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terça-feira, 6 de outubro de 2020

A ÉPOCA DE MICAEL

Micael é o arcanjo que rege o nosso tempo. Ele ficou conhecido popularmente como um guerreiro destemido e valente. Ele representa o bem, cheio de coragem e fé. É aquele que luta contra o mal, muitas vezes representado por Satanás, Lúcifer e o dragão.

Esta luta entre o bem e o mal, luz e trevas, existe desde os princípios da humanidade, mas ela existe principalmente dentro do próprio homem, dentro de cada um de nós.

O homem que busca a verdade precisa travar muitas lutas consigo próprio e é a partir daí que surge a superação, a luz. E porque vivemos numa época materialista e difícil, Micael nos traz uma nova perspectiva de guerreiro, a consciência.

Ter consciência e presença. Precisamos saber exatamente contra quem estamos lutando, com que armas e para quê.  E é assim, através dessa imagem de coragem e de fé e do agir consciente, que podemos buscar a transformação.

Seria inocente pensar só no mal puro e simples que alguém pode oferecer. O mal tem várias facetas. Os dragões estão em toda parte, dentro e fora do homem. Estão nas relações competitivas, na falta de tempo, nas discriminações sociais e raciais, no dinheiro que compra tudo, nas máquinas, nos agrotóxicos... Em tudo que torna o homem um ser pequeno e sem vontade própria. Sem falar no que temos dentro de nós, o egoísmo, a vaidade, o orgulho, a ganância, covardia, hipocrisia... E tudo mais que desqualifica a alma humana.

Lutar contra esses dragões é a sina do homem moderno.

Importante notar que não matamos o dragão, mas o dominamos. Em todas as histórias é o que se mostra. Mas isso é obvio! Porque não podemos aniquilar os problemas, mas sim afastá-los, resolvê-los, mas não posso fingir que não existem. É preciso dominá-lo, subjugá-lo a nossa própria vontade. O dragão deve ser colocado aos meus pés, sob meu domínio. O homem é um ser possuidor de vontade e quando souber fazer uso dela é que poderá crescer espiritualmente.

Assim, as histórias que trazemos para as crianças nesta época têm mais a dizer aos adultos que precisam reaprender a ter coragem e fé nos desígnios celestes. As crianças percebem de pronto a imagem do príncipe que não é orgulhoso e se coloca por vontade própria a ajudar, mas que pede ajuda celestial. A princesa representa a fragilidade que inspira a coragem. As imagens são claras e ensinam. Só quando o homem imbuído de força de vontade, que tem como objetivo uma causa justa, e que ergue seus pensamentos a Deus, é que dos mundos espirituais recebe forças necessárias para empreender a luta. E Micael é o representante dessas forças.

Para as crianças tudo vem com imagem e brincadeira, e chega a elas pelas vivências e histórias, a coragem e a fé, que são dois sentimentos necessários para cada um cumprir seu destino. Esse conteúdo dá força para enfrentarem o mundo presente e faz crer que as respostas existem em algum lugar, pois é certo que nós adultos não temos a resposta pra tudo. Isso dá à criança a noção de grandeza e sabedoria em tudo que diz respeito ao homem. Cultivando essa coragem e confiança é que colheremos os melhores frutos no futuro.

E nós, adultos, devemos fazer as perguntas que nos levam ao domínio que almejamos, aquele que devemos vencer em nós para que possamos ser conscientes dos nossos atos e senhores de nós mesmos sem medo. É a nossa busca. É o dragão que vencemos em nós. Vencemos o dragão da preguiça, do pensar difícil, do medo do desconhecido, da falta de serenidade. Será a espada da consciência que nos ajudará a vencer. A achar força para controlar a situação e buscar o melhor caminho. Será a capacidade de agir conscientemente na hora certa.

Cada um de nós é chamado a participar na luta para a dignidade humana, na luta do humano contra o sub-humano.

Devemos, assim, iluminar pelas forças do pensar, tudo que há de escuro em nós. Não deixarmos nos enganar pelas situações e por aqueles que querem o nosso mal, mas sim sermos senhores de nossos próprios destinos.

