terça-feira, 6 de outubro de 2020

A ÉPOCA DE MICAEL

Micael é o arcanjo que rege o nosso tempo. Ele ficou conhecido popularmente como um guerreiro destemido e valente. Ele representa o bem, cheio de coragem e fé. É aquele que luta contra o mal, muitas vezes representado por Satanás, Lúcifer e o dragão.

Esta luta entre o bem e o mal, luz e trevas, existe desde os princípios da humanidade, mas ela existe principalmente dentro do próprio homem, dentro de cada um de nós.

O homem que busca a verdade precisa travar muitas lutas consigo próprio e é a partir daí que surge a superação, a luz. E porque vivemos numa época materialista e difícil, Micael nos traz uma nova perspectiva de guerreiro, a consciência.

Ter consciência e presença. Precisamos saber exatamente contra quem estamos lutando, com que armas e para quê.  E é assim, através dessa imagem de coragem e de fé e do agir consciente, que podemos buscar a transformação.

Seria inocente pensar só no mal puro e simples que alguém pode oferecer. O mal tem várias facetas. Os dragões estão em toda parte, dentro e fora do homem. Estão nas relações competitivas, na falta de tempo, nas discriminações sociais e raciais, no dinheiro que compra tudo, nas máquinas, nos agrotóxicos... Em tudo que torna o homem um ser pequeno e sem vontade própria. Sem falar no que temos dentro de nós, o egoísmo, a vaidade, o orgulho, a ganância, covardia, hipocrisia... E tudo mais que desqualifica a alma humana.

Lutar contra esses dragões é a sina do homem moderno.

Importante notar que não matamos o dragão, mas o dominamos. Em todas as histórias é o que se mostra. Mas isso é obvio! Porque não podemos aniquilar os problemas, mas sim afastá-los, resolvê-los, mas não posso fingir que não existem. É preciso dominá-lo, subjugá-lo a nossa própria vontade. O dragão deve ser colocado aos meus pés, sob meu domínio. O homem é um ser possuidor de vontade e quando souber fazer uso dela é que poderá crescer espiritualmente.

Assim, as histórias que trazemos para as crianças nesta época têm mais a dizer aos adultos que precisam reaprender a ter coragem e fé nos desígnios celestes. As crianças percebem de pronto a imagem do príncipe que não é orgulhoso e se coloca por vontade própria a ajudar, mas que pede ajuda celestial. A princesa representa a fragilidade que inspira a coragem. As imagens são claras e ensinam. Só quando o homem imbuído de força de vontade, que tem como objetivo uma causa justa, e que ergue seus pensamentos a Deus, é que dos mundos espirituais recebe forças necessárias para empreender a luta. E Micael é o representante dessas forças.

Para as crianças tudo vem com imagem e brincadeira, e chega a elas pelas vivências e histórias, a coragem e a fé, que são dois sentimentos necessários para cada um cumprir seu destino. Esse conteúdo dá força para enfrentarem o mundo presente e faz crer que as respostas existem em algum lugar, pois é certo que nós adultos não temos a resposta pra tudo. Isso dá à criança a noção de grandeza e sabedoria em tudo que diz respeito ao homem. Cultivando essa coragem e confiança é que colheremos os melhores frutos no futuro.

E nós, adultos, devemos fazer as perguntas que nos levam ao domínio que almejamos, aquele que devemos vencer em nós para que possamos ser conscientes dos nossos atos e senhores de nós mesmos sem medo. É a nossa busca. É o dragão que vencemos em nós. Vencemos o dragão da preguiça, do pensar difícil, do medo do desconhecido, da falta de serenidade. Será a espada da consciência que nos ajudará a vencer. A achar força para controlar a situação e buscar o melhor caminho. Será a capacidade de agir conscientemente na hora certa.

Cada um de nós é chamado a participar na luta para a dignidade humana, na luta do humano contra o sub-humano.

Devemos, assim, iluminar pelas forças do pensar, tudo que há de escuro em nós. Não deixarmos nos enganar pelas situações e por aqueles que querem o nosso mal, mas sim sermos senhores de nossos próprios destinos.

Carla Guedes – Professora de Classe da Escola Waldorf Francisco de Assis

domingo, 27 de setembro de 2020

MICAEL ARQUEU

 

Vamos celebrar agora dia 29 de Setembro o dia Arcanjo Micael, que agora como regente da nossa Época está elevado a condição de Arqueu, com a missão de conduzir toda a humanidade no Planeta Terra.

Micael é um arqueu cosmopolita e que traz, quando da sua regência, como qualidade a integração entre os povos, hoje chamamos de globalização, para que as pessoas cada vez mais não sintam pertencentes a um povo, raça, família, são cidadãs do mundo e  assim se  reconhecerem como irmãos em uma mesma comunidade.

