Mostrando postagens com marcador desenvolvimento humano. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador desenvolvimento humano. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 19 de abril de 2021

A constituição humana e seu desenvolvimento

 

Sabemos que os seres humanos são constituídos por três membros, corpo, alma e espírito ou melhor,  somos seres trimembrados.

E são formados por três corpos, o físico, etérico ou vital  e astral e também dotados de um Eu espiritual.

O corpo físico é parte do ser humano mais mineralizada,  seu elemento é a terra, corresponde ao Reino Mineral, dá forma através do esqueleto e tem sua estrutura fundamentada na matemática.

O corpo etérico ou vital, responsável pelo funcionamento dos órgãos e da vitalidade e esse funcionamento se dá nos ritmos e hábitos, seu elemento é água por isso é mais fluido, corresponde ao Reino Vegetal.

O corpo astral corresponde ao nosso Reino Animal, é o corpo das vontades, cobiças, desejos e paixões, seu elemento é o ar, por isso ele é responsável por decisões.

Eu Superior ou Eu Espiritual, nossa parte espiritual.

O corpo físico coloca o Eu no espaço.

O corpo etérico coloca o Eu no tempo.

O corpo astral coloca o Eu no espaço interior.

Esse Eu espiritual trabalhou inconscientemente  nos três corpos acima e com a ajuda de seres espirituais elevados , os  seres humanos formaram os corpos anímicos a fim de poder  atuar no mundo , portanto os seres humanos também são dotados de  alma da sensação que permeia o  corpo astral, a alma do intelecto que permeia o corpo etérico e a alma da consciência que permeia o corpo físico.

O corpo físico atual dos seres humanos surge no final do período Atlântico, o corpo etérico ainda se encontrava fora do corpo físico e foi aos poucos penetrando nesse corpo,  permitindo que o seres humanos agora se apropriassem do Eu Superior e pudessem falar Eu.

Podemos dizer que esse Eu é o próprio homem, sua verdadeira identidade, chamando assim seus corpos e almas de invólucros onde ele vive e atua.

Como está descrito por Steiner em seu livro Teosofia.

“ O corpo se constrói utilizando substâncias do mundo físico, de modo que esta  construção fica subordinada ao eu pensante. Ele é permeado por força vital transformando-se assim em corpo etérico ou vital. Como tal, abre-se para  o mundo exterior nos órgãos sensíveis e transforma-se em corpo anímico. “...

“Nunca a palavra “eu” pode chegar de fora ao meu ouvido quando essa designação se refere a mim. Só de dentro para fora, por si própria, a alma pode denominar-se “eu”. Portanto, quando o homem diz “eu” referindo-se a si, começa  a falar dentro dele algo que nada tem a ver com nenhum dos mundos dos quais procedem os invólucros mencionados até agora. O Eu torna-se cada vez mais senhor do corpo e da alma.”

Agora, como estamos na quinta Época Pós Atlântica, na época da Alma da Consciência, os seres humanos devem começar a desenvolver, espiritualizar os seus três corpos inferiores a partir da atuação consciente do Eu superior, mesmo que a conclusão dessa meta de desenvolvimento somente seja alcançada em um futuro muito distante, mas é imperioso começar.

O que vemos atualmente ainda uma humanidade inconsciente, que dorme para a Ciência Espiritual.

A partir de agora os seres humanos através de uma atuação consciente, com suas próprias forças devem deixar o Eu Superior atuar cada vez mais para iluminar, reelaborar o invólucro inferior denominado corpo astral possa alcançar a sua meta de desenvolvimento e se transformar em Identidade Espiritual ou Manas.

Da mesma forma, quando o Eu Superior conseguir, através também de um trabalho consciente, transpassar suas forças para o corpo etérico ele passará a ser Espírito Vital ou Budhi.

E somente quando o corpo físico estiver dominado pelas forças do Eu Superior, ele será Homem Espírito ou Atma.

Essa é a meta de desenvolvimento dos seres humanos.

