicação, como o medo de tudo, porque o medo muitas vezes nos paralisa e deixamos de agir  em momentos que eram necessários o nosso atuar para o bem. 

Rudolf Steiner também deixou para nós um verso para fortalecer, não só a união com Micael, como também a nossa coragem.

Se nos dedicarmos ao Estudo da Ciência Espiritual, se praticarmos a Meditação aquietando a mente por alguns minutos diariamente para nos conhecer profundamente, a fim de mudarmos hábitos não mais adequados para a nossa Época, isso vai nos fazer cada vez mais fortes, decididos e corajosos.

E a partir das atividades acima, partirmos para a Ação do Bem no Mundo com coragem, essa ação pode ter seu início no nosso próprio entorno, como também, uma ação em direção à União ao Arqueu Micael, a Sophia Cósmica e principalmente ao Ser Solar Maior, o Cristo Jesus, que há dois mil anos habitou a Terra e deixou o ensinamento do caminho que devemos seguir, agora em Amor e Liberdade.

Estimados leitores, convido-os a fazer, nessa Época de Micael, a Oração da Pedra Fundamental, para que todos nós unidos através dessa Oração possamos formar, ainda que discreta, uma comunidade do Bem, e que a nossa Oração sincera e conjunta seja elevada até o Arqueu Micael, como uma singela contribuição para a sua Celebração ao redor do Mundo.

"Na virada dos tempos

Entrou a luz do espírito do Cosmo

Na corrente terrestre do ser

Treva da noite deixara de imperar

A clara luz do dia resplandeceu nas almas dos homens

Luz que aquece

Os pobres corações de pastores

Luz que ilumina

As sábias cabeças de reis

Luz divina

Cristo Sol

Aquecei nossos corações

Iluminai nossas cabeças

Que se torne bom o que nós com o coração queremos fundar

O que nós a partir da cabeça com metas seguras queremos guiar"

R. Steiner

 

RITA PAULA WEY NUNES DA COSTA

sábado, 19 de setembro de 2020

A SENDA DO BACON ORGÂNICO Os 300 que habitam em mim saúdam os 300 que habitam em você

 

Há alguns anos fui conhecer a escola Waldorf de Nova York e fiquei hospedado na casa de uma amiga. A casa ficava, coincidentemente a apenas algumas quadras da escola e, sempre que podia, essa minha amiga me dizia:

- Quero levar você a um restaurante de comidas orgânicas.

Em minha imaginação aparecia um restaurante vegetariano, com ex-hippies cabeludos vestindo camisetas de tie dye, lojinha de artigos indianos no canto, cheiro de incenso, folhetos de aulas de yoga. No cardápio bardana, arroz integral, vegetais etc. O pacote completo da minha ideia já solidificada, de meu preconceito.

O tempo foi passando e perto de minha partida minha amiga quis me levar ao tal restaurante orgânico. Para meu espanto, entramos em uma hamburgueria moderna, com várias máquinas de cerveja artesanal, cheiro de carne, batatas fritas, cebolas fritas e porções de bacon. Um pacote que não combinava com minha fantasia. Achei que ela tinha mudado de ideia e falei do tal orgânico de que ela sempre falava e tinha me deixado curioso.

-Mas é esse, aqui é tudo orgânico, a cerveja, a carne, o bacon...

Rimos.

O evento me marcou e desde então tenho inventariado situações que trazem em si aparentes contradições mas que podem conviver muito bem se as aprofundarmos um pouco. Estamos acostumados com certos pacotes e quando os pacotes vem em combinações diferentes estranhamos, mesmo que não tenhamos nada contra nenhum deles. Já encontrei rap evangélico, heavy metal católico, skatistas cristãos, grupo de antropósofos motociclistas fãs de Harley Davidson, viola caipira tocando chorinho, funk evangélico, movimento de índios gays bolivianos etc. Se achar mais algum me avise!

Tenho usado a ideia do bacon orgânicocomo modelo de convivência e de surpresa agradável. Acho que no mundo atual, dos homens partidos do Drummond, dos homens ocos do T.S. Eliot estamos precisando nos abrir para novas combinações, por mais estranhas e curiosas. Precisamos nos lembrar do Mário de Andrade que nos conta que somos (...) trezentos, trezentos e cinquenta”.