Hoje, queridos amigos, estamos sob a influência de uma força adversa liderada por Ahriman, com toda a sua tecnologia fria, e tem como objetivo plantar no coração humano o materialismo, a existência somente do corpo físico, que o pensamento tem que ser frio, linear, abstrato e solitário e totalmente apartado do mundo espiritual.

E as suas tentações são grandes, seus argumentos a uma primeira visão parecem totalmente verdadeiros, mas temos que ter consciência que essa visão materialista da humanidade e do mundo é uma ilusão, Maya.

Mas diante desta influência tão avassaladora destas forças não regulares, temos a atuação do Arqueu Micael no sentido contrário, ele nos observa e nos inspira a ter a coragem de  fazer, com consciência e liberdade, uma aliança verdadeira com ele, com ser da Sophia Cósmica e com o Cristo, e ter a plena certeza dentro do nosso coração que, somos seres eternos, espirituais. Mas como fazer essa união? E como combater a atuação Ahrimanica em nós e no mundo?

Através da formação de uma comunidade empenhada em fazer o bem, em Amor e Liberdade, de forma altruísta entre os membros, ali então forma-se um cálice onde, algo novo pode acontecer, a vinda de um Ser Espiritual Superior que derrama para dentro do cálice a força e auxílio necessários e suficientes para combater o mal que vive em nossos pensamentos, sentimentos e ações, e assim a combater as tentações Ahrimanicas pelo mundo.

As comunidades Antroposóficas são um grande exemplo dessa realidade, como os Grupos de Estudos, os Ramos das Sociedades Antroposóficas espalhados ao redor do mundo e a Classe da Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito.

E hoje durante a pandemia, quando fomos obrigados a ficarmos isolados, aparentemente solitários, Micael vem e nos intui a usar uma ferramenta fria criada por inspiração de Ahriman, a Internet,   e criamos os Grupos de Estudos Virtuais com pessoas que estão ao redor do Mundo, mas todas com o mesmo pensamento, sentimento e ação,  participar de uma Comunidade do Bem, contribuir mesmo que isolado em sua cas, com um estudo edificante que não só, nos fortalece, como auxilia os Seres das Hierarquias Superiores através de nós,  a continuarem atuando no sentido da Evolução da Humanidade.

Micael espera sempre de nós uma atuação na direção do Bem, ele não fala nada, porque estamos na Época da Alma da Consciência e nossos atos são praticados em Liberdade, mas está sempre nos observando atento, pois todas as noites somos guiados pelo nosso Anjo Guardião para o mundo espiritual, somos tocados pelas Asas de Micael, que nos convida a agir para a construção de um futuro coerente com a Meta dos Deuses, não só para nós, mas para toda a humanidade. Rudolf Steiner nos deixou um verso para ser meditado toda a noite, e outro verso para toda manhã, para que durante o dia nosso atuar  possa estar em consonância com os desígnios Divinos.

 

Antes de deitar:

“Carrego meu pesar ao sol poente,

Coloco minhas preocupações em teu colo resplandecente.

Purificadas em tua luz

Transformadas por teu amor,

Que elas me retornem

Como pensamentos que auxiliem

Como forças para um agir alegre,

Disposto ao sacrifício”

Para o amanhecer:

“Oh, Michael

À tua proteção eu me recomendo,

À tua direção eu me uno

A partir da força do meu coração.

Que este dia se torne uma imagem da tua vontade que ordena o destino”

Mas quando acordamos todas as manhãs estamos realmente despertos? Ou voltamos para o mundo material com dúvidas e medos?

Ora, o Arqueu Micael é um Ser Espiritual dotado de coragem e disposto a derramar essa coragem em nossos corações para o nosso atuar diário, sem medo do que vier em nossa direção, seja para o bem ou para o mal, porque estamos unidos a ele.

Ele também nos auxilia para que não caiamos nas tentações das ilusões  Ahrimanicas, que hoje são  tão bem colocadas pelos meios de comunicação, como o medo de tudo, porque o medo muitas vezes nos paralisa e deixamos de agir  em momentos que eram necessários o nosso atuar para o bem. 

Rudolf Steiner também deixou para nós um verso para fortalecer, não só a união com Micael, como também a nossa coragem.

Se nos dedicarmos ao Estudo da Ciência Espiritual, se praticarmos a Meditação aquietando a mente por alguns minutos diariamente para nos conhecer profundamente, a fim de mudarmos hábitos não mais adequados para a nossa Época, isso vai nos fazer cada vez mais fortes, decididos e corajosos.

E a partir das atividades acima, partirmos para a Ação do Bem no Mundo com coragem, essa ação pode ter seu início no nosso próprio entorno, como também, uma ação em direção à União ao Arqueu Micael, a Sophia Cósmica e principalmente ao Ser Solar Maior, o Cristo Jesus, que há dois mil anos habitou a Terra e deixou o ensinamento do caminho que devemos seguir, agora em Amor e Liberdade.

