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terça-feira, 14 de abril de 2020

O ATUAR E A ÉTICA


Esta semana vi um filme na plataforma de streaming Netflix um filme que ficou em cartaz nos cinemas no final do ano passado chamado “Luta por Justiça”, e me chamou muito a atenção a história do personagem principal, um jovem advogado que trabalha defendendo presos no “corredor da morte”, no Estado do Alabama, nos Estados Unidos, e outro filme chamado “Uma prova de Fé”,  este na plataforma de streaming Prime Vídeo, no qual os pais tem que dar uma lição aos filhos adolescentes  sobre ética.
E como eu tinha que falar sobre ética neste texto, esse dois filmes vieram como uma inspiração para eu falar sobre esse tema.
À Luz da Ciência Espiritual, a humanidade está desenvolvendo, nesta época, a alma da consciência, isto é, o exercício da liberdade autoconsciente, tanto interior como exterior.
Todas as pessoas, hoje, tem acesso à Antroposofia, ou a matérias edificantes que desenvolvem um senso de comportamento moral e ético, como também a outros conteúdos sem nenhum critério oferecidos pelos meios de comunicação, podem escolher qual o melhor para si, com qual conteúdo  irão se relacionar, podem usar a sua liberdade exterior e tomarem as  próprias decisões, a partir da sua consciência.
Quanto à liberdade interior, esta é mais complexa  e exigente, a humanidade tem que lidar com seu Ego, onde estão os impulsos e cobiças, onde a vontade está totalmente indisciplinada portanto, ainda não está conquistada essa liberdade por inteiro.
Também todos estão sujeitos a suportar as consequências dessas vontades, escolhas e ações.
Como bem coloca Daniel Burkhard, em seu livro Nova Consciência- Altruísmo e Liberdade: “Porém a liberdade tem dois lados: liberdade exterior e a liberdade interior.
A liberdade exterior pressupõe a ausência do exercício de poder de uns sobre os outros. É a liberdade para mim e para os outros, mediante valores e limites estabelecidos em conjunto. Viver e deixar viver. A liberdade exterior, nos torna independente dos deuses antigos, das crenças, das normas e dos mandamentos da religião, dos discursos tediosos dos falsos moralistas etc. ...
Por sua vez, a liberdade interior será conquistada quando conseguirmos controlar os impulsos e cobiças e decidir livremente a partir do nosso Eu, e não mais do nosso Ego.”
Assim, quanto mais a humanidade desenvolve a Alma da Consciência mais o Ego vai desaparecendo e dando lugar para o  Eu Superior nas hora de se fazer escolhas,  e atuar perante  a vida.
Neste momento em que, um ato é dirigido pelo Eu Superior que age no pensar, sentir e querer, e esses três âmbitos da corporalidade são coerentes entre si, aí encontro o ato ético aplicado.
O Ego ainda pensa em que um ato praticado pode ser certo ou errado, mas isso é a partir do conceito que uma pessoa tem do certo e errado, dando como exemplo: No Brasil Colônia a escravidão de pessoas era legal, os Senhores de escravos cumpriam a lei, portanto certo, mas esta forma de trabalho era ética?
Quanto mais o Eu Superior está presente na atuação do indivíduo no mundo, ele ainda na ideia pensada se perguntará: Se eu colocar em prática a ideia que eu pensei, este ato será benéfico ou maléfico, meu ato trará saúde ou doença, ou melhor, meu ato será destrutivo ou construtivo, para todos os envolvidos? Ou pensando de um modo macro, o ato praticado por um ser humano trará como consequências, benefícios ou malefícios para toda a humanidade.
Quando o indivíduo aplica a ética em seus atos, podemos também dizer que esse indivíduo tem uma virtude.
Nos tempos atuais é de suma importância a discussão cada vez mais sobre ética, pois como as pessoas ainda oscilam entre o Ego e o Eu Superior, os atos ficam, às vezes, egoísta, outras altruístas.
Mas temos como tarefa, neste momento da humanidade, atuar cada vez mais com altruísmo, a fim de cumprir a meta de nos tornarmos a Décima Hierarquia, seres da Liberdade e do Amor.
Com a pandemia no mundo abre-se uma grande oportunidade para essa discussão sobre esse tema, agora está cada vez mais escancarada esta  atuação ética, porque quando os indivíduos estocam alimentos, cobram mais por itens de higiene que são essenciais para proteção das pessoas, estão em seus conceitos fazendo o que é certo, mas a partir do malefício causado a todos que, não puderam ter acesso ao alimento ou ao item de higiene o ato é visivelmente antiético.
A partir do fato acima descrito fica clara a importância do desenvolvimento correto da Alma da Consciência, a fim de que cada vez mais o Eu Superior dos indivíduos possam atuar e assim realmente haverá uma humanização dos atos praticados, uma maior coerência entre o pensar, sentir e agir.
Voltando ao início do texto, o primeiro filme mostra a coerência do advogado no seu pensar, sentir e agir, em nenhum momento ele se desviou desse caminho, para cada caso que se propunha a defender ele buscava a justiça eticamente, atuava sem se corromper ou violentar seus valores morais. Vale a pena assistir.
No segundo filme, como os pais ensinam os filhos a terem uma atuação ética, o filho do casal assina um compromisso com seu treinador de futebol que não irá ingerir bebida alcoólica, senão será penalizado com a pena de não poder participar dos jogos em campo, assim em uma noite os pais vão busca-lo depois de uma festa e veem que seu filho está alcoolizado, contar ou não para o treinador?  Se o filho assumiu o compromisso de ter certo comportamento antialcoólico, e esconde do seu treinador a quebra dele, vamos ver que a atuação ética começa em casa, na família e quando ninguém está olhando. Também recomendo.
Para finalizar o texto gostaria de compartilhar com os meus leitores e leitoras um trecho do discurso proferido por nosso Ministro do Supremo Tribunal Federal, Doutor Luís Roberto Barroso intitulado O mundo, o país e o papel de cada um.” Para uma turma de formandos em Direito em que é Paraninfo, no qual ele fala com maestria o que é pensar, sentir, querer e ser Ético.

