Aos 21 anos se dá o nascimento da alma individualizada.
Até esse momento, o EU estava tomado pela construção do
instrumento físico, o corpo, agora, a partir dos 21 anos, o EU está focado no
amadurecimento psíquico.
Neste 4º setênio, que se dá dos 21 aos 28 anos, aflora-se
nossas emoções e sensações. É a fase que nomeamos, metaforicamente, como centauro,
aquela imagem da mitologia que é metade homem e metade cavalo, passando a ideia
de que somos o cavaleiro na vida, que vai aprendendo a puxar e controlar as
rédeas de seu cavalo ainda bravo.
É uma fase de muita experimentação. Caímos e levantamos
psicologicamente, tal como acontece com a criança que está aprendendo a andar.
Momento importante para aprender experimentando,
acertando e errando, correndo riscos.
Somos tomados por ideias e acreditamos que tudo é possível,
inclusive mudar o mundo.
O eu quer aparecer, brilhar, mas também sofre por ainda
estar muito preso às expectativas dos outros em relação aos papéis que exerce
na vida (como a boa filha, o bom profissional...), que seriam as máscaras /
personas desenvolvidas, apresentando ainda uma grande necessidade de aceitação
social.
Nessa fase, muitas pessoas que tiveram oportunidade,
geralmente estão saindo da faculdade, conquistando seu papel profissional e
novas habilidades técnicas. Aprendendo a lidar com chefes, a criar novos
círculos sociais...alguns já casaram e até já tem filhos.
Falando um pouco de mim nessa fase...
Com 22 anos me formei em psicologia pela Universidade
federal do Espírito Santo. Tive meu primeiro emprego depois de formada e também
uma demissão, que resultou em mudança de rota e minha ida para Índia, onde
fiquei por 1 ano. No retorno da Índia, mudei de Vitória para São Paulo,
trabalhei em duas empresas diferentes, aprimorei minhas habilidades técnicas na
área de Desenvolvimento de Pessoas e Organizações. Me casei. Aumentei muito meu
círculo de amizades e conhecimento. Foi realmente um período de viver muito o
mundo, de me experimentar, arriscar, desbravar novos mundos e desenvolver novas
habilidades. Percebo como um período crucial da construção da minha biografia e
sou muito grata por ter tido todas essas oportunidades que me permitiram viver
esse setênio na sua maior potência. Se eu pudesse falar desse período através
de uma cor, escolheria a cor verde, que me lembra assertividade, ação e tomada
de decisão.
A vivência de cada setênio pode mudar de acordo com a
realidade e os privilégios que cada um tem, mas de uma forma geral, os 21 aos
28 anos é uma fase na qual as pessoas vão mais para o mundo com a sua mochila
nas costas.
E se torna um momento muito importante para olhar para o
que se tem nessa mochila.
O que carregamos da nossa infância e adolescência.
Aqui começa a ser escrita a biografia interna (o que
realmente desejamos, intuímos, queremos realizar) e a biografia externa (o que
a vida exige de nós).
Adquirimos a nossa “maioridade”, a capacidade plena de
assumir responsabilidade na vida.
Hora de libertar-se dos padrões, principalmente os
paterno e materno que recebemos pela educação, saindo do lugar da criança e de
relação de dependência e nos colocarmos no lugar de adulto e responsável pela
própria história.
Hora de olhar para as pedras preciosas que carregamos,
como valores, talentos e aprendizados, e também para os objetos pesados que
trazemos que não nos servem mais, como crenças e rótulos que nos limitam,
aprendidos principalmente no 2º setênio (7 aos 14 anos), e que agora podemos
deixar ir.
E você, já parou para revisitar esse seu setênio? Como
você vivenciou ou tem vivenciado o mundo dos 21 aos 28 anos? Qual cor tem esse
seu período? O que tem/tinha na sua mochila? Como a sua alma está mostrando a
sua individualização no mundo?
Marcela
Lempé Madruga
Psicóloga
e Coach
Facilitadora
do desenvolvimento humano, apaixonada por autoconhecimento e experiências que
ampliem a consciência. Mais sobre mim: www.essenciadesenvolvimento.com.br
/ https://medium.com/@marcelalempe
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