Estimados leitores, convido-os a fazer, nessa Época de Micael, a Oração da Pedra Fundamental, para que todos nós unidos através dessa Oração possamos formar, ainda que discreta, uma comunidade do Bem, e que a nossa Oração sincera e conjunta seja elevada até o Arqueu Micael, como uma singela contribuição para a sua Celebração ao redor do Mundo.

"Na virada dos tempos

Entrou a luz do espírito do Cosmo

Na corrente terrestre do ser

Treva da noite deixara de imperar

A clara luz do dia resplandeceu nas almas dos homens

Luz que aquece

Os pobres corações de pastores

Luz que ilumina

As sábias cabeças de reis

Luz divina

Cristo Sol

Aquecei nossos corações

Iluminai nossas cabeças

Que se torne bom o que nós com o coração queremos fundar

O que nós a partir da cabeça com metas seguras queremos guiar"

R. Steiner

 

RITA PAULA WEY NUNES DA COSTA

sábado, 19 de setembro de 2020

A SENDA DO BACON ORGÂNICO Os 300 que habitam em mim saúdam os 300 que habitam em você

 

Há alguns anos fui conhecer a escola Waldorf de Nova York e fiquei hospedado na casa de uma amiga. A casa ficava, coincidentemente a apenas algumas quadras da escola e, sempre que podia, essa minha amiga me dizia:

- Quero levar você a um restaurante de comidas orgânicas.

Em minha imaginação aparecia um restaurante vegetariano, com ex-hippies cabeludos vestindo camisetas de tie dye, lojinha de artigos indianos no canto, cheiro de incenso, folhetos de aulas de yoga. No cardápio bardana, arroz integral, vegetais etc. O pacote completo da minha ideia já solidificada, de meu preconceito.

O tempo foi passando e perto de minha partida minha amiga quis me levar ao tal restaurante orgânico. Para meu espanto, entramos em uma hamburgueria moderna, com várias máquinas de cerveja artesanal, cheiro de carne, batatas fritas, cebolas fritas e porções de bacon. Um pacote que não combinava com minha fantasia. Achei que ela tinha mudado de ideia e falei do tal orgânico de que ela sempre falava e tinha me deixado curioso.

-Mas é esse, aqui é tudo orgânico, a cerveja, a carne, o bacon...

Rimos.

O evento me marcou e desde então tenho inventariado situações que trazem em si aparentes contradições mas que podem conviver muito bem se as aprofundarmos um pouco. Estamos acostumados com certos pacotes e quando os pacotes vem em combinações diferentes estranhamos, mesmo que não tenhamos nada contra nenhum deles. Já encontrei rap evangélico, heavy metal católico, skatistas cristãos, grupo de antropósofos motociclistas fãs de Harley Davidson, viola caipira tocando chorinho, funk evangélico, movimento de índios gays bolivianos etc. Se achar mais algum me avise!

Tenho usado a ideia do bacon orgânicocomo modelo de convivência e de surpresa agradável. Acho que no mundo atual, dos homens partidos do Drummond, dos homens ocos do T.S. Eliot estamos precisando nos abrir para novas combinações, por mais estranhas e curiosas. Precisamos nos lembrar do Mário de Andrade que nos conta que somos (...) trezentos, trezentos e cinquenta”.

No nosso mundo superficial e dualista, de alinhamentos automáticos, de presunções e preconceitos, de violências e falta de escuta eu quero descobrir os trezentos, trezentos e cinquenta de mim e dos que me rodeiam. Talvez este seja nosso desafio de Micael nesta época de recolhimento, em que temos menos contato ainda com o outro. Nesta época em que o outro se resume a um pequeno quadradinho bidimensional que engasga, some de repente e perde muito de sua humanidade.

Meu refresco de alma é que todos percebem a grandeza do encontro, do abraço, dos trezentos que há em mim e nos trezentos que há no outro. Tomara que a Senda do bacon frito” consiga nos despertar para a riqueza de nós mesmos e dos outros.


Daniel Kulaif
prof. de classe do colégio waldorf micael de sp desde 2006

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

CORAGEM E BRAVURA

 


A palavra CORAGEM vem do latim, CORATICUM. 'Cor' significa coração e 'aticum' significa ação. Portanto, numa tradução literal, coragem significa "ação do coração".

Ponderar, do latim 'ponderare', é pesar, atribuir peso até equacionar as medidas, equilibrando-as. 

Assim, não é o espírito que deve estar a serviço do coração. Mas o contrário. É o coração que deve estar a serviço do Espírito.

Se colocarmos nosso espírito a serviço do nosso coração, podemos incorrer em erros, enganos, cegueira emocional. O mesmo ocorre se colocarmos nossa vontade à serviço do coração. 

Mas se ao contrário, colocarmos o nosso coração a serviço de nosso espírito ou força espiritual, teremos firmeza de espírito diante de uma situação difícil. Podemos depositar amor aos nossos pensamentos e ideias, deixando que esse amor seja ao mesmo tempo direcionado por um espírito guiado por sabedoria, o mesmo ocorrendo com a nossa vontade, que deve ser disciplinada e ponderada  pelo espírito ao receber a coragem do coração.

