Na cultura egípcia, 3000aC, não existia a
palavra “eu”. A consciência era do grupo e não do indivíduo. Era um EU
coletivo.
É na Grécia, quando nasce o intelecto, que se
desperta a consciência do EU. Já dizia o filósofo Descartes: “Penso, logo
existo”.
A partir daí damos grandes saltos na
individualidade do Homem.
Acontece o despertar do mundo material, da
ciência, da vida econômica, dos conhecimentos, dos pensamentos filosóficos...
Ao mesmo tempo, vamos perdendo gradativamente
os vínculos com os mundos espirituais, a força do grupo, das tradições e o
contato com a natureza.
Quando olhamos para a biografia do Ser Humano
dentro da nossa cultura pelo olhar da Antroposofia, vemos que enquanto bebês e
crianças, estamos muito mais conectados a nossa entidade espiritual do que a
individuação do EU.
Será a partir dos setênios posteriores que
nossa identidade irá nascer e assim iremos despertando essa consciência do EU.
Na essência espiritual, somos todos amor
incondicional, somos uma coisa só, uma fonte divina.
Mas para atuarmos no mundo, criamos
identidades, que seriam as nossas personas, nossas máscaras, nossos tons,
sabores únicos, que se apresentarão pelo nosso pensar, sentir e agir.
E aí temos duas grandes tarefas aqui nesse
mundo, uma é trabalhar essa personalidade para que esteja cada vez mais no seu
campo saudável, alinhada com sua essência e, a outra, é aproximar-se dessa
essência espiritual que é o retorno à fonte divina que está dentro de nós.
Sobre a essência espiritual, vou deixar para
falar em outro momento. Agora gostaria de falar dessa essência da nossa
personalidade, daquela que talvez conheçamos mais, seja pelo nosso próprio
olhar, ou pelos olhares das pessoas que estão ao nosso redor, que servem de
espelhos para nós.
Quem é você?
Quantas respostas diferentes você poderia dar
para essa mesma pergunta?
Quais são as facetas do seu Ser?
Quais gosta mais e quais gosta menos?
Quais já deixou ir, quais se mantêm, e quais
tem buscado transformar?
O que parece ser estrutural, aquilo que não
muda, que você pode mudar de cidade, país, de amigos, parceiros, trabalho, mas
percebe que está sempre ali, como uma tendência sua a agir e reagir no mundo?
Qual a sua luz única no mundo?
Se você deixasse de existir, o que o mundo
estaria perdendo?
Perguntas para nos ajudar a voltar para
dentro, a se olhar, rever e reconhecer.
E acima de tudo, se ACEITAR.
Cada ser é único na sua essência, mesmo que
juntos, na fonte mais profunda, sejamos uma coisa só, AMOR.
O que mais tenho percebido nos processos de
desenvolvimento pessoal que conduzo é uma grande falta de autoconhecimento e
autoaceitação.
Não sabemos quem somos. Não nos reconhecemos.
Não nos aceitamos.
E se agimos a partir desse não
reconhecimento, estamos agindo da sombra, e assim nos conectaremos a outras
sombras, cocriando realidades não saudáveis, a partir do medo, da raiva, da
inveja, da dor...
Precisamos estar na luz! Precisamos conectar
com a nossa essência, com a nossa verdade, a nossa fonte de amor para assim
conectarmos com a luz do outro e cocriarmos realidades mais saudáveis e
amorosas.
A evolução da consciência acontece quando
sabemos reconhecer e conciliar com todas essas partes, luz e sombra, que
existem dentro de nós, e, a partir daí, poder escolher de qual lugar queremos
estar no mundo.
Que sejamos mais luz!
Marcela
Lempé Madruga
Psicóloga
e Coach
Facilitadora
do desenvolvimento humano, apaixonada por autoconhecimento e experiências que
ampliem a consciência. Mais sobre mim: www.essenciadesenvolvimento.com.br
/ https://medium.com/@marcelalempe
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