Carla Guedes – Professora de Classe da Escola Waldorf Francisco de Assis

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

CORAGEM E BRAVURA

 


A palavra CORAGEM vem do latim, CORATICUM. 'Cor' significa coração e 'aticum' significa ação. Portanto, numa tradução literal, coragem significa "ação do coração".

Ponderar, do latim 'ponderare', é pesar, atribuir peso até equacionar as medidas, equilibrando-as. 

Assim, não é o espírito que deve estar a serviço do coração. Mas o contrário. É o coração que deve estar a serviço do Espírito.

Se colocarmos nosso espírito a serviço do nosso coração, podemos incorrer em erros, enganos, cegueira emocional. O mesmo ocorre se colocarmos nossa vontade à serviço do coração. 

Mas se ao contrário, colocarmos o nosso coração a serviço de nosso espírito ou força espiritual, teremos firmeza de espírito diante de uma situação difícil. Podemos depositar amor aos nossos pensamentos e ideias, deixando que esse amor seja ao mesmo tempo direcionado por um espírito guiado por sabedoria, o mesmo ocorrendo com a nossa vontade, que deve ser disciplinada e ponderada  pelo espírito ao receber a coragem do coração.

Amor e coragem. Dois sentimentos genuinamente gerados do coração, mas que não se confundem com o coração, que é instrumento, logo não são  sinônimos. Pois o mesmo coração que gera amor e coragem, também gera o ódio e o medo.

Tudo o que gera, vive por si mesmo, em plena potência. É potência em si. E tudo que é potência nasceu para continuar gerando, doando e servindo. Por isso o coração está no meio. Para doar-se e servir ao espírito e à vontade. É potência e tudo que é imanente, dá, doa e gera abundantemente. O que nosso coração  tem gerado abundantemente ao nosso espírito e vontade nesses tempos difíceis? 

O coração não manda. O coração serve. Onde o coração mandar, é porque deixou de servir. E um coração que não sirva aos outros, perde sua potência e seu sentido de existir. Um coração só deixa de servir, quando deixa de bater. 

Um bom líder não manda com o coração. Mas serve com o coração e lidera com o espírito ponderado, aquecido no amor e na coragem de fazer e realizar o que é preciso. 

Coragem é a ação do coração que não manda, nem ordena, mas transforma-se em energia, que é recebida e direcionada pelo Espírito. E um Espírito pleno de amor e coragem sabe o que fazer.

Já a palavra "bravura" vem do latim 'barbrus', de bárbaro. Barbárie é algo ocasiado por selvageria, ausência de razão ou direção espiritual, força irracional ou não ponderada pelo Espírito.

Bravura vem do corpo, é força física, que prescinde da direção do Espírito.

Quando você toma coragem é  porque você já se convenceu em espírito e coração, que precisa fazer algo. A coragem, energia do coração, 'ativou' o espírito a raciocinar, ponderar e a direcionar sua vondade. E um espírito elevado em amor e coragem torna-se o Espírito que verdadeiramente conduz e direciona sabiamente a vontade.

 

IRA E ÓDIO

 

A irá é pontual. Ela vem e vai rápido e dura apenas o necessário.

O ódio permanece, ocupa tempo e espaço. É alimentado.

A ira é potência. Ela destrói para transformar, é ativa. O ódio é impotência. Ele se alimenta da impotência diante de algo, que ele julga precisar ser transformado, mas não possui a coragem ou a capacidade para o fazer.

A ira é sempre impetuosa, mas corajosa, requer coragem. O ódio é sempre silencioso e covarde. E sendo covarde, apoia-se no medo.

A imagem de um anjo  empunhando uma lança é um chamado contra a covardia do ódio, da intolerância e do medo que o ódio impõe. 

A ira pode ser dos anjos, daqueles que se elevam para harmonizar ou equacionar as forças, não no grau racional dos homens, mas em potência ou consciência ativa. Porém, não o ódio. 