Amor e coragem. Dois sentimentos genuinamente gerados do coração, mas que não se confundem com o coração, que é instrumento, logo não são  sinônimos. Pois o mesmo coração que gera amor e coragem, também gera o ódio e o medo.

Tudo o que gera, vive por si mesmo, em plena potência. É potência em si. E tudo que é potência nasceu para continuar gerando, doando e servindo. Por isso o coração está no meio. Para doar-se e servir ao espírito e à vontade. É potência e tudo que é imanente, dá, doa e gera abundantemente. O que nosso coração  tem gerado abundantemente ao nosso espírito e vontade nesses tempos difíceis? 

O coração não manda. O coração serve. Onde o coração mandar, é porque deixou de servir. E um coração que não sirva aos outros, perde sua potência e seu sentido de existir. Um coração só deixa de servir, quando deixa de bater. 

Um bom líder não manda com o coração. Mas serve com o coração e lidera com o espírito ponderado, aquecido no amor e na coragem de fazer e realizar o que é preciso. 

Coragem é a ação do coração que não manda, nem ordena, mas transforma-se em energia, que é recebida e direcionada pelo Espírito. E um Espírito pleno de amor e coragem sabe o que fazer.

Já a palavra "bravura" vem do latim 'barbrus', de bárbaro. Barbárie é algo ocasiado por selvageria, ausência de razão ou direção espiritual, força irracional ou não ponderada pelo Espírito.

Bravura vem do corpo, é força física, que prescinde da direção do Espírito.

Quando você toma coragem é  porque você já se convenceu em espírito e coração, que precisa fazer algo. A coragem, energia do coração, 'ativou' o espírito a raciocinar, ponderar e a direcionar sua vondade. E um espírito elevado em amor e coragem torna-se o Espírito que verdadeiramente conduz e direciona sabiamente a vontade.

 

IRA E ÓDIO

 

A irá é pontual. Ela vem e vai rápido e dura apenas o necessário.

O ódio permanece, ocupa tempo e espaço. É alimentado.

A ira é potência. Ela destrói para transformar, é ativa. O ódio é impotência. Ele se alimenta da impotência diante de algo, que ele julga precisar ser transformado, mas não possui a coragem ou a capacidade para o fazer.

A ira é sempre impetuosa, mas corajosa, requer coragem. O ódio é sempre silencioso e covarde. E sendo covarde, apoia-se no medo.

A imagem de um anjo  empunhando uma lança é um chamado contra a covardia do ódio, da intolerância e do medo que o ódio impõe. 

A ira pode ser dos anjos, daqueles que se elevam para harmonizar ou equacionar as forças, não no grau racional dos homens, mas em potência ou consciência ativa. Porém, não o ódio. 

O ódio é sempre dos anjos caídos, amedrontados, sem consciência e acovardados, que passam anos alimentando sua impotência, envenenando almas através do medo e  atuando na sombra da sua covardia.

Nunca a coragem ou "cor actus", a ação do coração, foi tão necessária como antídoto ao ódio, quanto agora, nesses tempos sombrios que estamos vivendo. 

O mundo sempre nos exigiu coragem e de vez em quando alguma ira. Mas  desconfie de quem só dissemina medo ou o seu ódio e intolerância, amparados na sua eterna impotência cognitiva e espiritual de transformar as coisas.

 

 A ESPADA E A BALANÇA

 

Na Idade Média 90% da população no mundo todo  não sabia ler ou escrever. No início do século XX esse índice ainda era de 70%. Um índice altíssimo, mesmo passados cinco séculos. 

Imaginemos um mundo onde a maioria da população não domina a leitura e a escrita. Como ensinar valores morais ou espirituais? Muitas vezes a palavra oral falhava; as pessoas, sem instrução, não compreendiam muitas palavras, que não eram do seu uso ou domínio no dia a dia.

Por isso a religião recorreu às imagens. Era mais do que uma suposta idolatria ou valorização da Arte como forma de lapidar as almas. Era também um modo de dizer. Daí tanta pintura sacra, representando santos e suas virtudes, especialmente numa igreja, cujas missas eram rezadas em latim, uma língua morta em meio a diferentes línguas, dialetos e idiomas e que só deixaram de ser rezadas em latim em 1960. 

Como representar então a coragem e a justiça, sem o uso das palavras? 

Para a coragem, a imagem da espada. Para a justiça a imagem da balança. Assim que toda uma iconologia ou iconoclastia foi criada pelas religiões mas, na medida em que as pessoas foram se letrando, sofisticando o pensamento por meio da aquisição da leitura e da escrita, essas imagens perderam seu sentido latente.