Hoje a tarefa que urge para a humanidade é desenvolver e transformar, através da alma da consciência, em plena liberdade, o corpo astral em Identidade Espiritual, pois na Sexta Era Pós Atlântica os seres humanos deverão ter seu corpo astral inferior já iluminado para Manas, e também começar ainda que discretamente a iluminação do corpo etérico  para Budhi e do corpo físico para Atma.

Cristo, em seus três anos de atuação na Terra, concluiu essa tarefa transformou os três corpos inferiores de Jesus em Manas, Budhi e Atma abrindo caminho para que também a humanidade como  um todo tivesse a possibilidade de fazê-lo.

Esses invólucros superiores já existem latentes nos invólucros inferiores, é a atuação do Eu que aos poucos vai deixando os invólucros superiores atuarem.

Como é a tarefa de transformar o corpo astral em Manas.

O corpo astral nos seres humanos é responsável pela atuação dos instintos,  desejos e cobiças que nascem na alma da sensação, a partir da atuação do Eu Superior permeando o corpo astral com a identidade espiritual ele se ilumina. Como isso se dá está no Livro Teosofia .

“Isso se expressa no fato de os instintos, cobiças e paixões serem transiluminados pelo que o eu recebeu do espírito. Em virtude de sua participação no mundo espiritual, o eu torna-se portanto, senhor do mundo dos instintos, cobiças e paixões etc. À medida que isso ocorre , a identidade espiritual vai despontando no corpo astral; e este , por sua vez é transformado nesse processo. O próprio corpo astral aparece, então como uma entidade dupla, em parte não transformada e em parte transformada. Assim, pode-se designar a identidade espiritual , tal qual se manifesta no homem, como sendo corpo astral transformado,”

Para o corpo etérico ou vital o Eu Superior deve gradualmente ter controle sobre os hábitos de vida, e transformação do caráter, para se alcançar o Espírito Vital ou Budhi, essa tarefa é mais difícil, a exemplo disso pense que hábitos os seres humanos tinham quando criança como ciúmes, distração esquecimento, e quais conseguiram ser mudados na vida adulta. 

Tomemos o que Steiner diz em seu GA 94.

“A frase a seguir pode ser usada como um exemplo dos diferentes ritmos das possibilidades de transformação: O que vocês aprenderam e experimentaram mudou como o ponteiro dos minutos do relógio, seus hábitos como o ponteiro das horas. É fácil de aprender, difícil de desacostumar. “

Os hábitos fazem parte das forças do crescimento, isto é do corpo etérico e a partir do momento que o Eu Superior domina os hábitos ele abre caminho para que o Espírito Vital permeie o corpo etérico transformando-o em Budhi.

Um bom caminho que a humanidade pode trilhar para auxiliar o Eu Superior a dominar os hábitos é ter o impulso verdadeiro para o religioso e para a arte, porque assim o Eu Superior deixa o corpo etérico ser permeado pela força criativa do Espírito Vital.

O mesmo processo ocorre no corpo físico, o Eu Superior deve permear, transformar e iluminar o corpo físico inferior para Homem Espírito ou Atma, mas essa transformação só será concluída em um futuro longínquo , pois a porção transformada não será percebida pelos sentidos físicos comuns no seres humanos.

 Somente quando o ser humano adquirir as faculdades cognitivas espirituais plenamente é que poderão perceber a transformação do corpo físico em Atma.

Com base em tudo que foi colocado podemos dizer que o ser humano é assim composto: conforme está no Livro Teosofia.

1-     Corpo físico

2-     Corpo Vital

3-     Corpo Astral

4-     Eu, como cerne da Alma

5-     Identidade Espiritual, como corpo astral transformado

6-     Espírito Vital, como corpo vital transformado

7-     Homem Espírito, como corpo físico transformado

Por fim, como estamos na Época da Páscoa, vou colocar um trecho retirado da GA 110, porque para que os seres humanos tivessem a capacidade de trilhar esse caminho de desenvolvimento acima, foi preciso a vinda de um Ser Espiritual Solar Superior, o Cristo, que praticasse um ato de Amor em total liberdade, o Mistério do Golgotha.

“Primariamente o Cristo não atuou pelos seus ensinamentos, em absoluto, mas sim por aquilo que ele fez. É o maior feito do Cristo foi aquele que terminou com a morte. Foi a morte. Isso é o essencial, que o Cristo atuou através de um feito para cuja difusão no mundo ele já não devia estar mais lá fisicamente...... E esse ato é de tal natureza que sobre nenhum Ser Humano ele atua, senão quando o Ser Humano mesmo se decide a deixar que o ato atue sobre ele, ou seja: quando o ato se coaduna com o caráter absolutamente livre do seu Eu Individual. Pois não é suficiente que o Cristo esteja presente no corpo astral humano, mas o Cristo precisa, se é para ele ser entendido de fato, tornar-se presente no Eu Humano. E o Eu precisa se decidir livremente a receber o Cristo. É disto que se trata. Mas justamente por isso esse Eu humano, quando se liga com o Cristo, recebe em si uma realidade, uma força divina, não meramente um ensinamento....Isso só se tornou possível mediante o fato de que o Cristo se tornou Humano na Terra, e que ele fosse destinado a tornar-se Ser Humano na Terra.”

O maior exemplo desse ato foi a conversão de Paulo às portas de Damasco, o Cristo aparece para Paulo envolto em nuvens, então podemos dizer que foi a atuação do feito da morte e ressureição de Cristo que proporcionou essa experiência pessoal de Paulo e que a partir dela , ele  sabe e também todos os seres humanos podem saber, se quiserem em Liberdade, que Cristo Vive.

Rita Paula Wey Nunes da Costa

quinta-feira, 26 de março de 2020

ÉTICA NO MOMENTO PRESENTE


Diante do cenário atual, senti vontade de compartilhar minhas impressões sobre o que estamos vivendo, nossas responsabilidades e aprendizados.

Quando uma doença acomete um indivíduo, é revisitando sua biografia, que percebemos, o que precisa ser transformado, internamente, ou a sua volta. Quando é coletiva, como agora, penso que o aprendizado é para toda a humanidade, que vive a época.

Segundo a Antroposofia, estamos na quinta época do desenvolvimento da humanidade na Terra, a fase da Consciência. E desenvolver o EU, sem esquecer o NÓS, é reconhecer a nossa individualidade, reconhecendo que ela faz parte de um coletivo, deste grande tear humano.

E o que ética, tem a ver, com tudo isso? Nessa fase, muito mais do que falarmos sobre o que é ética, trata-se de vivenciá-la. Hoje a ética, antes de mais nada, precisa permear as nossas ações. Então, ética tem a ver com solidariedade e empatia, um pensamento sistêmico que enxerga esse tear humano e, esse EU, consciente, assume sua corresponsabilidade pelo coletivo.

Diante de crises, temos sempre dois caminhos, pela luz ou pela sombra. Vemos intensamente, isso acontecer a nossa volta, com a situação presente.  Quantas pessoas estão tendo empatia e ajudando os outros, mesmos desconhecidos. Seja compartilhando seus dons, talentos ou recursos; se oferecendo para ouvir quem se sente sozinho, mantendo pagamentos de profissionais liberais e abrindo mão desse serviço para que essas pessoas também possam ficar em casa em segurança, seja se voluntariando para dar suporte para um idoso sem família ou sair de casa e atuar na área da saúde e alimentação/distribuição, que são essenciais nesta situação. Enfim, são muitos exemplos que nos enchem de esperança e fé na humanidade.

É verdade que o contrário também ocorre; sombras. Sempre haverá quem irá pensar apenas em si ou apenas em seus entes queridos; os que irão estocar alimentos e remédios, sem se preocupar se isso pode acarretar a falta de acesso para outros; haverá quem irá buscar lucrar abusivamente em cima de produtos escassos. Indivíduos são compostos de luzes e sombras e em uma sociedade sempre vai haver esses dois pólos, e em momentos assim, isso fica mais evidente. Muitas das nossas sombras surgem em momentos que nos deixamos levar pelas sensações ou medos, por isso, a importância de nos mantermos centrados e conscientes de nossos atos.

