
O acordar com o canto do galo, o florescer das flores na primavera, o dia e a noite, as quatro estações do ano, o ciclo menstrual e o ciclo lunar que coincidem em aproximadamente 28 dias, o movimento de translação da Terra ser exatamente de 365 dias, 5 horas e 48 minutos. O que estas situações tem em comum?
O ritmo!
Todos os seres vivos necessitam de ritmo para sobreviver.
Fica fácil imaginar que, havendo qualquer alteração no ritmo dos planetas, o caos estará instalado ou simplesmente, se a Lua resolver fazer o seu ciclo com outro ritmo, haverá alterações importantes em todos os níveis da natureza, como nas marés e na agricultura, por exemplo.
Nós, assim como o Universo temos o nosso próprio ritmo e é fundamental e necessário para manutenção da nossa saúde respeitá-lo.
Minha avó, com sua imensa sabedoria sempre falava que para crescer é necessário dormir - “Deitar cedo e cedo erguer-se, dá saúde e faz crescer” - Faz sentido?
No ano de 2017 três cientistas, Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Y
O sono, o despertar, a necessidade de alimentação, a nossa temperatura no decorrer do dia, os ciclos hormonais, a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco, o ritmo pulmonar, enfim, todo o nosso organismo é regido por este relógio biológico interno que depende diretamente do nosso ritmo de vida.
Sabemos que, após a revolução industrial, a descoberta da eletricidade, bem como a vida agitada e cheia de compromissos do dia a dia e mais recentemente o celular e os computadores que nos mantém “ligados” em tempo integral, modificaram esses ritmos orgânicos que antes eram tão naturais.
Houve alterações e diversas doenças estão relacionadas diretamente as mudanças nesse ritmo de vida.
As doenças cardiovasculares, a obesidade, a diabetes, o câncer, a depressão, o transtorno de ansiedade e os transtorno de deficit de atenção, tem maior probabilidade de surgirem em indivíduos que não respeitam esses ritmos.
Um dos ritmos mais afetados certamente é o sono e a vigília que podem desencadear alterações de varias outras funções no organismo, quais sejam, de uma forma bem simplificada, podemos dizer que no final do dia, antes do Sol se por, o nosso corpo começa a perceber que está escurecendo e inicia a produção de melatonina e do hormônio do crescimento, com diminuição da adrenalina e do cortisol; esta liberação só irá ocorrer no escuro e se atingirmos o sono profundo, e ao amanhecer ocorre exatamente o inverso.
Hoje em dia, o vício de algumas pessoas em se manter conectadas 24 horas, com a luminosidade da tela do celular e do computador continuamente ou simplesmente dando “flashs” a noite toda, faz com que haja uma diminuição na liberação da melatonina e do hormônio do crescimento trazendo consequências sérias a longo prazo.
A melhor medicina preventiva indica que, o necessário é respeitar os ritmos fisiológicos do nosso organismo, proporcionando aos nossos jovens uma melhor qualidade de saúde, com horários para dormir, acordar, almoçar e jantar.
As telas luminosas não devem ser utilizadas como indutores do sono, pois na verdade elas estimulam a atividade cerebral dificultando o relaxamento e consequentemente o desligamento, levando a quadros de insônia ou de sono de péssima qualidade que faz o indivíduo, durante o dia, permanecer com sono excessivo, prejudicando seu comportamento social, cognitivo e emocional, e o faz durante a noite, permanecer alerta.
Hoje em dia há vários relatos de crianças, em fase escolar, que estão se comportando dessa forma, que não conseguem se concentrar e/ou permanecem agitados demais como forma de se manterem despertos, e consequentemente o diagnostico cada vez mais frequente, de déficit de atenção.
Na realidade, ao revisarmos a rotina diária desses jovens, verificamos que não existe nenhum ritmo. Ficam nas mídias dos celulares e adormecem onde e quando tem sono, não existe horário para sentar a mesa, deixando de ter uma refeição, não há hora para dormir, ou adormecem assistindo vídeos não dando tempo para que haja um desligamento adequado. Durante a noite irão dormitar e não dormir. No outro dia o ciclo reinicia.
Para que tivéssemos consciência de uma vida mais saudável, houve a necessidade de uma comprovação científica, despertando a atenção da importância de mantermos um ritmo.
Desta forma, só posso finalizar parabenizando os nossos antepassados; bisavós, avós e a todos que nos antecederam premiando-os com o premio Nobel da Sabedoria.
Cândida
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