O setênio que abrange as
idades entre 35 e 42 anos é denominado Sexto Setênio e devemos começar a desenvolver
em nós a Alma da Consciência.
Ocorre nesta fase um
declínio da vitalidade do corpo físico, há uma perda gradual na força física,
mas também estamos nos voltando para um caminho anímico – espiritual, podemos
sintetizar esta fase assim: trocamos vitalidade no corpo por vitalidade no
espírito.
Se mantivermos nesta fase um
bom ritmo na vida, com horários bem estabelecidos para dormir, se alimentar,
trabalhar e se divertir, podemos diminuir essa perda de força.
Essa situação é proposital,
pois o declínio do corpo físico cria condições fisiológicas para a ampliação da
consciência, por isso Rudolf Steiner também denomina este setênio como Alma da
Consciência.
Muito importante esta fase
da vida para o ser humano, pois nela temos que, se todo o desenvolvimento
anterior ocorreu adequadamente, começaremos a amadurecer psiquicamente e despertaremos
na nossa alma uma atuação mais ética e moral.
Deveremos agir no mundo, não
somente pelo que é certo ou errado, mentiroso ou verdadeiro, construtivo ou
destrutivo, mas sim, nossa atuação
estará de acordo com o ético e moral. Isto é, nossa atuação irá além, ela terá
que estar de acordo com o bem da humanidade.
E principalmente não poderemos
falar ou agir em desacordo com o que pensamos, cada vez mais, no tempo em que
vivemos, teremos que desenvolver a coerência entre as três atuações da alma
humana, o pensar, o sentir e o querer, eticamente e moralmente.
Esse despertar da Alma da
Consciência trará também uma necessidade muito grande de autoconhecimento,
compreender nossos limites, e ver os nossos defeitos antes de ver os defeitos nos outros.
Não poderemos deixar de
colocar um fato muito importante que ocorre neste setênio, o segundo nodo lunar
por volta dos 37 anos. O nodo lunar ocorre quando a Lua volta para a mesma
posição na constelação de nascimento, proporcionando uma abertura para a visão
da sua meta encarnatória.
A situação acima muitas
vezes provocará uma crise, trazendo nesta idade profundas mudanças, separações,
troca de profissões ou doenças como depressão, esta última doença ocorre porque
quando temos a visão da meta encarnatória percebemos que estamos fora da meta. Mas o
sofrimento, a doença e as crises virão para que pensemos em nossas vidas e
assim proporcionando o amadurecimento anímico com o fim de realizarmos nossas metas.
Assim, crises são sinônimos
de desenvolvimento.
Para elucidar melhor temos
Dra. Gudrun Burkhard em seu livro – Tomar a vida nas próprias mãos – pág.115; “Justamente
aos 37 anos (duas vezes 18 anos e meio) ocorre o segundo nodo lunar. Novamente
acontece uma maior abertura, e o ser humano fica mais próximo do Cosmo e de si
mesmo. “Minha missão de vida começa a aparecer claramente, e eu quero empenhar
os meus próximos anos em realizá-la!”... “R. Steiner aponta para o fato de só a
partir dos 35 anos o indivíduo se tornar realmente útil para a sociedade. Até
então ele recebeu muito dos outros e do mundo; agora, todo esse aprendizado
vai-se transformando e ele se torna capaz de dá-lo.” A partir da lição
acima podemos também dizer que a partir deste setênio vamos adentrar nos Mistérios Do Ser.
Portanto, este setênio é
muito importante para a nossa vida, que saibamos aproveitar tudo de bom ou ruim
que ele nos proporcionará, pois somente quando ultrapassarmos esses desafios
poderemos alçar voôs maiores em direção ao desenvolvimento do espírito.
Por fim, para ilustrar o
presente trabalho um poema de Hermann Hesse:
Tal
qual cada flor fenece
E
toda juventude cede à idade
Floresce
cada patamar da vida
Toda
sabedoria e toda virtude
Também
florescem ao seu tempo
E
não devem durar eternamente
O
coração precisa estar, em cada patamar da vida,
Predisposto
à despedida e a novo início
Para,
na coragem e sem pesar,
Entregar-se
a novas ligações
E
em todo começo reside uma magia
Que
nos protege e nos ajuda a viver.
Temos
de transpor, dispostos , espaço a espaço
E
a nenhum nos apegar como uma pátria
O
Espírito Universal não nos quer prender e limitar.
Quer
erguer-nos degrau a degrau, quer nos ampliar.
Mal
nos habituamos a um ambiente,
Sentindo
–o familiar, ameaça o acomodar-mos.
Só
quem esteja pronto a partir e viajar
Talvez
escape do hábito paralisante.
Talvez
ainda a hora da morte
Nos
envie, jovens, a novos espaços;
O
apelo da vida a nós jamais há de findar.
Vamos
lá, meu coração: despede-te e convalesce.