Hoje nosso grande desafio é transformar essas imagens em consciência ativa, com presença e força de Espirito, aquecidas por um coração amoroso e que disciplinem nossa vontade para um atuar pleno de sentido humano. 

Débora Martins

domingo, 30 de agosto de 2020

Breves reflexões sobre a Liberdade

 


Falar sobre Liberdade, sob a luz da Antroposofia, é uma tarefa exigente e desafiadora, então vou tentar colocar nesse texto algumas reflexões para os amigos leitores e amigas leitoras, com o fim de convidá-los a seguir nessa jornada comigo.

Caros amigos vocês já se fizeram essas perguntas:

Quando sou livre?

O que está por trás dessa liberdade?

Muitas pessoas respondem as perguntas sobre liberdade através de relatos como admirar uma praia bonita com o mar calmo ou na montanha contemplando uma paisagem de árvores e plantas.

Pessoas também respondem através de ações, como por exemplo: sou livre quando faço algo que me agrada e faz sentido, ou então quando faço o que quero.

Mas podemos nos aprofundar um pouco mais sobre essas perguntas sem invalidar as respostas dadas acima.

O que os dois relatos tem em comum?  O pensamento. 

“Observação e pensar são os dois pontos de partida de toda busca cognitiva consciente do ser humano.”  Rudolf Steiner GA 4

Assim, temos que tomar por base o pensamento e a observação para refletirmos sobre a Liberdade.

Em relação à contemplação das paisagens usamos nosso pensamento construindo representações mentais das plantas ou da praia, elas mobilizam um sentimento de prazer em nós, e como Steiner diz: “Também aqui o pensamento é o pai do sentimento.” GA 4.

No momento em que agimos para algo prazeroso, em primeiro lugar surge o pensamento da ação para depois executarmos a ação em si, nesse momento temos que respeitar toda uma convenção social presente na cultura da época, do lugar, não podemos simplesmente agir sem nenhum critério previamente analisado, então se conclui que, nas nossas ações concretas, nós não somos livres.

Mas podemos expandir nossa consciência, e podemos fazer um exercício de colocar o pensar como objeto de observação, isto é, pensar o pensar. Para esclarecer melhor a afirmação acima temos as palavras de Steiner em GA 4.

“Pelo fato de dirigir o seu pensar para a observação, ele tem consciência dos objetos; quando dirige o seu pensar sobre si mesmo, obtém consciência de si próprio, ou seja, autoconsciência....Ora, quando o pensar dirige atenção para sua própria atividade, ele tem em si mesmo, ou seja, seu sujeito, como objeto diante de si.”

Com esse exercício podemos enxergar os porquês dos pensamentos que pensamos, e de onde eles vêm, acessando nossos arquivos da memória que nos motiva pensar desse modo, e vamos observar que ações são praticadas a partir de pensamentos superficiais, levando em conta condicionamentos sociais ou normas, essas ações não são livres, mas as ações praticadas através do pensamento intuitivo, sem esperar nada em troca e em amor, essas sim são totalmente livres.

Do mesmo modo temos a prática de meditação, a busca por um autoconhecimento, nesse momento podemos observar nosso pensar, nossa respiração, cada parte do nosso corpo conscientemente, e essa meditação é feita em total liberdade, pois também não somos coagidos a praticá-la, a ação de meditar é livre.

Mas hoje, em plena Época da Alma da Consciência, Steiner nos convida a desenvolver o pensar intuitivo, para que a nossa ação seja executada em liberdade, pois a partir da observação do pensar podemos agir conforme o mundo das ideias.

“[…] encontra a liberdade como característica das ações que fluem a partir das intuições da consciência. Nessas considerações sobre a vontade humana, foi apresentado o que o ser humano pode vivenciar em suas ações para chegar à consciência, por meio dessa vivência: Minha vontade é livre. É de significado especial, que a justificativa para caracterizar uma vontade como sendo livre é obtida por meio da vivência: na vontade se realiza a intuição de uma ideia. Isso só pode ser o resultado da observação.” Rudolf Steiner GA 4.

Mas como desenvolver o pensar intuitivo?

Queridos amigos e amigas, vamos verificar na nossa vida cotidiana quantas ações são realizadas em “piloto automático”, vamos agindo de acordo com as pressões, convenções até mesmo seguindo uma religião.

Vejamos, peguemos um livro cujo tema central é mais denso, complexo e exigente e quando começamos a lê-lo, acabamos pensando na lista do supermercado, mesmo lendo as palavras e parágrafos. Ora, nem paramos para observar o nosso pensar, ele foi automático, mas vamos à experiência, lemos o mesmo livro analisando cada palavra e cada parágrafo o seu sentido, observando como isto se dá no nosso pensar, eu posso chegar a tirar conclusões sobre o livro por mim mesmo, porque estou consciente na leitura do livro.

