Terceiro setênio – celebremos essa linda fase!
Dar as boas
vindas ao terceiro setênio é
possibilitar ao jovem abrir as portas para um novo mundo, despedindo-se do
universo cósmico chamado infância, para conquistar o seu lugar na sociedade e
no mundo.
Essa transição vai
exigir coragem, ousadia e determinação para lidar com uma série de crises, conflitos
e turbulências. Nessa época, mudanças hormonais e corporais ocorrem; os membros
se alongam e, de forma desajustada, se fortificam e se preparam para transformar
a terra e o mundo; órgãos digestivos (metabólicos) atuam mais para a elaboração
dos alimentos; alteração na voz, nascimento de pelos, espinhas e uma série de
outras metamorfoses acompanham o adolescente, que trilha a incansável busca de
si.
É tudo muito
novo e idealizado. Nessa fase, ele projeta a imagem de quem se transformará. Muitas
dúvidas permeiam seu universo e perguntas como “o que eu quero para a minha vida?”, “quem sou eu?”, “o
que faço do meu mundo?” são comuns e, uma das dificuldades é discernir
o que é dele e o que é herança de pai e mãe. Eis aqui uma importante questão.
Nesse contexto, a grande briga interna é deixar para trás aquilo que o ajudou chegar
até ali e, à partir disso, caminhar na conquista do seu Eu.
Essa equação é
desafiadora para ele que, muitas vezes, tem a sensação de estar caminhando “na
contramão”. Mergulhado em sentimentos conflitantes, relaciona-se ora lançando críticas
contra tudo e contra todos, ora ensimesmado em profunda solidão, fechando-se em
seu mundo. Para a família, também, nem sempre é uma tarefa simples. Na
tentativa de ajudar, muitas vezes, é pouco compreendida e, nessas horas, o
risco é o distanciamento, as discussões e os desentendimentos. O mais
importante nesses momentos é que esse jovem seja acolhido com carinho, respeito
e presença afetiva, envolvido por diálogos construtivos, sem cobranças ou
julgamento. Esses nutrientes alimentarão a alma do “entusiasmado buscador”.
É experimentando
que esse jovem desabrocha e, qualquer sentimento de solidão, dura pouco. Ele
precisa interagir para ter referência do mundo, ajudando-o a imprimir sua marca
e seu jeito de ser. Com frequência, buscará nos grupos em que é aceito, o
reforço e o apoio para suas ideias e convicções que ainda não sente coragem e
fortalecido para enfrentar sozinho. Desta forma, vai conquistando sua
independência.
A educação para
esse peregrino, diferentemente do primeiro setênio que acontece pela imitação e, do segundo setênio, pela autoridade amada, nessa fase é pela “liberdade” interna e externa. Ele
necessita experimentar, expor suas opiniões, conquistar autonomia, até
encontrar o fio da meada vinculado ao seu destino. É por volta dos dezoito anos
e meio, aproximadamente, com o fenômeno chamado “nó lunar”, quando sol e lua se
encontram na mesma posição em que estavam no momento do nascimento, permitindo
maior abertura para recordar a sua “missão
de vida”, que o trouxe para a terra. Nessa fase, muitas vezes, decide-se o
vestibular para determinada área e começa a sonhar com a atuação profissional.
Vale destacar
que ele busca o que é verdadeiro e autêntico nos adultos e nas relações à sua
volta. Essa verdade servirá de alicerce para a nova fase que adentrará mais
tarde, além de contribuir para que se transforme em um adulto íntegro e fiel
aos valores aprendidos e conquistados. Aos poucos, vai amadurecendo
internamente para despedir-se do passado da adolescência e ingressar na vida
adulta com maestria.
Como não se
encantar com esse momento tão importante na vida dos jovens? É fundamental
compreendermos a tônica dessa fase para que possamos como pais, educadores e
influenciadores dessa juventude, fomentar o lado saudável na jornada desse
adolescente, almejando por encontrar a sua verdadeira essência.
Psicóloga
Clínica
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