Temos períodos da nossa
biografia em que realmente estamos mais inclinados à energia material, dedicando
nosso tempo a ter mais coisas, bens, diplomas, prestígio e status.
No 5º setênio,
especificamente por volta dos 30 aos 33 anos, começamos um despertar para novas
possibilidades de realizações, em que a fonte não é mais só externa, e sim
interna.
Vai emergindo a biografia do
ser, um desabrochar para um campo mais sutil, trazendo mais profundidade para
as experiências e um desejo por mais qualidade naquilo que é vivido. As
relações consigo e com o outro começam a ganhar também uma nova importância.
É comum nesta fase passar
por acontecimentos marcantes que podem se dar pelo encontro com uma pessoa, obra
literária, peça artística e até mesmo experenciar uma situação de crise, doença,
que vêm na verdade com o propósito de mostrar um caminho para o autodesenvolvimento,
em que valores começam ser profundamente revistos.
No 6º setênio, dos 35 aos 42
anos, o Ser ganha ainda mais potência e nos convida a refletir e sentir sobre:
Quem eu sou realmente?
Qual o sentido da vida?
Estou a caminho da minha
missão?
Vale a pena dar duro assim?
O que faço é coerente com os
meus valores?
Neste setênio encontramos a
crise da autenticidade e somos apresentados a seguinte questão:
Você quer ser ou ter?
Isto me faz lembrar de uma
entrevista que assisti de Pepe Mujica, em que fala sobre o excesso do consumo. Ele
diz:
- Quando compramos algo, não
compramos com dinheiro e sim com tempo de vida!
Acrescenta, se virarmos
máquinas de produzir, consumir e pagar contas, quando percebermos a vida vai ter
ido embora. “Não é uma apologia à pobreza e sim à sobriedade”.
E já que estamos falando em
sobriedade, fico pensando o quanto estamos sóbrios diante das nossas escolhas, atentos
e ouvindo genuinamente o nosso Ser, aquela parte em nós que talvez queira
correr menos e ter mais tempo...
Tempo para cultivar afetos
como diz Mujica, tempo para contemplar, tempo para respirar, tempo para ser...
Andressa Miiashiro
Psicóloga e psicodramatista.
www.lotustalentos.com.br
Obrigado por compartilhar, texto sensível e providencial para os nossos dias!
ResponderExcluirGratidão!
ExcluirExcelente texto! Refletir sobre nossos propósitos , nosso legado para o mundo.
ResponderExcluirObrigada por compartilhar.
Gratidão!
ExcluirEscrita com um ritmo tocante que nos convida a olhar para dentro. Trazer Mujica foi de uma preciosidade!
ResponderExcluirGratidão por compartilhar 🌻
Este artigo me tocou muito ao escrever. Trouxe Mujica pois senti muita consonância com o tema, eu o aprecio muito. Feliz com a fala de todos aqui! Gratidão.
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