No nosso mundo superficial e dualista, de alinhamentos automáticos, de presunções e preconceitos, de violências e falta de escuta eu quero descobrir os trezentos, trezentos e cinquenta de mim e dos que me rodeiam. Talvez este seja nosso desafio de Micael nesta época de recolhimento, em que temos menos contato ainda com o outro. Nesta época em que o outro se resume a um pequeno quadradinho bidimensional que engasga, some de repente e perde muito de sua humanidade.

Meu refresco de alma é que todos percebem a grandeza do encontro, do abraço, dos trezentos que há em mim e nos trezentos que há no outro. Tomara que a Senda do bacon frito” consiga nos despertar para a riqueza de nós mesmos e dos outros.


Daniel Kulaif
prof. de classe do colégio waldorf micael de sp desde 2006

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

CORAGEM E BRAVURA

 


A palavra CORAGEM vem do latim, CORATICUM. 'Cor' significa coração e 'aticum' significa ação. Portanto, numa tradução literal, coragem significa "ação do coração".

Ponderar, do latim 'ponderare', é pesar, atribuir peso até equacionar as medidas, equilibrando-as. 

Assim, não é o espírito que deve estar a serviço do coração. Mas o contrário. É o coração que deve estar a serviço do Espírito.

Se colocarmos nosso espírito a serviço do nosso coração, podemos incorrer em erros, enganos, cegueira emocional. O mesmo ocorre se colocarmos nossa vontade à serviço do coração. 

Mas se ao contrário, colocarmos o nosso coração a serviço de nosso espírito ou força espiritual, teremos firmeza de espírito diante de uma situação difícil. Podemos depositar amor aos nossos pensamentos e ideias, deixando que esse amor seja ao mesmo tempo direcionado por um espírito guiado por sabedoria, o mesmo ocorrendo com a nossa vontade, que deve ser disciplinada e ponderada  pelo espírito ao receber a coragem do coração.

Amor e coragem. Dois sentimentos genuinamente gerados do coração, mas que não se confundem com o coração, que é instrumento, logo não são  sinônimos. Pois o mesmo coração que gera amor e coragem, também gera o ódio e o medo.

Tudo o que gera, vive por si mesmo, em plena potência. É potência em si. E tudo que é potência nasceu para continuar gerando, doando e servindo. Por isso o coração está no meio. Para doar-se e servir ao espírito e à vontade. É potência e tudo que é imanente, dá, doa e gera abundantemente. O que nosso coração  tem gerado abundantemente ao nosso espírito e vontade nesses tempos difíceis? 

O coração não manda. O coração serve. Onde o coração mandar, é porque deixou de servir. E um coração que não sirva aos outros, perde sua potência e seu sentido de existir. Um coração só deixa de servir, quando deixa de bater. 

Um bom líder não manda com o coração. Mas serve com o coração e lidera com o espírito ponderado, aquecido no amor e na coragem de fazer e realizar o que é preciso. 

Coragem é a ação do coração que não manda, nem ordena, mas transforma-se em energia, que é recebida e direcionada pelo Espírito. E um Espírito pleno de amor e coragem sabe o que fazer.

Já a palavra "bravura" vem do latim 'barbrus', de bárbaro. Barbárie é algo ocasiado por selvageria, ausência de razão ou direção espiritual, força irracional ou não ponderada pelo Espírito.

Bravura vem do corpo, é força física, que prescinde da direção do Espírito.

Quando você toma coragem é  porque você já se convenceu em espírito e coração, que precisa fazer algo. A coragem, energia do coração, 'ativou' o espírito a raciocinar, ponderar e a direcionar sua vondade. E um espírito elevado em amor e coragem torna-se o Espírito que verdadeiramente conduz e direciona sabiamente a vontade.

 

IRA E ÓDIO

 

A irá é pontual. Ela vem e vai rápido e dura apenas o necessário.

O ódio permanece, ocupa tempo e espaço. É alimentado.

A ira é potência. Ela destrói para transformar, é ativa. O ódio é impotência. Ele se alimenta da impotência diante de algo, que ele julga precisar ser transformado, mas não possui a coragem ou a capacidade para o fazer.

A ira é sempre impetuosa, mas corajosa, requer coragem. O ódio é sempre silencioso e covarde. E sendo covarde, apoia-se no medo.

