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domingo, 8 de dezembro de 2019

Fase intuitiva



A cada setênio que vamos vivendo, vai crescendo a importância de cuidarmos do nosso desenvolvimento interior, lembrando-nos de Sermos além do Ter, para assim vivenciarmos, por exemplo, a fase mística e intuitiva do 9º setênio, marcado pelo período que vai dos 56 aos 63 anos.     
Os sentidos físicos, que atuam como as janelas para o mundo exterior, vão se recolhendo lentamente. Algumas capacidades vão se alterando: usar os óculos se torna mais necessário, a audição começa a se reduzir, o paladar se modifica. Sim, o declínio físico faz parte. A questão é como vamos passar por essa fase da vida: brigando com ela ou fazendo as pazes e contemplando novas habilidades que também nascem com a maturidade.
Cada setênio traz um convite para uma ressignificação e cada crise, uma oportunidade. Cabe a nós escolhermos como atravessaremos nossa jornada. Brigar e resistir é um caminho e contemplar as mudanças e fluir com elas também é.  
Pensando em uma jornada de desenvolvimento existencial, nesse setênio colhemos o que plantamos nos setênios anteriores. Grandes obras da humanidade foram criadas por pessoas acima dos 60 anos. Conforme vamos envelhecendo fisiologicamente, as forças criativas, imaginativas, intuitivas e espirituais vão se expandindo. Essas capacidades vão se ampliando conforme foram lapidadas durante a vida.
Pode ser também um momento para aprender algo novo: aprendizagem gera renovação!
É importante que se inicie, nos anos anteriores, a preparação para um novo ritmo, cuidando do próprio tempo interno, aprendendo a apreciar as pausas, o lazer, equilibrando o Ser e o Ter para que a chegada a essa fase possa ser natural e leve.
Cada setênio nos aproxima de perguntas que podem nos ajudar em nosso desenvolvimento. Compartilho algumas questões colocadas pela Dra. Gudrun Burkhard no livro “Tomar a vida nas próprias mãos”, referente a essa fase da biografia de cada pessoa:
“O que eu consegui realizar? Há ainda tarefas que eu gostaria de completar, ou há outras a realizar?
Como eu lido com os meus empecilhos físicos ou doenças (se é que tenho alguma)?
Existem relacionamentos com questões em aberto?
Como está a questão com a aposentadoria?
Tenho momentos de graça, sentimento de gratidão e alegria?
Sou capaz de perdoar?”

Andressa Miiashiro
Psicóloga, facilito jornadas de desenvolvimento com foco em inteligência emocional e relacional, por meio do Psicodrama, Comunicação Não Violenta e Antroposofia. www.lotustalentos.com.br

domingo, 1 de dezembro de 2019

Vamos continuar vivendo


O nono setênio, na biografia humana, se inicia com 56 anos e vai até os 63 anos.
Este setênio tem como palavra principal a fase mística.
Por que essa fase é chamada mística? Porque o homem ou mulher que está nessa fase se volta mais para seu interior, é um momento de solidão, onde a vida será repassada, é um bom momento para fazer uma retrospectiva de sua vida, ou aconselhamento biográfico, a fim de tomar contato com tudo que realizou e o que deixou de realizar, e assim poder se perdoar, e seguir em frente através do desenvolvimento de atividades guardadas como sonhos no fundo da alma.
A introspecção nesse setênio proporciona ao homem ou mulher viver o espiritual em si e irradiá-lo para todos com quem convive.
Os netos são os primeiros a vivenciarem essa fase com os avós, porque como muitos netos ainda estão no primeiro setênio, e sentem o espiritual em tudo, e os avós irradiam o espiritual de dentro para fora, eles tem uma afinidade maior, e como também os avós já desenvolveram mais paciência, tendo em vista o tempo de vida e experiências vividas,  e não tem mais a obrigação de criá-los, pois isso está ao encargo dos pais, fica mais fácil a interação entre eles, porque a criança sente o verdadeiro espiritual irradiado, como bem diz Gudrun Burkhard em seu livro: Tomar a vida nas próprias mãos, pág. 147 “Essa luz espiritual interior que surge é também amada pelos netos. A afinidade entre netos e avós é grande, pois as crianças pequenas tem a luz para fora, ou como uma aura. O espiritual as envolve, não estando ainda totalmente mergulhado no corpo . Entretanto, nos mais velhos a luz está dentro e irradia para fora.”
No meu texto sobre o oitavo setênio, o tema principal versava em ter metas e objetivos que estavam guardados no coração, agora neste nono setênio o tema continua.
Agora,  a partir desta introspecção que está acentuada o importante é continuar com atividades iniciadas no setênio anterior, ou novamente se perguntar: “O que eu quero ser quando eu envelhecer?”. Nunca é tarde para começar algo que ressoa no coração como impulso para exercer uma atividade, seja ela qual for. Isso mantém, apesar do declínio físico agora mais evidente, como dito por Gudrun Burkhard   “Fisicamente as forças se retiram dos órgãos, dos sentidos e do cérebro...”,  a se manter ativo, essas tarefas iniciadas a partir da vontade do coração obrigam o homem ou a mulher  a conviver com pessoas da sua geração, ou mais jovens, a pensar,  isso é um exercício físico para o cérebro, manter a mente ativa preservando sua capacidade cognitiva, o próprio estudo da Antroposofia,  contribui para o desenvolvimento de uma consciência ampliada, essas condições aqui colocadas  enriquecem a vida nesta fase e proporcionam vitalidade, pois  a própria Dra. Gudrun  quando estava no nono setênio iniciou cursos de formação em  biográficos na Europa, pois isso estava guardado em seu íntimo, e a partir da solidão e introspecção que revelam o que está guardado na alma como tarefa a ser desenvolvida. E assim ela pode colocar em prática essa formação quando  teve mais tempo para desenvolve-la e principalmente conduzi-la.
Outro aspecto importante a ser destacado é que, nesta fase o homem ou mulher se tornaram pessoas aconselhadoras, como já viveu grande parte da vida e já vivenciou muitas experiências, possuem grande bagagem de vida, encontram-se aptos a aconselhar os mais novos, que vem ao seu encontro com suas questões. Entretanto, as questões devem se formuladas pelos mais jovens, nesta fase a paciência já adquirida diz para esperar, e não se adiantar com as respostas.
A revista Cláudia publicou uma reportagem em 25 de Novembro de 2016, onde mulheres de 60 anos colocavam seus pensamentos para as mulheres de 30 anos, mas esses pensamentos podem ser aplicados para todos, sejam homens ou mulheres, e estão em comunhão com as características apresentadas neste nono setênio, por meio do estudo da Biografia Humana.

 “Tente ser positiva e olhar para o lado bom de cada experiência de vida.
 Viva cada dia de sua vida ao máximo, porque você nunca sabe o que te espera ao virar a esquina.
 Ame todas as fases da sua vida e não tema passar por nenhuma delas, porque todas são mágicas.
 A vida é muito curta para se preocupar com algo que vai acontecer no futuro. Viva o hoje.
Encontre um hobby ou um trabalho que faça você experimentar as diferentes sensações de cada fase de sua vida.
Seja você mesma. Envelheça com dignidade.
Foque no envelhecimento de uma forma positiva; não tente evitá-lo.
Aceite as mudanças em seu corpo e na sua mente enquanto você amadurece.
Seja sempre honesta com você mesma. A vida é um processo lento de aprendizagem, mas que vale a pena.
Preserve suas memórias, mas não seja demasiadamente dura consigo mesma.
Esqueça os estereótipos que a sociedade tem sobre o envelhecimento.
Não se preocupe com o envelhecimento. Preocupe-se com o tédio.
A idade é apenas um número, ela não define quem você é.
O Tempo vai passar, goste você disso ou não, portanto comece a viver!
Não deixe de inspirar-se.
Viva de uma maneira simples e segura. Exercite-se, cultive, leia e viaje.
Seja você mesma; brilhe. Mostre-se real, esteja consciente e viva em todos os momentos.
Não se torne obsessiva com as rugas. Quando elas começarem a aparecer em seu rosto, pense que elas são um mapa de sua vida.
Esteja no presente; não se preocupe com o envelhecimento. O melhor ainda está por vir.
Aprecie os pequenos prazeres da vida; não a complique ainda mais.
Respeite o seu parceiro e seus filhos da mesma forma que você quer que eles te amem e te respeitem.
Mostre empatia com você mesma e com aqueles que estão ao seu redor.
Tenha um círculo íntimo de amigos. Isso é fundamental!
Valorize sua família. Eles vão estar com você quando os outros se afastarem. Irão apoiá-la durante todo o percurso de sua vida.
Aprenda a rir de si mesma. Não seja tão séria!
Dedique algum tempo a si mesma todos os dias; ria e sorria o tempo todo.
Não se guie pelo medo.
Não pare de aprender e de exercitar a sua mente, o seu físico e o seu espírito.
Aceite os aspectos positivos do envelhecimento, como ter menos responsabilidades e mais liberdade.
Muitas batalhas são simplificadas com a idade.
Não deixe que ninguém lhe diga que você está velho demais para fazer alguma coisa! Ou muito jovem.
Não tenha medo. Quando você ficar velha, você vai se sentir bem. A vida e a natureza preparam você para cada fase de sua vida.”