Esse exemplo acima mostra como desenvolver o pensar intuitivo, quando  pensamos sobre o pensar  Steiner o chama de estado de exceção, porque  o pensar cotidiano  se dá através de representações mentais passando na nossa mente o tempo todo, é um estado comum, mas o pensar como objeto de observação do pensamento, este sim é um estado de exceção, pois necessita esforço próprio, e a partir desta prática começamos a fortalecer a nossa capacidade de atenção, buscamos sentido para os fatos, temos maior senso crítico e avaliamos se a decisão de agir  que  tomamos  é fruto da influência de algo externo a nós,  de algum  preconceito enraizado ou de “gatilhos” de memória de fatos que  nos influenciaram no passado.

Deste modo, passamos a agir no cotidiano com mais consciência, pois a capacidade de observação do pensar expande a nossa atenção ao todo, e assim, nossa ação poderá ser praticada conscientemente e em amor que nos leva a liberdade.

Portanto, o desenvolvimento do pensar intuitivo nos torna mais autoconsciente.

Podemos visitar a nosso passado e vermos também que, quantas vezes nós também agimos através do pensar intuitivo, tivemos situações onde observamos o nosso pensar, acessamos o mundo das ideias e chegamos a uma conclusão por nós mesmos, sem qualquer influencia de alguém ou pressão exterior que nos obrigasse, sem nenhuma expectativa de ganho, então podemos afirmar que nossa ação foi praticada em Amor que proporcionou a Liberdade.

Como disse Rudolf  Steiner em GA 4:

“Os espíritos livres, porém, não se conformaram com tal escravidão. Eles se levantam a partir do momento em encontram a si mesmos para seguirem os seus caminhos em meio ao caos das convenções, obrigações e exercícios religiosos. Eles são livres quando seguem apenas a si mesmos, não livres quando se submetem. Quem pode dizer que é livre em todas as suas ações? Mas em cada um existe uma essência profunda na qual se expressa um homem livre.

Nossa vida se compõe de ações livres e não livres. Não é possível formar por completo a ideia do homem sem pensar no espírito livre como expressão mais pura do homem. Verdadeiramente homens somos apenas como seres livres.

Muitos dirão que isso é um ideal. Sem dúvida! Mas é um ideal com fundamento em nossa essência e que está vindo à tona. Não é um ideal abstrato ou sonhado, mas um ideal que possui vida própria e se anuncia claramente mesmo em suas manifestações pouco perfeitas.”

O desafio da nossa época é trilhar um caminho de autoconhecimento e autodesenvolvimento, quanto mais nós praticamos o pensar intuitivo, mais encontramos conceitos únicos e claros que nos definem, e com isso conseguimos atuar cada vez mais no mundo com a força do Amor que faculta a liberdade, pois nos conhecendo temos maior clareza para refletir sobre nossas atitudes.

O agir a partir do pensar intuitivo é uma prática diária, não se consegue por passe de mágica, é uma meta a ser conquistada, mas quando agimos, seja em maior ou menor grau a partir desse modo de pensar, temos a nítida sensação de que foi uma ação genuinamente nossa e nos sentimos totalmente livres.

Temos que conviver diariamente com a pergunta: “Se eu soubesse o que realmente eu deveria fazer?” Mas quando encontramos as respostas corretas e agimos a partir do pensar intuitivo iremos também perceber que fomos instrumentos de forças superiores que nos auxiliaram e capacitaram além do que nós nos julgamos capazes, e então podemos dizer que, prestamos um serviço à meta de desenvolvimento da humanidade, se tornar a Décima Hierarquia da Liberdade e do Amor.

Em GA 4 Rudolf Steiner completa:

“A natureza faz do homem um mero ser natural; a sociedade, um ser que age conforme leis; um ser livre somente ele pode fazer de si mesmo. A natureza abandona o homem em determinado estado de sua evolução; a sociedade o conduz  alguns passos adiante; o último aperfeiçoamento somente ele pode dar a si mesmo.”

Caros companheiros de jornada na Ciência Espiritual essa é a minha pequena contribuição a partir do tema Liberdade, que é muito amplo e fascinante.

Agora eu finalizo o tema com um verso de Steiner, os quais podem ser meditados diariamente, a fim de nos fortalecer na prática do pensar como objeto de observação.

“Quando deixa viver

Nos alvos campos do espírito

A pura força do pensar,

A alma apreende a liberdade em seu saber,

Mas quando, com sua vida plenamente assumida,

Cônscio de sua liberdade, o homem

Insere na vida sua força de vontade,

A liberdade celebra sua realidade."

 

Rita Paula Wey Nunes da Costa

 

quarta-feira, 8 de julho de 2020

DURMA COM OS ANJOS


“Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.”
Clarice Lispector


 - Boa noite, durma com os anjos!
Uma frase bastante comum na minha infância, quando minha mãe se despedia de mim, na hora de dormir.
E, no resgate dessa lembrança, associada a alguns novos conhecimentos, me disponho a falar sobre algo que envolve nossos hábitos e que podem ser realizados 'no piloto automático' ou com consciência.