IV. Três compromissos consigo próprio
1. Levar uma vida ética
Viver uma vida ética significa viver uma vida boa, ser bom, evitar fazer o mal, tratar a todos com respeito e consideração. A vida boa, tomando emprestadas algumas categorias de Aristóteles, inclui virtude, razão prática e coragem moral. A virtude consiste em cumprir bem o próprio papel, fazer a coisa certa, não desviar do reto caminho. Quem se move por valores e consegue ser fiel a si mesmo, não perde nunca. A virtude é a sua própria recompensa. Virtude não significa moralismo, superioridade ou arrogância. Não é critério para julgar os outros, mas para traçar os próprios caminhos. É a simplicidade da correção pessoal, dos bons propósitos e dos bons sentimentos.
Razão prática ou prudência é a capacidade de fazer juízos adequados, conjugando a realidade e os fatos da vida com os valores a serem preservados e os fins a serem alcançados. A razão prática visa à melhor decisão possível, com a motivação correta e a busca dos melhores resultados. E, por fim, a coragem moral, que é a determinação interior de fazer o que deve ser feito, como deve ser feito, quando deve ser feito. Sem bravatas, com discrição, serenidade e firmeza.
O universo protege as pessoas que vivem assim. Creiam em mim.”

Rita Paula Wey Nunes da Costa

quinta-feira, 26 de março de 2020

ÉTICA NO MOMENTO PRESENTE


Diante do cenário atual, senti vontade de compartilhar minhas impressões sobre o que estamos vivendo, nossas responsabilidades e aprendizados.

Quando uma doença acomete um indivíduo, é revisitando sua biografia, que percebemos, o que precisa ser transformado, internamente, ou a sua volta. Quando é coletiva, como agora, penso que o aprendizado é para toda a humanidade, que vive a época.

Segundo a Antroposofia, estamos na quinta época do desenvolvimento da humanidade na Terra, a fase da Consciência. E desenvolver o EU, sem esquecer o NÓS, é reconhecer a nossa individualidade, reconhecendo que ela faz parte de um coletivo, deste grande tear humano.