Queridos leitores e leitoras, que estão no nono setênio ou estão a caminho dele, não há necessidade de se desesperar com a proximidade do envelhecimento, nos dias atuais, com a expectativa de vida cada vez maior, temos muito tempo para desempenhar nossas tarefas, que estão guardadas bem no fundo da alma e prontas para serem colocadas em prática.

Para contemplar principalmente os leitores, temos o exemplo de Jornalista Roberto Marinho, que fundou a Rede Globo de Televisão em 1965 quando já estava com 61 anos, realizou um sonho que estava em seu coração, apesar de também experimentar o declínio físico, a nova empresa deu a ele a vitalidade necessária para fundar e construir o que nos dias atuais se tornou a emissora de televisão de maior abrangência nacional.

Portanto, caros amigos, finalizo meu texto sobre o nono setênio, dizendo para todos que VAMOS CONTINUAR VIVENDO, porque cada fase da vida, já vivida, contribuiu para o que somos hoje, mas nunca é tarde demais para atuar no mundo, através das nossas capacidades adquiridas, nossos dons e com o melhor de nós mesmos.

Ilustro o texto com um verso:

Se eu me considerasse o que o mundo faz de mim,
Nada poderia fazer.
A destruição do globo terrestre não conseguiria, é claro evitar.
Se pensar, porém, no que cada um originalmente é,
Ou melhor, poderia vir a ser – independente da situação mundial –,
Isto é, um ser humano autônomo, responsável pelo mundo e para o mundo,
É óbvio que muito posso fazer.
Vaclav Hável

Rita Paula Wey Nunes da Costa

domingo, 29 de setembro de 2019

Fases entrelaçadas


Sob as leis biográficas pode-se reconhecer o desenrolar das etapas da vida e descobrir que  nossas vivências tem um significado, um propósito, no processo do nosso desenvolvimento.

E, à medida que vamos abordando cada setênio, podemos nos sentir como que integrando peças numa imagem mais ampla, como num quebra cabeça, constatando que cada parte é preciosa para revelar o todo. 

Ao chegar na fase entre os 49 e 56 anos, o oitavo setênio, podemos perceber que já fizemos uma boa caminhada e estamos um pouco mais adaptados às mudanças na nossa vitalidade.
E embora possamos fazer, em muitos momentos, uma avaliação da nossa jornada através de uma retrospectiva e realinhar nosso percurso, nesta etapa, é possível estarmos mais atentos à nossa voz interior, mais conectados com o que sentimos, porém, não tão identificados com nossas paixões, e por isso, extrair dali o extrato mais essencial das nossas experiências.
Nessa época, vale especialmente estarmos atentos à voz do nosso coração e atentar para que se os medos de outrora, aqueles que vem nos acompanhando há muito tempo, ou não, tem nos dificultado retribuir o calor e a beleza que recolhemos em tantos encontros.
Como seres sociais que somos, enquanto humanos, nosso sentido de pertencer é inerente. Queremos fazer parte. Estamos interligados, e queremos constantemente reconhecer como estamos, o quanto estamos. Seja no desejo de ser reconhecido pelo pai e pela mãe, e pela filha e pelo filho, pelo bom trabalho que realizamos, pela comida que acabamos de fazer, pela foto que postamos, pelo desejo de compartilhar fragmentos da nossa vida, e por aí afora, queremos fazer e mostrar que fazemos parte.
No segundo setênio, nos deparamos, intensamente, com o medo de não pertencer. Esse sentimento surge num período da vida em que, ao mesmo tempo em que nos despregamos da infância,  nos separamos mais do pai e da mãe, ganhamos mais autonomia, temos, também, receio de que não pertençamos mais, e surjam dúvidas sobre: 'como cheguei até aqui ?', 'será que eles são mesmo meus pais?', 'o que acontece quando a gente morre?'.
Esse fenômeno ocorre no mesmo momento em que nossa respiração e batimentos cardíacos se adequam a um novo ritmo, igual ao dos adultos, marcando o final da infância.
E se até aqui, para sobrevivermos, precisávamos essencialmente de cuidado e vínculo com um outro,  onde o outro deveria se empenhar e se responsabilizar por esse cuidado e vínculo, a partir dos 9 anos, nos tornamos mais conscientes da troca entre dentro e fora, com a respiração, e passamos a nos empenhar também em ir ao encontro do outro, nos tornarmos autores das trocas estabelecidas, pois elas já não chegam prontas para nós.
A vida pulsa, pulsa e pulsa e aqui estamos vivendo nosso amadurecimento, na fase adulta,  e podendo nos deparar com as mesmas questões, numa outra dimensão: 'como cheguei até aqui ?', 'o que acontece quando a gente morre?', 'como me movo na direção do outro?'.
Como nosso sentido de pertencimento está vibrando nesta fase dos 49 aos 56 anos?
Este é um período muito rico para revisar a capacidade de pertencer.
E, por desdobramento, podemos examinar o desenvolvimento das nossas relações e qual sustentação temos dado as nossas habilidades sociais, principalmente desabrochadas em torno dos 28-35 anos?
Quem são meus atuais amigos e companheiros de jornada ?
Qual é a rede de encontros em que me apoio?
Quais são os temas que me entretém ? O que eles despertam em mim?
Como contribuo com minhas experiências para aqueles que estão passando por fases de vida anteriores à minha?
O que tenho construído através dos meus relacionamentos?
Quais são as marcas que os relacionamentos tem deixado em mim?
Do que quero fazer parte?
Neste momento em que nossas forças vitais se desprendem mais um pouco e sensibilizam outros sentidos, com o novo ritmo que se imprime, a reconsideração do que foi feito pode levar a uma nova meta, a um novo desenvolvimento.
O que você espera de você nesta etapa da vida?