Quando minha mãe se despedia de mim, na hora de dormir, ela transmitia que ali se encerrava um ciclo, e que dormir com os anjos me prepararia para o novo ciclo no amanhecer.

Ao dormir, nossa alma se distancia de nosso corpo físico e se envolve com outras questões. Quais questões ? O que determina isso ? Posso dizer que, quanto mais consciência tivermos desse processo, mais claro isso se torna.

Temos o tempo de acordar e o tempo de dormir. Isso implica na necessidade que temos de realizar um descanso, certo? E, talvez a pausa precise ser considerada também num outro sentido, ou seja, o que estamos pausando mesmo ?! E de que modo?
Dado o conhecimento de que somos seres espirituais encarnados, quando estaremos descansando? No tempo acordado ou no tempo dormindo?

'Alguém' por aí já disse: Nem só de pão vive o ser humano. Pois é, esse ser que sabia das coisas, revelou numa simples frase que não é apenas importante alimentar e cuidar do corpo físico, que precisamos de outras coisas para nos sentirmos nutridos.

"A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte..." é uma resposta que, na atualidade, se aproxima um pouco mais do vislumbre de outras instâncias. 
Em seu livro 'Teosofia', R. Steiner diz:
Assim como não conhecemos inteiramente uma pessoa quando só temos uma ideia de sua aparência física, tampouco podemos conhecer o mundo que nos cerca quando só sabemos dele o que nos revelam nossos sentidos físicos. (...)Nós só podemos compreender totalmente o mundo físico ao discernirmos seu fundamento anímico e espiritual.
Reconhecendo que além de corpo, temos também alma e espírito, vamos voltar a refletir sobre o sono, e o que pode acontecer entre estes três universos que compõe nossa existência terrena, enquanto seres humanos.

O que se passa quando dormimos ?
O sono se revela como portal de acesso ao mundo espiritual. Nossa organização anímica se distancia desta realidade para se deparar com outras vivências, e através delas se abastecer para continuar sua existência com mais orientação, de acordo com seus próprios valores. Nessa esfera, nossa alma pode se desfazer do lixo acumulado, pode se nutrir, pode recolher orientação, pode rever seus passos e redirecionar determinadas escolhas.
No sono, a alma, ao acessar as esferas espirituais, pode se reconectar com seu propósito de vida, na Terra. Para isso, precisamos nos preparar para o sono.
E se, quando criança, absorvi essa orientação, também fiz assim com minha filha, e ao acompanhá-la para o adormecer, contava uma bela história, depois trazia o verso da noite, e assim ela podia embarcar para uma boa noite de sono. Uma amiga, contou, dia desses, que sua mãe antes de dormir, enfatizando a importância de uma conexão com o plano espiritual e a preparação para o sono, lhe dizia: "Não somos bichos, somos seres humanos. Bichos, se deitam e dormem, nós precisamos fazer contato com nosso anjo da guarda através de uma oração, para entrarmos no mundo do sono." É como nosso 'Olá!' para ele, "vim te visitar".

Como podemos dar nosso 'Olá!' para o plano espiritual, quando adultos ? podemos repassar a nossa própria história, a história do dia que acabamos de vivenciar, em retrospectiva, e colher os aprendizados, nos confrontarmos com as vivências inadequadas, enfim, separar o joio do trigo. Isso ativa nossa consciência para atravessar o portal do sono, e praticamente orienta, a partir das nossas reflexões, o encaminhamento das nossas vivências para as esferas mais sutis.
A partir disso, podemos colher, mais direta e ou conscientemente, a orientação que precisamos.

E na manhã seguinte, ao despertar, antes de nos levantarmos, podemos nos deter por uns instantes, para recolher as lembranças, seja por meio de uma imagem que nos salta, ou uma palavra, ou uma sensação. A intuição que surge é um anúncio do plano espiritual, a sensação que desperta pode ser um tema a ser investigado.

A partir dessas práticas diárias, vamos nos conectando com a nossa essência, e a partir dela, nossa consciência se amplia.
Quando entramos mais em nós mesmos? Quando, dentro do sentimento geral da vida, percebemos o que sempre temos como nossa consciência na condição de vigília; quando percebemos quem somos; quando nos experimentamos interiormente; quando sentimos quem somos nós. (GA-199 - R. Steiner) 
Não só durma com os anjos, mantenha-se em conexão com eles durante todo o seu dia. Assim, teremos  o mundo espiritual mais presente.

