sexta-feira, 1 de novembro de 2019

O conhecimento do ser humano e a inclusão do aspecto temporal da vida


Sob o ponto de vista da Biografia Humana,só podemos avaliar de forma correta sua ESSÊNCIA, se nos tornarmos capazes de integrar tão quão vivamente no TEMPO quanto costumamos integrar-nos no espaço.
Um exemplo: ao observamos o relógio – pela manhã, pela posição dos ponteiros  nos orientamos sobre o TEMPO mediante algo ESPACIAL. Depois consultamos o relógio ao meio –dia e, novamente faremos nossa orientação do tempo para o espaço do elemento espacial nós concluímos a respeito do tempo.
Se na educação de uma criança, o meio lhe proporciona uma disposição para a Reverência ,e que esta é justificada pelo caráter de um  adulto  ;o que poderíamos observar nesta criança quando adulto?
Um ser que apresenta disponibilidade para consolar,de forma natural, e de apoiar outras pessoas em situações dolorosas de vida. Muitas vezes nem sequer estão ligadas esta ações a um aprendizado, trata-se do timbre de voz, a maneira como falam.
Se formos analisar sua Biografia, descobre-se que na idade infantil ela praticava uma reverência especial, uma grande estima pelo adulto.
Essas particularidades só são desvendadas quando aprendemos a viver com o TEMPO, da mesma maneira como nos tornamos habituados com o espaço.
Se compararmos o ser humano com o animal, descobrimos que o animal, logo ao nascer já possui todas as habilidades vitais necessárias à sobrevivência. O ser humano nasce desprotegido, necessitando, por meio do contato com o mundo externo, desenvolver suas habilidades.
‘’Isto se deve à circunstancia de que o mais importante em sua BIOGRAFIA TERRESTRE é a fase intermediária entre a infância e a velhice, num sentido mais amplo’’.
O período da MATURIDADE, é muito importante pois o ser humano adapta sua natureza à vida exterior mediante à aquisição de habilidades.
Ao se observar este caminho da vida humana mediante uma integração do aspecto TEMPORAL, chega-se também  à observação de anormalidades.
À medida que nós chegamos à velhice, é principalmente nossa organização da cabeça que perde sua mobilidade interior, sua plasticidade. Nós nos tornamos endurecidos; e todas as faculdades que adquirimos ao longo da vida se tornam mais anímicas, mais espirituais na velhice. Contudo isto ocorre à custa de uma animalização de nossa constituição cefálica.
Nós nos tornamos mais físicos, tal qual o animal o é desde o início. O crânio está rígido, nós nos ligamos mais com o que nos liga de modo ANÍMICO ESPIRITUAL ao mundo exterior.
Fato este que que é peculiar, porém  quando o ser humano inclui demais no final de sua vida na etapa intermediária, surgem os relacionamentos anormais com o mundo exterior. Quando ele vai na direção oposta, transferindo para uma fase posterior, algo que pertence à infância, ocorre uma resposta à nível orgânico.
O ser humano não observa, no sentido atual da civilização, esse elemento TEMPORAL.
Imaginação, Inspiração e Intuição são os métodos cognitivos específicos da ANTROPOSOFIA, DEVEM SER INTEIRAMENTE BASEADOS na vivencia temporal.
Ao meditar, nós não nos entregamos às impressões sensoriais e sim à vida de pensamentos, no entanto esta precisa ser conduzida; a  essência do meditar é chegarmos no mero tecer dos pensamentos com a intensidade e vivacidade existente na vida sensorial exterior.
Quem se prepara para a IMAGINAÇÃO por meio da meditação nem sequer corre o risco de tomar como imagens reais o que ele mesmo cria,consiste no fato de ficarmos livres de ilusão.
A etapa seguinte a INTUIÇÃO consiste em adquirir a capacidade de fazer com que tais imagens -  fascinantes e que se não orientadas se afixam como parasitas, desapareçam totalmente da nossa Consciência; a meta é manter o livre arbítrio interior.
E a INSPIRAÇÃO, consiste em conseguirmos experimentar de forma consciente algo do mesmo modo como, de maneira inconsciente, experimentamos no momento de acordar. Assim como no momento de acordar, invade nossa vida anímica  a vigília algo do âmbito situado além dela, advém algo além da experiência sensorial.
Desta maneira vivenciamos o mundo Espiritual situado atrás do mundo Sensório. A aquisição de tais capacidades para o conhecimento supra sensorial pode ser considerada uma continuação das capacidades que  o ser humano possui em sua vida comum; e a ANTROPOSOFIA visa a fazer com que tais capacidades possam ser desenvolvidas. Contudo,ela precisa apoiar-se totalmente no que o ser humano adquire pela compreensão TEMPORAL dos cursos da vida e da existência.

Rosana Torlay
FONOAUDIÓLOGA
TERAPEUTA DO MÉTODO EXTRA LESSON

BIBLIOGRAFIA
STEINER,RUDOLF,1861-1925
O desenvolvimento saudável do ser humano: uma introdução á pedagogia e à didática Antroposóficas/
ISBN 978-85-98134-07-9

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