Olivia R S Gonzalez
Aconselhadora biográfica, terapeuta corporal e terapeuta floral. 

domingo, 21 de julho de 2019

Vivendo a nossa verdade


No período dos 35 aos 42 anos vivemos o início da crise da autenticidade, fase em que nos reconectamos com a nossa verdade para fazermos escolhas que realmente estejam alinhadas com a nossa essência. Tempo para trilhar novos caminhos e abrir mão de outros.
No 7º setênio, marcado pelos 42 aos 49 anos, experimentamos o auge da crise. A autenticidade surge como um processo de autoconhecimento que nos leva a olhar para dentro a procura de uma bússola interna, que busca nos guiar por caminhos que estejam em sincronia com o que há de genuíno em nós.
Podemos nos movimentar de forma fluida vivendo uma integração interna com o externo, que abre espaço para novas ações e conexões, mas é possível também resistirmos, agindo pelo medo do desconhecido e nos agarrarmos ao que já não faz mais sentido.
Experiencia-se, aqui, uma crise existencial, para que renasça novas formas, novas possibilidades, um novo jeito de ser e de atuar na vida com mais propósito.
A conexão espiritual vai se fazendo mais presente enquanto que o corpo físico vai demandando novas necessidades. Importante acolher este corpo que também vai se transformando, se desvitalizando, necessitando de um novo ritmo.
Ter uma vida ritmicamente equilibrada traz mais força para viver. É de extrema importância se observar para encontrar esse compasso interno, respeitando mais as pausas e o cuidado consigo, ouvindo realmente o corpo que muitas vezes é negligenciado pelo ritmo ditado pelo  externo.
Como diria Lenine:
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara
Sim, a vida não para, mas a vida é tão rara!!!
Podemos então, definir o que faremos da nossa jornada deste setênio em diante. É possível continuarmos ampliando a nossa consciência através do desenvolvimento do Ser ou continuarmos nutrindo a energia do Ter, mantendo o ritmo dos anos anteriores, o que trará prejuízos a saúde ou simplesmente acompanharmos o declínio físico.
Este setênio nos faz lembrar que já estamos passando pelo meio da vida e, por isso, nos cabe contemplar como queremos seguir.
Fecho com as palavras tocantes de Lenine:
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo para perder
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara

Andressa Miiashiro
Psicóloga, facilito jornadas de desenvolvimento com foco em inteligência emocional e relacional, por meio do Psicodrama, Comunicação Não Violenta e Antroposofia. www.lotustalentos.com.br


sábado, 6 de julho de 2019

O que importa?


No processo de desenvolvimento, ao chegar na fase do 42 anos, cruzamos o portal da consciência social e ganhamos a perspectiva de estar no mundo diferente do que era antes.