Olivia Gonzalez
Aconselhadora biográfica, terapeuta corporal e terapeuta floral

terça-feira, 23 de junho de 2020

ÉPOCA DE JOÃO BATISTA


Com a celebração do dia de São João em 24 de Junho vamos entrar na Época de João Batista, assim, quis fazer um texto para homenagear essa individualidade tão grandiosa e importante para o Cristianismo e para a Antroposofia.
Na época da vinda do Cristo há dois mil anos, a humanidade estava cada vez mais enraizada em conceitos pregados por falsos messias, e a religião totalmente adormecida para o espiritual, reduzida a um templo burocrático aliado ao poder dominador da época.
Assim, podemos dizer que a humanidade estava atravessando um deserto anímico.
João, primo de Jesus de Nazareth, que viveu entre os Essênios, educado para ser sacerdote, atingindo alto grau de iniciação passa a exortar: “Preparai o caminho”, “Mudai vosso pensar”, “Arrependei-vos por que é chegado o reino dos céus”, para que a humanidade pudesse perceber a existência do mundo espiritual e os ensinamentos do Cristo, o Messias, que estava para vir, por isso ele também é conhecido como a Voz que clama no Deserto, o deserto anímico da humanidade para que ela o atravesse do antigo para o novo.
A Voz anuncia que a Palavra se fará Carne e habitará entre nós.
Também dizia que ele deveria diminuir para que o verdadeiro Messias crescesse.
Ele realmente clamava uma mudança, em grego uma Metanóia, mas o que significa essa Metanóia: conforme o Pastor João Torunsky da Comunidade de Cristãos disse em sua palestra “A trindade e o impulso do batismo”:

“Metanóia significa a mudança, a transformação interior de uma pessoa, de seu modo de pensar, de seu modo de ver o mundo, do seu caráter. João Batista procurava despertar as pessoas para a necessidade da metanóia, de direcionar a consciência para o divino, para valores de qualidades humanas.” 

Portanto, uma mudança do modo de pensar, para um pensar mais consciente, através do autoconhecimento, que a humanidade deveria saber separar o essencial do supérfluo na vida, e também ter a capacidade de auto julgar seus atos, e eles não serem mais atrelados às leis e mandamentos externos, mas sim, fundamentado no que é ético e moral, sermos verdadeiramente humanos.
João Batista somente batizava pessoas adultas, e os que ele julgava preparados para esse batismo, para essa mudança, por isso pedia que os seres humanos preparassem o caminho para poderem mudar de um pensar antigo morto para um pensar vivo em consonância com as verdades espirituais.
Pois, durante o batismo as pessoas eram mergulhadas nas águas do Rio Jordão, e ficavam submersas por um tempo até experimentarem o desprendimento do corpo etérico, através da experiência de quase morte, e assim podiam reconhecer o mundo espiritual nesta vivência.
Hoje, como estamos em plena era da Alma da Consciência, iniciada em 1413, os seres humanos devem cada vez mais desenvolver o autoconhecimento, por livre vontade, em total liberdade, sem a forma do Batismo no Rio Jordão, o desprendimento do corpo etérico, agora, conscientemente, seguindo os ensinamentos deixados pelo Cristo, a humanidade deve diminuir o seu ego de homem velho, seus limites para dar lugar ao homem novo, com o seu Eu Superior despertado a partir da força sanante do Cristo.
Assim nos ensina Emil Bock:

“João continua sendo aquele que prepara seu caminho. À medida que seres humanos aceitarem Cristo em suas almas, um novo crescimento pode começar. O homem pequeno, encolhido, diminuto, dotado de ego recebe a semente da nova grandeza. A antiga grandeza cósmica de João ressurgirá um dia, quando seres humanos aprenderem a crescer para além de seus limites por causa do Cristo neles.”

Para vivenciarmos a Época de João Batista hoje, nós como humanidade, não podemos deixar de nos relacionar com a tarefa da nossa época, a Alma da Consciência, nos abrir conscientemente para as revelações do Mundo Espiritual, a vivência do Cristo no plano etérico, e desenvolvermos cada vez mais uma clarividência consciente adquirida através dos estudos da Ciência Espiritual.
O Profeta João Batista clamava isso, ele representava ainda a sabedoria antiga, mas se deixou permear pela nova sabedoria e passou a anunciá-la, que a os seres humanos despertem para a consciência de um “Eu” individualizado pleno de sabedoria permeado com a qualidade cristã.
Assim, quando, nós seres humanos, damos um passo para esse autoconhecimento, o Mundo Espiritual pode se revelar e emanar vida e força, então todos poderemos através do físico-sensório reconhecer o mundo suprassensível, em liberdade, e dar um passo na nossa evolução.
Para ilustrar o texto segue um verso, de Ruth Salles, que congrega a nossa tradição de Festa Junina, com os ensinamentos desse Profeta tão importante para a Humanidade.
“Aqui,
Na noite antiga de garoa e frio fino,
Subiam balões de luz em honra do primo de Jesus,
São João menino.
E, em nosso coração cada balão,
Subindo rápido em linha reta,
Era o próprio João Menino se transformando em João Profeta.
Era o Profeta,
Que parecia o clarão da madrugada,
Antecedendo a chegada do Sol Nascente,
Da maior Luz:
O CRISTO JESUS”             

Rita Paula Wey Nunes da Costa

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