Acho significativo ver como um vírus parou a economia, isolou as pessoas e que agora estão mais propensas a ter empatia de fato. Foi necessário nos afastar socialmente, para, com mais força, reconhecermos a importância do amor, do afeto, do toque humano, da solidariedade e assim de fato poder desenvolver empatia em grande escala.

Sinto que esse é o grande aprendizado espiritual que temos diante de nós. E aprendizado é escolha, podemos nos ver e reconhecer como parte do todo. Esse vírus chega sem distinção a qualquer humano, mas, o como chegará, sua velocidade e intensidade, ah, isso sim, dependerá essencialmente de nossas escolhas, enquanto indivíduos, coletivos, governos, empresas, sociedade em geral. Podemos acentuar ainda mais as desigualdades ou aprendermos a ser fraternos no econômico e lutarmos para que haja acesso a igualdade aos direitos de saúde e bem-estar social.

Podemos conter o vírus, adiando seu avanço e salvando vidas, mas é importante que o façamos com amor, o amor nos aquece e o calor humano é a melhor arma contra as doenças. Um ser humano aquecido por sua luz interior, se conecta com sua centelha divina que todos nós temos.

Não é hora de levantarmos barricadas movidos pelo medo, procurar culpados ou nos auto enganarmos que é apenas uma gripe com baixa letalidade para uma doença que avança em projeção geométrica, ou que não temos a ver com isso porque estamos fora do grupo de risco, e nos esquecermos da nossa responsabilidade, e seguirmos espalhando esse vírus.

Como disse Steiner, “A Humanidade só conseguirá ter uma vida social saudável quando, no espelho de cada alma, a comunidade inteira encontrar seu reflexo. E quando, as virtudes de cada um viver em toda comunidade”.

Ficar em casa para a maioria, que está fora do grupo de risco, é fazê-lo com consciência, de que ao nos preservarmos estamos segurando o avanço do vírus, sobre aqueles que são mais vulneráveis. Ao fazê-lo estamos dando tempo, para que o sistema de saúde possa absorver os pacientes e tratá-los devidamente. Ao fazê-lo, estamos aflorando, o que, de mais humano, temos para desenvolver, que é o amor genuíno.

A Questão é, estaremos prontos para aprender o que precisamos aprender, com tudo isso? Espero, pelo bem da humanidade, que sim. É um chamado para deixarmos o individualismo e as polaridades, e nos reconhecermos, sim, como individualidades, mas que estão todas conectadas em um grande tear humano, é momento de integração sob a luz da consciência.

Fica o convite de ouvirmos esse chamado fraterno que a situação nos apresenta.

Fiquem bem, se possível, fiquem em casa ❤
#poramoreuficoemcasa

RENATA NASC
Sou apaixonada por estudos da formação do povo e da cultura brasileira, feminismos, sustentabilidade, antroposofia e pedagogia. Atuo há mais de 13 anos com Responsabilidade Social e Sustentabilidade e com a chegada da minha filha, hoje com nove anos, mergulhei intensamente nos estudos biográficos e sobre a pedagogia.