E o que ética, tem a ver, com tudo isso? Nessa fase, muito mais do que falarmos sobre o que é ética, trata-se de vivenciá-la. Hoje a ética, antes de mais nada, precisa permear as nossas ações. Então, ética tem a ver com solidariedade e empatia, um pensamento sistêmico que enxerga esse tear humano e, esse EU, consciente, assume sua corresponsabilidade pelo coletivo.

Diante de crises, temos sempre dois caminhos, pela luz ou pela sombra. Vemos intensamente, isso acontecer a nossa volta, com a situação presente.  Quantas pessoas estão tendo empatia e ajudando os outros, mesmos desconhecidos. Seja compartilhando seus dons, talentos ou recursos; se oferecendo para ouvir quem se sente sozinho, mantendo pagamentos de profissionais liberais e abrindo mão desse serviço para que essas pessoas também possam ficar em casa em segurança, seja se voluntariando para dar suporte para um idoso sem família ou sair de casa e atuar na área da saúde e alimentação/distribuição, que são essenciais nesta situação. Enfim, são muitos exemplos que nos enchem de esperança e fé na humanidade.

É verdade que o contrário também ocorre; sombras. Sempre haverá quem irá pensar apenas em si ou apenas em seus entes queridos; os que irão estocar alimentos e remédios, sem se preocupar se isso pode acarretar a falta de acesso para outros; haverá quem irá buscar lucrar abusivamente em cima de produtos escassos. Indivíduos são compostos de luzes e sombras e em uma sociedade sempre vai haver esses dois pólos, e em momentos assim, isso fica mais evidente. Muitas das nossas sombras surgem em momentos que nos deixamos levar pelas sensações ou medos, por isso, a importância de nos mantermos centrados e conscientes de nossos atos.

Acho significativo ver como um vírus parou a economia, isolou as pessoas e que agora estão mais propensas a ter empatia de fato. Foi necessário nos afastar socialmente, para, com mais força, reconhecermos a importância do amor, do afeto, do toque humano, da solidariedade e assim de fato poder desenvolver empatia em grande escala.

Sinto que esse é o grande aprendizado espiritual que temos diante de nós. E aprendizado é escolha, podemos nos ver e reconhecer como parte do todo. Esse vírus chega sem distinção a qualquer humano, mas, o como chegará, sua velocidade e intensidade, ah, isso sim, dependerá essencialmente de nossas escolhas, enquanto indivíduos, coletivos, governos, empresas, sociedade em geral. Podemos acentuar ainda mais as desigualdades ou aprendermos a ser fraternos no econômico e lutarmos para que haja acesso a igualdade aos direitos de saúde e bem-estar social.

Podemos conter o vírus, adiando seu avanço e salvando vidas, mas é importante que o façamos com amor, o amor nos aquece e o calor humano é a melhor arma contra as doenças. Um ser humano aquecido por sua luz interior, se conecta com sua centelha divina que todos nós temos.

Não é hora de levantarmos barricadas movidos pelo medo, procurar culpados ou nos auto enganarmos que é apenas uma gripe com baixa letalidade para uma doença que avança em projeção geométrica, ou que não temos a ver com isso porque estamos fora do grupo de risco, e nos esquecermos da nossa responsabilidade, e seguirmos espalhando esse vírus.

Como disse Steiner, “A Humanidade só conseguirá ter uma vida social saudável quando, no espelho de cada alma, a comunidade inteira encontrar seu reflexo. E quando, as virtudes de cada um viver em toda comunidade”.

Ficar em casa para a maioria, que está fora do grupo de risco, é fazê-lo com consciência, de que ao nos preservarmos estamos segurando o avanço do vírus, sobre aqueles que são mais vulneráveis. Ao fazê-lo estamos dando tempo, para que o sistema de saúde possa absorver os pacientes e tratá-los devidamente. Ao fazê-lo, estamos aflorando, o que, de mais humano, temos para desenvolver, que é o amor genuíno.

