Inicialmente para falar de
Perdão e “Eu”, temos que diferenciar o “Eu” individual, cotidiano, egóico,
comum, que está intimamente ligado ao Ego, do “Eu” superior, espiritual,
luminoso, aquele que vive no mundo espiritual, guardado pelo nosso Anjo da
Guarda.
Este “Eu” superior atua
sempre num sentido positivo, e de proporcionar o crescimento e evolução, não
somente ao “Eu” individual, mas aos outros corpos, físico, etérico e astral, que
constituem o ser humano.
Esta é a Lei Pedagógica,
Rudolf Steiner diz em sua conferência do Curso de Pedagogia Curativa que, a
influência positiva do “Eu” espiritual só pode ser exercida do corpo superior
para o corpo inferior, nunca no sentido contrário, quando isso acontece o “Eu” superior
se retira e nós ficamos a mercê do Ego junto com o corpo astral ou do corpo
etérico junto com o corpo físico.
O “Eu” cotidiano está
intimamente ligado ao corpo astral, que é o corpo onde se manifesta nossa
simpatia ou antipatia frente à determinada pessoa ou situação. Assim quando nos
aborrecemos com determinada pessoa ou situação, nós devemos conscientemente nos
deixar sermos permeados, mesmo que parcialmente pelo “Eu” superior e
desenvolver a força da empatia em relação à pessoa que nos aborreceu, isto é,
deixar que o nosso “Eu” espiritual atue, mesmo que parcialmente e nos faça
enxergar a situação de diversas maneiras, entendendo os motivos e sofrimentos
que fizeram a pessoa agir da maneira inadequada, do que aplicar o juízo crítico
imediatamente e precipitadamente.
Assim se abre a
possibilidade do perdão sincero, sem sermos arrogantes ou soberbos, para a pessoa
que nos aborreceu.
Através da atuação do “Eu”
luminoso, sobre o perdão, abre-se a possibilidade de adquirirmos novas capacidades
para nosso “Eu” cotidiano junto com o corpo astral, como a do esquecimento dos
fatos ruins, maior tolerância com os outros indivíduos, enxergar as lições que
foram apreendidas com esse aborrecimento e ainda sentir a gratidão por tudo que
aconteceu, pois possibilitou nosso crescimento espiritual.
Esse perdão sincero advindo do
“Eu” superior também traz evolução aos corpos etérico e físico, ele proporciona
uma purificação do corpo etérico que pode ser nutrido pelas forças vitais
macrocósmicas emanadas pelo Cristo, isto dá força e vitalidade para o corpo
físico e para a alma de quem perdoou, ainda que não tenha tido uma contemplação
clarividente do Cristo, ele poderá proporcionar que outras individualidades,
através de seu intermédio, tenham uma experiência do Cristo no etérico.
Portanto, a atuação do “Eu”
superior no perdão é o caminho direto e seguro para que o Cristo no etérico
possa doar suas forças para nós e para toda a humanidade, até o momento de
termos formados os órgãos necessários para uma vivência
clarividente com “Ele”.
Para finalizar uma citação
da Dra. Ana Paula I. Cury, em seu texto - Sobre o perdão ou para virar a
página.
“Se formos humildes o
bastante para abrir mão do papel de promotores da justiça, corajosos para
assumir responsabilidade pela verdade dolorosa, e amorosos o suficiente para
reafirmar a confiança no ser essencial de cada pessoa humana, acredito que
experimentaremos uma radical transformação em nós mesmos e em nossas relações.”
Rita Paula Wey Nunes da
Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário