quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

O desenvolvimento da autoconsciência


Na cultura egípcia, 3000aC, não existia a palavra “eu”. A consciência era do grupo e não do indivíduo. Era um EU coletivo.
É na Grécia, quando nasce o intelecto, que se desperta a consciência do EU. Já dizia o filósofo Descartes: “Penso, logo existo”.
A partir daí damos grandes saltos na individualidade do Homem.
Acontece o despertar do mundo material, da ciência, da vida econômica, dos conhecimentos, dos pensamentos filosóficos...
Ao mesmo tempo, vamos perdendo gradativamente os vínculos com os mundos espirituais, a força do grupo, das tradições e o contato com a natureza.
Quando olhamos para a biografia do Ser Humano dentro da nossa cultura pelo olhar da Antroposofia, vemos que enquanto bebês e crianças, estamos muito mais conectados a nossa entidade espiritual do que a individuação do EU.
Será a partir dos setênios posteriores que nossa identidade irá nascer e assim iremos despertando essa consciência do EU.
Na essência espiritual, somos todos amor incondicional, somos uma coisa só, uma fonte divina.
Mas para atuarmos no mundo, criamos identidades, que seriam as nossas personas, nossas máscaras, nossos tons, sabores únicos, que se apresentarão pelo nosso pensar, sentir e agir.
E aí temos duas grandes tarefas aqui nesse mundo, uma é trabalhar essa personalidade para que esteja cada vez mais no seu campo saudável, alinhada com sua essência e, a outra, é aproximar-se dessa essência espiritual que é o retorno à fonte divina que está dentro de nós.
Sobre a essência espiritual, vou deixar para falar em outro momento. Agora gostaria de falar dessa essência da nossa personalidade, daquela que talvez conheçamos mais, seja pelo nosso próprio olhar, ou pelos olhares das pessoas que estão ao nosso redor, que servem de espelhos para nós.

Quem é você?

Quantas respostas diferentes você poderia dar para essa mesma pergunta?
Quais são as facetas do seu Ser?
Quais gosta mais e quais gosta menos?
Quais já deixou ir, quais se mantêm, e quais tem buscado transformar?
O que parece ser estrutural, aquilo que não muda, que você pode mudar de cidade, país, de amigos, parceiros, trabalho, mas percebe que está sempre ali, como uma tendência sua a agir e reagir no mundo?
Qual a sua luz única no mundo?
Se você deixasse de existir, o que o mundo estaria perdendo?
Perguntas para nos ajudar a voltar para dentro, a se olhar, rever e reconhecer.
E acima de tudo, se ACEITAR.
Cada ser é único na sua essência, mesmo que juntos, na fonte mais profunda, sejamos uma coisa só, AMOR.
O que mais tenho percebido nos processos de desenvolvimento pessoal que conduzo é uma grande falta de autoconhecimento e autoaceitação.
Não sabemos quem somos. Não nos reconhecemos. Não nos aceitamos.
E se agimos a partir desse não reconhecimento, estamos agindo da sombra, e assim nos conectaremos a outras sombras, cocriando realidades não saudáveis, a partir do medo, da raiva, da inveja, da dor...
Precisamos estar na luz! Precisamos conectar com a nossa essência, com a nossa verdade, a nossa fonte de amor para assim conectarmos com a luz do outro e cocriarmos realidades mais saudáveis e amorosas.
A evolução da consciência acontece quando sabemos reconhecer e conciliar com todas essas partes, luz e sombra, que existem dentro de nós, e, a partir daí, poder escolher de qual lugar queremos estar no mundo.
Que sejamos mais luz!

Marcela Lempé Madruga
Psicóloga e Coach

Facilitadora do desenvolvimento humano, apaixonada por autoconhecimento e experiências que ampliem a consciência. Mais sobre mim: www.essenciadesenvolvimento.com.br / https://medium.com/@marcelalempe

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