A Questão é, estaremos prontos para aprender o que precisamos aprender, com tudo isso? Espero, pelo bem da humanidade, que sim. É um chamado para deixarmos o individualismo e as polaridades, e nos reconhecermos, sim, como individualidades, mas que estão todas conectadas em um grande tear humano, é momento de integração sob a luz da consciência.

Fica o convite de ouvirmos esse chamado fraterno que a situação nos apresenta.

Fiquem bem, se possível, fiquem em casa ❤
#poramoreuficoemcasa

RENATA NASC
Sou apaixonada por estudos da formação do povo e da cultura brasileira, feminismos, sustentabilidade, antroposofia e pedagogia. Atuo há mais de 13 anos com Responsabilidade Social e Sustentabilidade e com a chegada da minha filha, hoje com nove anos, mergulhei intensamente nos estudos biográficos e sobre a pedagogia.

domingo, 30 de junho de 2019

Integrar

Embrião ainda somos todos nós enquanto humanidade! Falta-nos parirmo-nos porque, ainda que na senescência, caminhamos sobre pinguelas, enquanto indivíduos. Falamos muito! Fazemos tão pouco! Mas vale muito, ainda que fizermos pouco – se for fazer de verdade! Pois fazer de verdade é pedido da época, na medida exata em que isto signifique busca pelo melhor para o bem comum. Vivemos um tempo em que as palavras se esvaziaram de seu real conceito. Resgatá-lo também é drama de hoje, ainda que não consciente, pois continuamos falando, às vezes bonito, sem correspondência com a verdade. A retórica brilha em palcos vazios de reais conteúdos.
Relativo à ciência, o assunto em pauta, integrar os diversos pontos de vista é trabalho hercúleo. Envolve acima de tudo nudez de interesses egoísticos. Milhares de textos são publicados por minuto, ditos em nome de pesquisas, muitos dos quais sem eco: só porque não afinam com seu principal objeto de estudo: a vida.

A vida nos mostra que tudo está interligado, profunda e nem sempre silenciosamente conectado. Vimos rompendo com esta conexão dando lugar ao foco na parte desvinculada do todo. Mas já falamos em integração, integridade, integrativo. Falas tímidas ainda que pesem ações que sinalizem este imperioso retorno a serem empreendidas.

O integrare diz respeito ao tornar-se inteiro. E tornar-se inteiro tem a ver com ética. Ética nos remete ao comprometimento, laço, concordância, estabilidade, desenvolvimento, reunião, assimilação e sobretudo respeito à individualidade. Pontos de vista divergem biológica e territorialmente. Isto é fato. Diante de outra pessoa, aquele que a vê não pode ser por si mesmo visto. Tal divergência deve ser sadia, respeitosa com risco de se instalar a desintegração.

Pinçar a palavra Integrativa e aprender a conjugar o verbo que a representa é caminho sem volta e que, no nosso ponto de vista, urge por acontecer.

Na época atual, terão de estar dispostos a quebrar paradigmas os homens, inseridos na comunidade, que se enveredarem pelos âmbitos do real conceito de integração. Porém há de se ter real clareza do cenário, dos atores, das roupagens, das luzes e das sombras e sobretudo do quão desgraçada e não casualmente tão separado tudo isto está. Onde houver imposição de condutas endurecidas pelo tempo o quebradiço prevalecerá.  É preciso ventilação para que o ritmo se instale. Onde não houver ritmo o morto ali estará.

A prática deste conceito certamente irá remetê-lo ao bem-estar tão oníricamente hoje verbalizado. Considerando-se o tamanho deste empreendimento, tendo por base os séculos de destruição do que antes foi inteiro, este alcance está previsto para eras longínquas. Mas acontecerá. A transição é caminho para o íntegro.

Por Ana Maria Silva
Médica CRMSP 60182
Ginecologia e Obstetrícia – RQE 76414
Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta
Pautado nos princípios da Antroposofia


Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

Iniciativas Antroposóficas na ZN

Escola Waldorf Franscisco de Assis (11) 22310152 (11) 22317276 www.facebook.com/EscolaWaldorfFransciscoDeAssis

Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta (PMPSSV)

Casa da Antroposofia ZN Rua Guajurus, 222 Jardim São Paulo (11) 35699600