Embrião
ainda somos todos nós enquanto humanidade! Falta-nos parirmo-nos porque, ainda
que na senescência, caminhamos sobre pinguelas, enquanto indivíduos. Falamos
muito! Fazemos tão pouco! Mas vale muito, ainda que fizermos pouco – se for
fazer de verdade! Pois fazer de verdade é pedido da época, na medida exata em
que isto signifique busca pelo melhor para o bem comum. Vivemos um tempo em que
as palavras se esvaziaram de seu real conceito. Resgatá-lo também é drama de
hoje, ainda que não consciente, pois continuamos falando, às vezes bonito, sem correspondência com a verdade. A retórica
brilha em palcos vazios de reais conteúdos.
Relativo
à ciência, o assunto em pauta, integrar os diversos pontos de vista é trabalho
hercúleo. Envolve acima de tudo nudez de interesses egoísticos. Milhares de textos
são publicados por minuto, ditos em nome de pesquisas, muitos dos quais sem eco:
só porque não afinam com seu principal objeto de estudo:
a vida.A vida nos mostra que tudo está interligado, profunda e nem sempre silenciosamente conectado. Vimos rompendo com esta conexão dando lugar ao foco na parte desvinculada do todo. Mas já falamos em integração, integridade, integrativo. Falas tímidas ainda que pesem ações que sinalizem este imperioso retorno a serem empreendidas.
O integrare diz respeito ao tornar-se inteiro. E tornar-se inteiro tem a ver com ética. Ética nos remete ao comprometimento, laço, concordância, estabilidade, desenvolvimento, reunião, assimilação e sobretudo respeito à individualidade. Pontos de vista divergem biológica e territorialmente. Isto é fato. Diante de outra pessoa, aquele que a vê não pode ser por si mesmo visto. Tal divergência deve ser sadia, respeitosa com risco de se instalar a desintegração.
Pinçar a palavra Integrativa e aprender a conjugar o verbo que a representa é caminho sem volta e que, no nosso ponto de vista, urge por acontecer.
Na época atual, terão de estar dispostos a quebrar paradigmas os homens, inseridos na comunidade, que se enveredarem pelos âmbitos do real conceito de integração. Porém há de se ter real clareza do cenário, dos atores, das roupagens, das luzes e das sombras e sobretudo do quão desgraçada e não casualmente tão separado tudo isto está. Onde houver imposição de condutas endurecidas pelo tempo o quebradiço prevalecerá. É preciso ventilação para que o ritmo se instale. Onde não houver ritmo o morto ali estará.
A prática deste conceito certamente irá remetê-lo ao bem-estar tão oníricamente hoje verbalizado. Considerando-se o tamanho deste empreendimento, tendo por base os séculos de destruição do que antes foi inteiro, este alcance está previsto para eras longínquas. Mas acontecerá. A transição é caminho para o íntegro.
Por Ana Maria
Silva
Médica CRMSP
60182
Ginecologia e
Obstetrícia – RQE 76414
Projeto Médico
Pedagógico e Social Sol Violeta
Pautado nos
princípios da Antroposofia
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