O ódio é sempre dos anjos caídos, amedrontados, sem consciência e acovardados, que passam anos alimentando sua impotência, envenenando almas através do medo e  atuando na sombra da sua covardia.

Nunca a coragem ou "cor actus", a ação do coração, foi tão necessária como antídoto ao ódio, quanto agora, nesses tempos sombrios que estamos vivendo. 

O mundo sempre nos exigiu coragem e de vez em quando alguma ira. Mas  desconfie de quem só dissemina medo ou o seu ódio e intolerância, amparados na sua eterna impotência cognitiva e espiritual de transformar as coisas.

 

 A ESPADA E A BALANÇA

 

Na Idade Média 90% da população no mundo todo  não sabia ler ou escrever. No início do século XX esse índice ainda era de 70%. Um índice altíssimo, mesmo passados cinco séculos. 

Imaginemos um mundo onde a maioria da população não domina a leitura e a escrita. Como ensinar valores morais ou espirituais? Muitas vezes a palavra oral falhava; as pessoas, sem instrução, não compreendiam muitas palavras, que não eram do seu uso ou domínio no dia a dia.

Por isso a religião recorreu às imagens. Era mais do que uma suposta idolatria ou valorização da Arte como forma de lapidar as almas. Era também um modo de dizer. Daí tanta pintura sacra, representando santos e suas virtudes, especialmente numa igreja, cujas missas eram rezadas em latim, uma língua morta em meio a diferentes línguas, dialetos e idiomas e que só deixaram de ser rezadas em latim em 1960. 

Como representar então a coragem e a justiça, sem o uso das palavras? 

Para a coragem, a imagem da espada. Para a justiça a imagem da balança. Assim que toda uma iconologia ou iconoclastia foi criada pelas religiões mas, na medida em que as pessoas foram se letrando, sofisticando o pensamento por meio da aquisição da leitura e da escrita, essas imagens perderam seu sentido latente.

Hoje nosso grande desafio é transformar essas imagens em consciência ativa, com presença e força de Espirito, aquecidas por um coração amoroso e que disciplinem nossa vontade para um atuar pleno de sentido humano. 

