terça-feira, 23 de junho de 2020

ÉPOCA DE JOÃO BATISTA


Com a celebração do dia de São João em 24 de Junho vamos entrar na Época de João Batista, assim, quis fazer um texto para homenagear essa individualidade tão grandiosa e importante para o Cristianismo e para a Antroposofia.
Na época da vinda do Cristo há dois mil anos, a humanidade estava cada vez mais enraizada em conceitos pregados por falsos messias, e a religião totalmente adormecida para o espiritual, reduzida a um templo burocrático aliado ao poder dominador da época.
Assim, podemos dizer que a humanidade estava atravessando um deserto anímico.
João, primo de Jesus de Nazareth, que viveu entre os Essênios, educado para ser sacerdote, atingindo alto grau de iniciação passa a exortar: “Preparai o caminho”, “Mudai vosso pensar”, “Arrependei-vos por que é chegado o reino dos céus”, para que a humanidade pudesse perceber a existência do mundo espiritual e os ensinamentos do Cristo, o Messias, que estava para vir, por isso ele também é conhecido como a Voz que clama no Deserto, o deserto anímico da humanidade para que ela o atravesse do antigo para o novo.
A Voz anuncia que a Palavra se fará Carne e habitará entre nós.
Também dizia que ele deveria diminuir para que o verdadeiro Messias crescesse.
Ele realmente clamava uma mudança, em grego uma Metanóia, mas o que significa essa Metanóia: conforme o Pastor João Torunsky da Comunidade de Cristãos disse em sua palestra “A trindade e o impulso do batismo”:

“Metanóia significa a mudança, a transformação interior de uma pessoa, de seu modo de pensar, de seu modo de ver o mundo, do seu caráter. João Batista procurava despertar as pessoas para a necessidade da metanóia, de direcionar a consciência para o divino, para valores de qualidades humanas.” 

Portanto, uma mudança do modo de pensar, para um pensar mais consciente, através do autoconhecimento, que a humanidade deveria saber separar o essencial do supérfluo na vida, e também ter a capacidade de auto julgar seus atos, e eles não serem mais atrelados às leis e mandamentos externos, mas sim, fundamentado no que é ético e moral, sermos verdadeiramente humanos.
João Batista somente batizava pessoas adultas, e os que ele julgava preparados para esse batismo, para essa mudança, por isso pedia que os seres humanos preparassem o caminho para poderem mudar de um pensar antigo morto para um pensar vivo em consonância com as verdades espirituais.
Pois, durante o batismo as pessoas eram mergulhadas nas águas do Rio Jordão, e ficavam submersas por um tempo até experimentarem o desprendimento do corpo etérico, através da experiência de quase morte, e assim podiam reconhecer o mundo espiritual nesta vivência.
Hoje, como estamos em plena era da Alma da Consciência, iniciada em 1413, os seres humanos devem cada vez mais desenvolver o autoconhecimento, por livre vontade, em total liberdade, sem a forma do Batismo no Rio Jordão, o desprendimento do corpo etérico, agora, conscientemente, seguindo os ensinamentos deixados pelo Cristo, a humanidade deve diminuir o seu ego de homem velho, seus limites para dar lugar ao homem novo, com o seu Eu Superior despertado a partir da força sanante do Cristo.
Assim nos ensina Emil Bock:

“João continua sendo aquele que prepara seu caminho. À medida que seres humanos aceitarem Cristo em suas almas, um novo crescimento pode começar. O homem pequeno, encolhido, diminuto, dotado de ego recebe a semente da nova grandeza. A antiga grandeza cósmica de João ressurgirá um dia, quando seres humanos aprenderem a crescer para além de seus limites por causa do Cristo neles.”

Para vivenciarmos a Época de João Batista hoje, nós como humanidade, não podemos deixar de nos relacionar com a tarefa da nossa época, a Alma da Consciência, nos abrir conscientemente para as revelações do Mundo Espiritual, a vivência do Cristo no plano etérico, e desenvolvermos cada vez mais uma clarividência consciente adquirida através dos estudos da Ciência Espiritual.
O Profeta João Batista clamava isso, ele representava ainda a sabedoria antiga, mas se deixou permear pela nova sabedoria e passou a anunciá-la, que a os seres humanos despertem para a consciência de um “Eu” individualizado pleno de sabedoria permeado com a qualidade cristã.
Assim, quando, nós seres humanos, damos um passo para esse autoconhecimento, o Mundo Espiritual pode se revelar e emanar vida e força, então todos poderemos através do físico-sensório reconhecer o mundo suprassensível, em liberdade, e dar um passo na nossa evolução.
Para ilustrar o texto segue um verso, de Ruth Salles, que congrega a nossa tradição de Festa Junina, com os ensinamentos desse Profeta tão importante para a Humanidade.
“Aqui,
Na noite antiga de garoa e frio fino,
Subiam balões de luz em honra do primo de Jesus,
São João menino.
E, em nosso coração cada balão,
Subindo rápido em linha reta,
Era o próprio João Menino se transformando em João Profeta.
Era o Profeta,
Que parecia o clarão da madrugada,
Antecedendo a chegada do Sol Nascente,
Da maior Luz:
O CRISTO JESUS”             

Rita Paula Wey Nunes da Costa

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