Porém, nem sempre essa  nova perspectiva é apreciada com conforto.  E, embora já se tenha passado por muitas mudanças, esta passagem pode ser bem crítica, e, como toda crise, nos levar a reconsiderar sobre o estado de 'coisas' que estão fora do prumo ou não fazem muito sentido, por mais que se insista em manter tudo como era antes.

E, em pleno direito do livre arbítrio, podemos escolher como lidar com isso. Afinal, fazer escolhas baseadas no que é importante para você, é uma das grandes conquistas desta fase.

Se a vida começa aos 40, este é um ótimo momento para começar algo novo nessa jornada. E com a coragem de  perceber que a vitalidade está descambando morro abaixo, e nem tudo mais brilha com o esplendor da juventude, não é preciso se esforçar para mante-la a qualquer custo, nem tão pouco se apegar a vida que nos resta e querer guardar nossas conquistas em cofres e nossa saúde em frascos, porque a vida pede uma nova consciência.   

Este é o momento na vida em que você diminui o ritmo para prestar atenção no que adquiriu ao longo dos anos, e, como a caminho de embarcar numa grande viagem, examina sua bagagem e busca carregar o que realmente importa.

O que eu vivi até aqui tem valor? Essa é uma 'daquelas' perguntas quando alcançamos a linha dos 42 anos. Nesse momento, alguns questionamentos extras se impõem ao nosso ser. Dizendo assim, parece que esse questionamento vem de fora, mão não vem. Vem do mais íntimo do nosso ser. E, na imagem da viagem, numa rodovia em que estávamos em alta velocidade, começamos a ver as placas de 'Reduza a velocidade' e 'Curva perigosa'. E,  aceitar ou desprezar a orientação é uma questão de escolha e consequência.

No processo de um pensar mais claro e abrangente, Nessa época é comum achar que já é tão dona/o da própria vida que pode dar conta de tudo sozinha e que sabe lidar com tudo, que já passou por tantas, e a resposta na ponta da língua está pronta para ser lançada, e... vai derrapando na curva e percebendo que não é bem assim.

De repente, na tal 'curva perigosa' em que o declínio da vitalidade é percebido, a questão da finitude pode aparecer em forma da pergunta: 'Para quê serve tudo isso?'.
Isso nos leva a buscar olhar para a vida com novos olhos, a partir de uma nova perspectiva, e querer novas respostas. Afinal de contas, o quê importa? Qual o sentido das dores que vivi ? Devo fazer minhas escolhas a partir da imagem que o mundo quer e tem de mim ? Devo escolher a partir daquilo que realizo no mundo?  O que escolher por mim, apenas e autenticamente?

E, autenticamente, significaria o quê, mesmo?!

O dicionário nos explica que tem a ver com a nossa própria verdade, aquilo que se pode 'dar fé, ao que é legítimo, o que é originário do emissor'. Então, estarei respondendo por mim mesma e não mais por convenções.
Há quem diga que nesta época você ao ' dar de ombros' não se importa mais com nada e quer apertar o botão do 'dane-se!'.

Curiosamente, a crise da autenticidade acontece ao cruzar o portal da consciência social e, embora seja crucial reconhecer-se e assumir suas escolhas com autenticidade, sem empurrar a responsabilidade para alguém, sobre ter feito isto ou agido daquela forma, agora, inicia a fase em que pode perceber que sua contribuição é única e pode fazer a diferença ao se disponibilizar e compartilhar.

Passada as fases em que já experimentou e vivenciou o mundo entre 21 e 28 anos; em que lutou e conquistou seu lugar entre os 28 e 35 anos e, se apropriou dessas conquistas e de seu lugar entre os 35 e 42, cabe perguntar neste momento: qual é sua contribuição no mundo?

E pode examinar na sua bagagem quais foram os sinais despertados, as perguntas, as dúvidas que ocorreram em torno dos 37 anos e, a partir disso, renovar a bagagem, se desfazer do supérfluo, começar a prestar mais atenção ao essencial.
A vida que começa aos 40 anos prioriza sua essência, sua consciência e não sua vitalidade. E seu declínio, antes de ser apenas uma desvantagem,  pode despertar nova consciência corpórea: como cuidará de você, agora? Mais uma vez a vida exige mudanças no ritmo, na alimentação, no repouso, e mais do que isso, busca afinar a conexão entre sua razão e vontade através da consciência de si, para desenvolver um estar a serviço, no mundo. 

