
(provérbio chinês).
Cada momento da vida nos pede e nos dá coisas importantes. E saber
reconhecer o que ganhamos e o que temos, pode facilitar lidar com aquilo que
nos é solicitado.
Num processo de aconselhamento biográfico, quando é possível desdobrar
as páginas da própria história e reconhecer as entrelinhas, podemos encontrar
muitos desafios e, também, nos deparar com preciosidades.
Quantas vezes olhar para si mesmo gera um frio na barriga, dores de
cabeça, vontade de fugir ? E, quantas vezes, depois de atravessar o percurso
difícil, não nos deparamos com um cenário interno compensador, e nos orgulhamos
da coragem e da persistência daquela penosa fase do caminho...? Se superar é de
um prazer indescritível. Só de pensar, me vem um sorriso!
E lá, entre os 35 e 42 anos, temos um momento bem particular. Se, por um
lado chegamos naquela época quando, dizem, a vida começa, por outro, nos
deparamos com a diminuição da nossa vitalidade. Mas antes ou apesar disso,
ninguém mais tem dúvida de que, de fato, nos tornamos adultos. Porque a esta
altura do campeonato, como não poderia deixar de ser, temos a posse de nós
mesmos e de nossas responsabilidades.
Estamos no período daqueles vinte anos destinados a lutar. Os últimos
sete.
E por isso mesmo, nossa luta nesse período consiste mais em consolidar o
que conquistamos. Daí pressupomos que algumas coisas já foram definidas, que já
reconhecemos algumas conquistas e o lugar que ocupamos no mundo. Sim; embora
não definitivamente, já que a vida é movimento e desenvolvimento.
E, para que esse impulso se mantenha dinâmico, é que surgem
perguntas como: é para isso mesmo que estou aqui ? essa é a minha tarefa?
Ali por volta dos 37 anos, nosso ser essencial pode ser despertado,
quando nos questionamos se o que estamos fazendo, da forma como realizamos é aquilo mesmo que nos preenche,
aquilo que tem sentido na nossa existência. Qual é a intensidade do incômodo?
Qual é a intensidade da sensação de que 'está faltando alguma coisa...'?! Essa
é a medida que nos leva às mudanças que precisamos realizar.
Bem, para isso servem as nossas crises: para nos mobilizar para os
ajustes necessários. Por isso mesmo são oportunidades tão ricas! Algo neste
período nos desperta para buscar o que é essencial no mundo, no outro, em nós
mesmos. Algo que está por vir mais intensamente, mas que pulsa agora.
Como um lembrete, como uma preparação. Preparação para a travessia do próximo
portal, já que estamos nos últimos sete anos da fase da luta, como diz o
provérbio chinês.
E agora, nesta fase, nossas habilidades sociais merecem um pouco mais de
atenção, e precisamos nos esforçar para transformar a crítica em auto crítica,
fazer um balanço do que foi conquistado e de como conquistamos, e
resgatar algo de valoroso que vivenciamos no começo de nossa existência, em
família: a formação e constituição dos vínculos.
Neste momento se projetam as vivências - transformadas ou a serem
transformadas -, já que nos são ofertadas condições para fazermos do nosso
jeito, do jeito único que somos capazes de fazer e moldar as nossas próprias
relações, uma vez que temos a posse de nós mesmos.
Isso tudo nos leva a rever as formas com as quais aprendemos a nos
relacionar e a atualizar a nossa compreensão das 'coisas' vividas.
É hora de tomar nas mãos a rédea do que pensamos e sentimos, e assumir
como nossa a orientação que queremos e que damos aos acontecimentos da vida,
com o respeito que consideramos valer a pena, também, sermos tratados. Daí a
imagem representativa desta época ser a do ser humano a pé, ao lado do cavalo.
Todos estes eventos, de importância mais interna do que externa, é o que
nos impulsiona para a maneira como chegaremos no próximo portal da existência,
aos 42 anos.
Se aos 21 anos atravessamos o portal do 'EU', como consciência
individual, aos 42 atravessaremos o portal da consciência social. E que este
último setênio nos contemple com boas oportunidades para desenvolvermos nossas
habilidades sociais!
Olivia Gonzalez
Aconselhadora biográfica, terapeuta corporal, terapeuta floral e
astróloga
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