Débora Martins

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Ser Solar - Micael


Para levar o Impulso da Antroposofia para o Mundo é necessário por parte dos antropósofos muita coragem e também humildade para pedir auxílio para o mundo espiritual, e assim resolvi escrever esse texto sobre o Arqueu Micael, ser pertencente às hierarquias angelicais, que nos ajuda com a tarefa acima, agora no fim da época da sua Festa deste ano.
Arqueu Micael, regente do Planeta Terra da nossa época, quinta época Pós-Atlântica, a Alma da Consciência, desde o ano de 1879, que é representado através de uma imagem de um Anjo guerreiro com o dragão sob seus pés, dominado, e, em uma das mãos a lança e na outra mão, uma balança.
O que isso significa nos dias atuais?
Todos nós vemos hoje no mundo muito egoísmo nas relações humanas, a ciência natural como regra, máquinas executando trabalhos, que antes eram executados por pessoas, teses negando a existência do espiritual em nós e no mundo, meios de comunicação passando as “fake-news”, assim podemos dizer que, essas situações apontadas acima, são os nossos dragões modernos, todos nós estamos sob as influências Luciféricas-Arimânicas.
Por isso urge no Mundo que, nós, como também o maior número de pessoas, deixemos ser permeados pela influência benéfica, positiva e corajosa do Ser Solar Micael, afim de que,  nossos atos estejam a serviço das hierarquias regulares, e ainda mais a serviço de promover os ensinamentos deixados pelo Ser Solar Maior, o Cristo.
Hoje, como Micael, também temos que dominar estes dragões modernos, os deixando também aos nossos pés, mas para isso temos que ter coragem, para enfrentar tudo que vem ao nosso encontro sob a influência das forças adversas, coragem para dizer não ao caminho mais fácil e inconsciente, desprezando valores morais e éticos com o objetivo de obter uma felicidade passageira ou facilidade momentânea. Padre Fábio de Melo nos diz: “Muitas vezes nós trocamos preciosidades por desimportâncias.”.
Cada vez mais, somos convidados a agir no mundo com consciência, acordados, e sob a influência de Micael, para a prática de atos cada vez mais humanos, sem violência, respeitando a todos os seres da Terra, sejam eles: humanos, animais, vegetais, minerais e elementares, nossos atos devem ser mais éticos e morais em todos os âmbitos da nossa vida e, de um modo maior observando em cada ato praticado a Lei deixada pelo Cristo: “Ame a Deus e a teu próximo como a ti mesmo”, em liberdade”.
Aí está a balança de Micael, ele não nos obriga a nada, vivemos em liberdade, ele somente carrega a balança, sob o seu olhar atento, e com ela,  Micael pesa os nossos atos, se estão de acordo com as metas de desenvolvimento da humanidade,  ou não, segundo as hierarquias superiores.
Como diz o verso de Micael deixado por Steiner, “Temos que erradicar da alma do todo o medo e terror que o futuro possa trazer ao homem.”... ”Em verdade nada terá valor, se a coragem nos faltar. Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior todas as manhãs e todas as noites.”
Assim, é necessário e urgente nossa aliança com o impulso micaélico para a atuação no social, temos que estar em harmonia com o guia da humanidade, pedindo a ele, sempre, coragem e sabedoria no agir, com a finalidade de contribuir para o bem, e assim para a evolução da humanidade que somos todos nós.
Sergei Prokofieff em seu livro sobre a vida de Rudolf Steiner escreve com muita propriedade sobre o tema: “Em nossa época, Micael atua dentro da esfera terrestre com a qual se uniu em 1879 influenciando os acontecimentos terrestres entre os homens, especialmente no âmbito social. Nessa esfera se realiza a luta de Micael com o dragão, da qual agora também os homens têm de participar, pois vivemos na época da liberdade e o resultado dessa luta está em primeiro lugar, nas mãos do homem. Por isso, em nossa época da liberdade é importante reconhecer o motivo pelo qual a situação se tornou crítica e devemos nos conscientizar com a máxima seriedade de que não só os homens dependem dos deuses, mas também os deuses dependem dos homens.”.
Com a influência Luciférica-Arimânica sobre o homem, sobre os meios de comunicação, indústrias, políticas públicas, escolas, temos cada vez mais de nos unir a este Ser Solar, e prestar um serviço  para o  que é bom, belo e verdadeiro, através das nossas atitudes.
E que esse nosso atuar no mundo seja para o progresso de toda a humanidade.
Pedindo auxílio, coragem e o discernimento necessários para trilhar o caminho do meio deixado pelo Cristo, mas sempre sob a proteção e o impulso dele, Micael.
Para finalizar, eu coloco sempre para ilustrar o texto, uma poesia contemporânea.

A Palavra - Chimarruts

Somos guerreiros sem armas
Usamos apenas a palavra
Que vem como fogo do céu
Que vem como a força do mar
Que brilha feito a luz do sol
Impossível de se apagar.
Nossa missão: pregar a paz, felicidade e o amor
Alegria em todo lugar
E fé no Criador
Por isso é preciso coragem
Sabedoria e ter humildade
Ser puro de coração
Dar o braço a quem pede a mão.
Sim, eu sei que virão dificuldades
Mas existe alguém que toma conta de nós
Derrubar mentiras e vaidades
Mostra ao mundo o caminho da verdade.
"Há mais de 2.000 anos nascia um Homem
Que dividiu pensamentos e sentimentos
Príncipe da Paz, que veio à terra pregar o Amor
Jamais usou a força para dizer quem era,
Usou apenas a palavra."

Rita Paula Wey Nunes da Costa


Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

Iniciativas Antroposóficas na ZN

Escola Waldorf Franscisco de Assis (11) 22310152 (11) 22317276 www.facebook.com/EscolaWaldorfFransciscoDeAssis

Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta (PMPSSV)

Casa da Antroposofia ZN Rua Guajurus, 222 Jardim São Paulo (11) 35699600