
O uroborus lhe guarda e lhe inspira um segredo: o início e o fim
interligados!
Este corpo físico encerrado
no âmbito material tem sua dinâmica centrada no transitório sendo sustentado
nesta não perenidade dentro da vida terrena entre o nascimento e a morte.
Forças formativas e de desgaste norteiam o caminho deste corpo do nascimento à
morte. Se no nascimento as forças formativas são pujantes e determinam todo o
processo de desenvolvimento, no extremo oposto, no envelhecimento, as forças de
desgaste superam aquelas, levando o corpo físico ao fim. Assim, quando criança,
praticamente inconsciente do corpo e do externo a ele, os processos
formativos/regenerativos são predominantes. À medida que se envelhece e
aflora-se cada vez mais a consciência
segue se instalando a des-vitalização gradual até a
sucumbência total do físico.
Contudo, todo este processo
decorre e ocorre em função do pressuposto do desenvolver-se enquanto ser
espiritual que se compõe ao ser material para que se aperfeiçoe neste curto e
efêmero momento do eterno caminho da vida. A matéria prima deste objetivo maior
é o haurir da liberdade de se ser único e no reconhecimento de si no Divino e
do Divino em si ganhar asas para o grande voo.
Vir a ser, desenvolver,
interagir, conhecer, reconhecer,
aprender, compreender, empreender, tornar-se senhor do seu tempo e espaço, por
ora somente ocupado por si, para o indivíduo que vem chegando até num corpo
físico, são conjugações que corroboram ao longo de sua vida na sua busca de
liberdade.
Este corpo físico que talhado e esculpido pelas mãos de Deus, aplicado à consciência de quem
decide ser Seu porta voz, os pais, cumpre
seu trabalho junto a toda a hierarquia: dar-se como recipiente vivo e
vivificado dentro de uma intrincada e complexa malha interativa e dinâmica.
Aprender a respeitá-lo sob reverência é um dos compromissos assumidos por este
indivíduo que chega.
Neste fio de existência, num
dado momento a consciência chancela a presença do Eu no corpo físico, este ser sagrado.
Este fenômeno paradoxalmente é prenúncio da volta ao mundo espiritual. Germinará
na terra juntamente, enquanto semente que é, com o mundo mineral e todos os outros de que é
composta, aquele nosso corpo que nos ajudou a nos conduzir numa destas enigmáticas
viagens de idas e voltas.
Ana Maria Silva
Médica – Ginecologia - CRMSP
60182
Projeto Médico, Pedagógico e
Social Sol Violeta
(Pautado nos Princípios da
Antroposofia e Medicina Antroposófica)
Contato: amsvioleta@uol.com.br
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