A imagem de um anjo  empunhando uma lança é um chamado contra a covardia do ódio, da intolerância e do medo que o ódio impõe. 

A ira pode ser dos anjos, daqueles que se elevam para harmonizar ou equacionar as forças, não no grau racional dos homens, mas em potência ou consciência ativa. Porém, não o ódio. 

O ódio é sempre dos anjos caídos, amedrontados, sem consciência e acovardados, que passam anos alimentando sua impotência, envenenando almas através do medo e  atuando na sombra da sua covardia.

Nunca a coragem ou "cor actus", a ação do coração, foi tão necessária como antídoto ao ódio, quanto agora, nesses tempos sombrios que estamos vivendo. 

O mundo sempre nos exigiu coragem e de vez em quando alguma ira. Mas  desconfie de quem só dissemina medo ou o seu ódio e intolerância, amparados na sua eterna impotência cognitiva e espiritual de transformar as coisas.

 

 A ESPADA E A BALANÇA

 

Na Idade Média 90% da população no mundo todo  não sabia ler ou escrever. No início do século XX esse índice ainda era de 70%. Um índice altíssimo, mesmo passados cinco séculos. 

Imaginemos um mundo onde a maioria da população não domina a leitura e a escrita. Como ensinar valores morais ou espirituais? Muitas vezes a palavra oral falhava; as pessoas, sem instrução, não compreendiam muitas palavras, que não eram do seu uso ou domínio no dia a dia.

Por isso a religião recorreu às imagens. Era mais do que uma suposta idolatria ou valorização da Arte como forma de lapidar as almas. Era também um modo de dizer. Daí tanta pintura sacra, representando santos e suas virtudes, especialmente numa igreja, cujas missas eram rezadas em latim, uma língua morta em meio a diferentes línguas, dialetos e idiomas e que só deixaram de ser rezadas em latim em 1960. 

Como representar então a coragem e a justiça, sem o uso das palavras? 

Para a coragem, a imagem da espada. Para a justiça a imagem da balança. Assim que toda uma iconologia ou iconoclastia foi criada pelas religiões mas, na medida em que as pessoas foram se letrando, sofisticando o pensamento por meio da aquisição da leitura e da escrita, essas imagens perderam seu sentido latente.

Hoje nosso grande desafio é transformar essas imagens em consciência ativa, com presença e força de Espirito, aquecidas por um coração amoroso e que disciplinem nossa vontade para um atuar pleno de sentido humano. 