Neste momento, resgatar a sua individualidade como patrimônio maior da sua existência pode resultar em altruísmo ou tirania. A semente da bondade plantada no primeiro setênio de vida (0 a 7anos), foi cuidada o suficiente para se disponibilizar para o outro, ou o outro deve se submeter à sabedoria da sua experiência?  Baseada em quais valores você se dispõe à serviço ?

Diante de tantas exigências, não por acaso, nas fases da biografia humana, este momento é reconhecido como 'crise da autenticidade' e coloca à prova a capacidade de reagir de acordo com uma nova visão de si e do mundo.  A conquista de novos valores  é um caminho para todo o setênio, dos 42 aos 49 anos, onde se pode desenvolver um novo tato para se perceber e  lidar com as relações.

E, se caminharmos no rumo da compaixão, as relações ganharão importância ímpar no desenvolvimento não só pessoal, mas da humanidade.             
Mas,  afinal,  o que importa para você?

Olivia R S Gonzalez
Aconselhadora biográfica, terapeuta corporal, terapeuta floral





quinta-feira, 30 de maio de 2019

A maturidade e a jornada interior


O que é maturidade? Quando começa?
Este tema, pode ser abordado por diversas perspectivas, não é?
Minha partilha se desenvolverá através do olhar da Antroposofia e do amadurecer como uma jornada interior, onde o declínio físico abre espaço para novas aprendizagens, transformações e ressignificações, dando vida a arte de amadurecer.
Trarei aqui um brevíssimo panorama da maturidade iniciando pelo 6º setênio, já que por volta dos 35 anos começa-se a sentir um certo desgaste físico, mas por outro lado, uma ampliação da consciência. Aos 37 anos a missão de vida torna-se cada vez mais aparente, 42 anos a conexão espiritual vai se fazendo mais presente ao mesmo tempo em que se vivencia uma das crises mais profundas, a existencial.
7º setênio, 42 aos 49 anos, a autenticidade pode ganhar ainda mais forma, dado que há muita força de realização. Padrões antigos podem ser deixados de lado e novos valores de vida e espirituais podem emergir.
8º setênio, 49 aos 56 anos, a sabedoria desta fase está em encontrar um novo ritmo, considerando os limites físicos. O fim deste setênio marca uma passagem para a aceitação de um outro patamar da maturidade, que pode ser muito rica, afinal muitas das grandes obras da humanidade, de escritores, músicos e outros foram compostas após os 60 anos.
9º setênio, 56 aos 63 anos, é saudável chegar neste período de vida com a prática de um hobby, um planejamento para o que fazer após a aposentadoria, o cultivo de novos aprendizados e autodesenvolvimento. A aprendizagem  gera renovação! Bom momento também, para se fazer uma retrospectiva e se perguntar: O que consegui realizar? O que ainda desejo desenvolver?
10º setênio, 63 aos 70 anos, nesta etapa há a possibilidade de novas combinações, maior ligação com a intuição e desejo para efetuar mudanças radicais. É possível vivenciar aqui uma crise que vem com a intenção de encontrar uma maturidade mais cheia de sentido.
11º setênio, 70 aos 77 anos, pode surgir uma força mais intensa de amor, que ajudará a superar a tendência ao isolamento comum a este período. Aos 74 anos, há um marco da velhice para a senilidade, onde novamente, há a necessidade de uma nova adaptação.  
12º setênio, 77 aos 84 anos, a paciência por sua vez poderá contribuir muito para lidar com as dores e a serenidade para superar obstáculos. Os sentidos vão se enfraquecendo, enquanto que pode existir uma elevação através da imaginação, inspiração e intuição, os três graus do conhecimento espiritual.
E após os 84 anos? A jornada continua, cada vez mais está se tornando corriqueiro completar 90 anos. E os centenários por sua vez, surgindo como pontes entre os séculos. E com isto vem a reflexão.
Como podemos cultivar o autocuidado de forma integrada, para que possamos apreciar o nosso amadurecer?
Encerro com Olavo Bilac...
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo!
Envelheçamos como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhemos os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!   

Andressa Miiashiro
Psicóloga e psicodramatista.
www.lotustalentos.com.br

Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

Iniciativas Antroposóficas na ZN

Escola Waldorf Franscisco de Assis (11) 22310152 (11) 22317276 www.facebook.com/EscolaWaldorfFransciscoDeAssis

Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta (PMPSSV)

Casa da Antroposofia ZN Rua Guajurus, 222 Jardim São Paulo (11) 35699600