domingo, 26 de janeiro de 2020

OS DESAFIOS DE SER PAI E SER MÃE NO SÉCULO XXI



Esse texto é baseado no texto da médica antroposófica Dra. Ana Paula I.Cury denominado “Sobre ser pai e mãe no século XXI”, o qual trata desse assunto  de uma maneira ampla, mas vou tentar pontuar algumas considerações que considero pertinentes para a nossa época.
Exercer a paternidade e a maternidade nos dias atuais é um desafio, pois estamos diante de muita tecnologia, muita teoria disponível na internet de como criar filhos, como também com pais e mães preocupados com suas carreiras, diante de um mundo cada vez mais competitivo, que exige mais e mais estudo, e no meio disso tudo a criação dos filhos.
A constante ausência dos pais durante o dia, e quando chegam em casa à noite do trabalho, ou da pós – graduação, eles estão cansados e muitas vezes estressados, que querem somente comer algo, assistir televisão e dormir, para no dia seguinte seguirem com a mesma rotina. Quando chega o final de semana o cansaço continua e muitos pais vão ao futebol ou bar com amigos dizendo que irão “desestressar” e mães vão fazer supermercado e cuidar de afazeres domésticos, podemos concluir que esses filhos estão com seu pai ou mãe ausentes por um longo tempo.
A situação acima descrita da ausência em momentos importantes na vida dos filhos e na sua criação gera nos pais e mães uma culpa, que no mundo de hoje essa culpa se compensa dando para as crianças brinquedos cada vez mais tecnológicos, por exemplo, celulares e tabletes com muitos recursos, que impedem o poder da imaginação, o fantasiar e enfraquece a vontade do agir nas crianças.
Temos também pais e mães que preenchem a vida diária das crianças com tantos afazeres, como inglês, natação, aulas particulares de diversas áreas, música, etc.., com o intuito de que ele se torne  adultos  bem preparados para esse mundo competitivo, assim a criança também tem uma rotina puxada, onde o tempo para brincar é muito pequeno, e os pais acham que com isso estão exercendo seus papéis, que são de provedores das necessidades dos filhos, que no mundo atual é muito complexo, bem como provedores de educação e com isso o pai e a mãe estão amando seus filhos.
Ou então delegam essa tarefa a outros, estranhos a família, ou à TV, ou à Internet.
Podemos dizer que temos também como consequência da situação de culpa acima citada, pais e mães não querem dizer o famoso “não”, nas horas em que existe essa necessidade, com medo de gerar um desamor por parte dos filhos.
Sérgio Sinay em seu livro  - Sociedade dos filhos Órfãos - , nos diz Um equivocado sentido de amor os leva a temer que o exercício das funções parentais em seus aspectos menos fáceis e demagógicos possa ter como consequência o desamor dos filhos. Há uma nefasta confusão ente paternidade e amizade, e esta desaba sobre os filhos na figura de um amigo ou amiga anacrônicos e disfuncionais, enquanto gera um vazio no tão necessário espaço parental.”
Mas, é possível criar os filhos de uma maneira salutar, apesar das rotinas exigentes vividas por pais e mães, de uma maneira diferente?
Os filhos escolhem seus pais antes do nascimento, bem como o seu lar, para seu melhor desenvolvimento e execução de sua tarefa reencarnatória, por isso o exercício da maternidade e paternidade deve ser feito de modo consciente e acima de tudo sagrado.
Nos dias atuais é muito importante a consciência desta tarefa, pois o filho vem para o pai e mãe, como dizem popularmente, sem um manual de instrução, cabe ao pai e mãe desenvolvê-lo no seu caminho, para que ele chegue ao lugar a que ele está destinado, com o melhor do seu potencial.
Por isso a tarefa de criar filhos necessita cuidados, presença, atenção e principalmente dedicação e devem ser exercidas conjuntamente com a vida prática diária.
Muitos pais e mães sem que se apercebam estão ligados no piloto automático na execução de tarefas do cotidiano externo, mas se quiserem exercer a tarefa de criar seus filhos de maneira presente eles devem colocar toda a sua atenção e consciência na vida em família.
A partir dessa atenção consciente, pais e mães procuram desenvolver autoconhecimento, nos momentos em que olham para dentro de si, e percebem pontos fracos e fortes da sua personalidade, e a partir dessa percepção suas escolhas serão mais coerentes, com seu modo de pensar, sentir e agir, e o filho saberá que tem pais e mães autênticos, o que trará segurança para a sua vida, e com isso ele terá um ambiente saudável para seu desenvolvimento, citando Ana Paula Cury, “Para colocarmos essa atenção consciente em nosso relacionamento com nossos filhos, é bom saber algo sobre ela: Essa atenção significa uma consciência permanente desprovida de crítica. É algo que desenvolvemos cultivando a capacidade de nos concentrar, intencionalmente, no momento presente, e manter essa concentração da melhor forma possível.
Em geral, vivemos a maior parte do tempo ligados no piloto automático, sem dar importância a muitas coisas importantes ou deixando-as  passar totalmente despercebidas, e julgando tudo o que experimentamos a partir de opiniões apressadas e muitas vezes não ponderadas, baseadas no que gostamos ou deixamos de gostar, no que queremos ou deixamos de querer.
A atenção consciente nos oferece um meio para nos concentrarmos no que quer que estejamos fazendo a cada momento, e com isso, enxergarmos uma realidade mais profunda por trás do véu de nossos gestos e pensamentos automáticos.”
A partir desse autoconhecimento o pai e a mãe não terão mais o medo de dizer o “não”, o filho saberá que essa fala é coerente com o modo de pensar, sentir e agir deles, e por trás desse “não” o filho perceberá o cuidado, o carinho, presença e a atenção de seu pai e mãe.
O mundo de hoje é exigente para todos, ser pai e mãe é um desafio cada vez maior, mas se todos nós nos propusermos a cumprir essa tarefa, principalmente com amor, que nos momentos em que estamos com nossos filhos focarmos na qualidade da presença, isto é, dando atenção consciente, brincando junto, quando o filho ainda é uma criança  pequena, mostrando como o mundo é belo para o filho, na fase do segundo setênio, e conversando e permitindo que o filho adolescente a nos oponha, para que ele encontre sua própria forma de pensar.
Devemos estar sempre atentos conosco para que nossa atitude sempre seja coerente, que sempre esteja de acordo com uma moral e uma ética em favor do bem para todos, educamos sempre a partir do nosso exemplo, por isso a qualidade da presença, para que o exemplo não venha de fora do lar, ou da TV ou da Internet.
Temos que erradicar da alma a preguiça, exercendo a vontade, o agir, devemos ir às reuniões da escola, na apresentação dos trabalhos, sempre incentivando os filhos a irem em frente.
Quando comprarmos um brinquedo para os nossos filhos, devemos estar atentos se ele está de acordo com a idade dos nossos deles, se eles acrescentam algo para seu desenvolvimento, se for um jogo, tire uma tarde para jogar com eles, pode ser um momento de interação, prazer e conhecimento mútuos.
Se for necessário trabalharmos demais para prover economicamente a família, não nos deixemos ser permeado pela culpa da ausência, o que temos que fazer em qualquer momento de folga, ao invés de nos jogarmos no sofá, devemos estar disponíveis, para dedicar esse tempo para os filhos, é a nossa tarefa sagrada.
Essas pequenas atitudes demonstram o nosso amor em fazer o melhor possível na condução da tarefa de criar os nossos filhos e não há garantias nos resultados desse processo, mas é através da atenção consciente nessa tarefa que vai nos capacitar para estarmos sempre presentes e agirmos com sabedoria.
Por fim, como bem dito por Ana Paula Cury, no seu texto mencionado no início: “ Trata-se de uma jornada na qual queremos converter-nos de meros progenitores ( pais biológicos) em pais no mais verdadeiro sentido da função, que hoje, é em si, supranatural. Isto é, já não pode alicerçar-se em uma base natural instintiva, mas requer conhecimento, ou melhor, autoconhecimento, e um esforço interior de aprimoramento a serviço da realização das potencialidades do ser que nos é confiado como filho. Em outras palavras, um processo que requer consciência, compromisso, responsabilidade e amor. Sim, pois ser pai, ser mãe não é um hobby ou uma atividade para as horas livres. Mas um empreendimento de tempo integral com tarefas que exigem tempo, consomem energia, requerem presença.”

RITA PAULA WEY NUNES DA COSTA

Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

Iniciativas Antroposóficas na ZN

Escola Waldorf Franscisco de Assis (11) 22310152 (11) 22317276 www.facebook.com/EscolaWaldorfFransciscoDeAssis

Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta (PMPSSV)

Casa da Antroposofia ZN Rua Guajurus, 222 Jardim São Paulo (11) 35699600