Débora Martins

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Ser Solar - Micael


Para levar o Impulso da Antroposofia para o Mundo é necessário por parte dos antropósofos muita coragem e também humildade para pedir auxílio para o mundo espiritual, e assim resolvi escrever esse texto sobre o Arqueu Micael, ser pertencente às hierarquias angelicais, que nos ajuda com a tarefa acima, agora no fim da época da sua Festa deste ano.
Arqueu Micael, regente do Planeta Terra da nossa época, quinta época Pós-Atlântica, a Alma da Consciência, desde o ano de 1879, que é representado através de uma imagem de um Anjo guerreiro com o dragão sob seus pés, dominado, e, em uma das mãos a lança e na outra mão, uma balança.
O que isso significa nos dias atuais?
Todos nós vemos hoje no mundo muito egoísmo nas relações humanas, a ciência natural como regra, máquinas executando trabalhos, que antes eram executados por pessoas, teses negando a existência do espiritual em nós e no mundo, meios de comunicação passando as “fake-news”, assim podemos dizer que, essas situações apontadas acima, são os nossos dragões modernos, todos nós estamos sob as influências Luciféricas-Arimânicas.
Por isso urge no Mundo que, nós, como também o maior número de pessoas, deixemos ser permeados pela influência benéfica, positiva e corajosa do Ser Solar Micael, afim de que,  nossos atos estejam a serviço das hierarquias regulares, e ainda mais a serviço de promover os ensinamentos deixados pelo Ser Solar Maior, o Cristo.
Hoje, como Micael, também temos que dominar estes dragões modernos, os deixando também aos nossos pés, mas para isso temos que ter coragem, para enfrentar tudo que vem ao nosso encontro sob a influência das forças adversas, coragem para dizer não ao caminho mais fácil e inconsciente, desprezando valores morais e éticos com o objetivo de obter uma felicidade passageira ou facilidade momentânea. Padre Fábio de Melo nos diz: “Muitas vezes nós trocamos preciosidades por desimportâncias.”.
Cada vez mais, somos convidados a agir no mundo com consciência, acordados, e sob a influência de Micael, para a prática de atos cada vez mais humanos, sem violência, respeitando a todos os seres da Terra, sejam eles: humanos, animais, vegetais, minerais e elementares, nossos atos devem ser mais éticos e morais em todos os âmbitos da nossa vida e, de um modo maior observando em cada ato praticado a Lei deixada pelo Cristo: “Ame a Deus e a teu próximo como a ti mesmo”, em liberdade”.
Aí está a balança de Micael, ele não nos obriga a nada, vivemos em liberdade, ele somente carrega a balança, sob o seu olhar atento, e com ela,  Micael pesa os nossos atos, se estão de acordo com as metas de desenvolvimento da humanidade,  ou não, segundo as hierarquias superiores.
Como diz o verso de Micael deixado por Steiner, “Temos que erradicar da alma do todo o medo e terror que o futuro possa trazer ao homem.”... ”Em verdade nada terá valor, se a coragem nos faltar. Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior todas as manhãs e todas as noites.”
Assim, é necessário e urgente nossa aliança com o impulso micaélico para a atuação no social, temos que estar em harmonia com o guia da humanidade, pedindo a ele, sempre, coragem e sabedoria no agir, com a finalidade de contribuir para o bem, e assim para a evolução da humanidade que somos todos nós.
Sergei Prokofieff em seu livro sobre a vida de Rudolf Steiner escreve com muita propriedade sobre o tema: “Em nossa época, Micael atua dentro da esfera terrestre com a qual se uniu em 1879 influenciando os acontecimentos terrestres entre os homens, especialmente no âmbito social. Nessa esfera se realiza a luta de Micael com o dragão, da qual agora também os homens têm de participar, pois vivemos na época da liberdade e o resultado dessa luta está em primeiro lugar, nas mãos do homem. Por isso, em nossa época da liberdade é importante reconhecer o motivo pelo qual a situação se tornou crítica e devemos nos conscientizar com a máxima seriedade de que não só os homens dependem dos deuses, mas também os deuses dependem dos homens.”.
Com a influência Luciférica-Arimânica sobre o homem, sobre os meios de comunicação, indústrias, políticas públicas, escolas, temos cada vez mais de nos unir a este Ser Solar, e prestar um serviço  para o  que é bom, belo e verdadeiro, através das nossas atitudes.
E que esse nosso atuar no mundo seja para o progresso de toda a humanidade.
Pedindo auxílio, coragem e o discernimento necessários para trilhar o caminho do meio deixado pelo Cristo, mas sempre sob a proteção e o impulso dele, Micael.
Para finalizar, eu coloco sempre para ilustrar o texto, uma poesia contemporânea.

A Palavra - Chimarruts

Somos guerreiros sem armas
Usamos apenas a palavra
Que vem como fogo do céu
Que vem como a força do mar
Que brilha feito a luz do sol
Impossível de se apagar.
Nossa missão: pregar a paz, felicidade e o amor
Alegria em todo lugar
E fé no Criador
Por isso é preciso coragem
Sabedoria e ter humildade
Ser puro de coração
Dar o braço a quem pede a mão.
Sim, eu sei que virão dificuldades
Mas existe alguém que toma conta de nós
Derrubar mentiras e vaidades
Mostra ao mundo o caminho da verdade.
"Há mais de 2.000 anos nascia um Homem
Que dividiu pensamentos e sentimentos
Príncipe da Paz, que veio à terra pregar o Amor
Jamais usou a força para dizer quem era,
Usou apenas a palavra."

Rita Paula Wey Nunes da Costa


sábado, 24 de agosto de 2019

Meu bem, meu mal


Estamos chegando à época de Micael. E, nesse momento, somos levados a nos deparar com a reflexão sobre a luta com o dragão.

'Dragão é uma feliz imagem encontrada por Lex Bos para referir-se às ameaças' com as quais nos deparamos que nos impedem ou dificultam realizar o que é necessário.

Por isso mesmo, esta época nos convida a refletir mais sobre nossa coragem para enfrentar as batalhas internas e externas com o mal.
E o que podemos reconhecer como 'mal'?
Como diz uma velha máxima: o mal é o bem no lugar e hora inadequados. E, exemplificando: "imaginemos estarmos lidando com um excelente pianista e um excelente técnico de piano, ambos perfeitos a seu modo. (...) Se, porém, o técnico se pusesse a martelar na sala de concertos em lugar do pianista, estaria então no lugar errado. O Bem se converteria, assim, no Mal." (O Maniqueísmo, R.Steiner)
Por si só, essa, parece ser, uma maneira desafiadora de olhar para o mal.
Por isso trarei outros exemplos, como uma certa história em que um reino vivia ameaçado por um dragão que surgia de tempos em tempos. Como ele já era esperado e temido, trataram de construir abrigos para se proteger das labaredas, que no entanto, continuava  incendiando toda sua produção, impedindo-os de progredir. Surge, então, um valente cavaleiro disposto a acabar com o problema. E, entre as voltas que dá, ele consegue um acordo com o dragão, e a partir daquela data, ao invés de incendiar aleatoriamente, o dragão - que também tinha seus problemas -  focará suas labaredas no lixo do reino, que então vê duas questões solucionadas e depois disso o reino prosperou por muitos e muitos anos.
Além desse exemplo, vamos lidar com aquele conto que diz que um sábio, pede ao seu discípulo,  depois de visitar uma família pobre, que, parcamente, se mantinha  com a produção do leite de sua vaca, que a jogasse no precipício. Algum tempo depois o discípulo volta para verificar a situação da família e percebe que após a 'perda' da vaca, a família buscou novas alternativas e conquistou melhores condições de vida.
Quais são as perguntas que podem surgir dessas passagens sobre o 'mal' ?
Nossa jornada está repleta de desafios a serem transpostos, enfrentados e superados.
A luta entre o Bem e o Mal é uma história muito antiga e, para tornar mais leve, embora não menos profunda, podemos resgatá-la em vários contos, como os de fadas,  e através da leitura ou contação dessas histórias,  darmos a oportunidade para atuar sobre áreas sensíveis do nosso Ser, trazendo o fortalecimento interno, sutil e eficiente, para encarar essas batalhas e superá-las.
Embora nossa maior facilidade seja reconhecer o mal no outro, do lado de fora, nas injustiças que sofremos, para além de nós, não podemos fechar os olhos para aqueles dragões adormecidos no mais íntimo do nosso ser, que embotam nossos sentidos e percepções e sabotam nosso desenvolvimento.
Quando nos colocamos à mercê dos acontecimentos, 'se deus quiser', 'se tiver sorte', 'se o fulano mudar de ideia', 'se beltrana mudar seu ponto de vista', 'se cicrano não tivesse feito'... nos colocamos num lugar impotente, ou seja, sem a potência da transformação. Isso não quer dizer que temos condições de mudar o mundo, mas temos a potencia de transformar como ele chega até nós. Temos a possibilidade de extrair dessas vivências algo que nos fortaleça.
Não vamos fazer de conta que o mal não existe, que forças adversas são fáceis de lidar. E, por isso mesmo, precisamos de coragem para enfrentar esse assunto.
Como podemos fortalecer nossa coragem?
Aprender a lidar com o que há de sombrio em nós para que cada vez estejamos mais corajosos para enfrentar o externo talvez seja a construção que nos torne capaz de pensar o bem, sentir o bem e fazer o bem para criar um mundo com menos violência, menos intolerância, mais respeito, mais solidariedade, mais compaixão, mais amor. 
Afinal, todos ansiamos que essa centelha luminosa e calorosa do amor seja cada vez mais presente e próxima. E somos responsáveis pela criação dessa oportunidade. 

Olivia R S Gonzalez
aconselhadora biográfica, terapeuta corporal e terapeuta floral.

Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

Iniciativas Antroposóficas na ZN

Escola Waldorf Franscisco de Assis (11) 22310152 (11) 22317276 www.facebook.com/EscolaWaldorfFransciscoDeAssis

Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta (PMPSSV)

Casa da Antroposofia ZN Rua Guajurus, 222 Jardim São Paulo (11) 35699600