O segundo setênio da criança
se inicia por volta dos 7 anos e se finda por volta dos 14 anos, é também chamada a fase escolar da criança, nesta fase
com a troca da dentição a criança tem seu corpo físico totalmente individualizado, amadurecem os órgãos, principalmente os do
sistema rítmico, o coração e pulmão e nasce
o seu corpo etérico ou vital, proporcionando vitalidade própria, se
emancipando do corpo etérico da mãe e da
sua vitalidade no primeiro setênio.
É um momento em que a criança passa por um
processo de crescimento e desenvolvimento através da força da sua
individualidade que encarnou, esta força atua até os 20 anos.
Neste setênio a criança
aprende a ler o mundo, desenvolve a fala correta para poder conversar e assim
se expressar na vida social.
Temos
o desenvolvimento do sentir, a criança passa somente a fazer o que gosta o que
motiva seus sentimentos. Podemos dizer também, que nascem as forças de simpatia
e antipatia, assim a criança passa a julgar tudo a sua volta a partir destas
forças, nasce um grande senso de justiça, despertando assim uma consciência
moral, isso é importante para o desenvolvimento da avaliação do que é bom ou
ruim, bonito ou feio. A partir das considerações expostas, os pais e educadores
tem a tarefa de educar o sentimento, ensinar a criança discernir entre o bem e
o mal.
A
educação do sentimento deve ser desenvolvida a partir da estimulação de
atividades artísticas de qualquer tipo, movimento, música, fala, canto,
pintura, modelagem e trabalhos manuais, mas, não só em atividades dadas para a
criança trabalhar, a observação de obras de arte de grandes mestres e a contemplação da natureza, como o por do sol,
ou nascer do sol, a vista do topo de uma montanha, também cumprem o propósito de desenvolver o
sentimento positivo a partir do olhar o belo no mundo.
Os
professores devem pedir para as crianças lerem em voz alta textos e poesias, a
fim de que a criança nesta fase desenvolva também a fala correta, e não deve
apenas se fixar nos livros didáticos, pode usar assuntos atuais para
estabelecer relações com as vivências dos alunos e tornando-se para eles uma
“autoridade querida”, nesta fase de desenvolvimento da educação dos sentimentos,
a criança tem que estabelecer uma relação de confiança e um ponto de referência
firme com seus educadores, isso se refletirá na fase adulta a melhor expressão
do seu EU, e também uma confiança em si mesmo.
Também
é importante colocar a criança para executar tarefas domésticas, pois é muito
importante desenvolver o sentimento da responsabilidade, a execução de trabalho
em equipe e o senso de pertencimento na família, a criança aprende a valorizar estas tarefas, mesmo
quando executadas por outras pessoas, os pais que permitem essas atividades
para seus filhos nesta fase os estão preparando para as atividades mais
complexas que serão exigidas na idade adulta.
Muito
importante salientar um ponto de transição que existe neste setênio denominado
por Rudolf Steiner como “rubicão do desenvolvimento infantil”.
Mas
como se dá essa transição?
Entre
oito e dez anos, a criança deixa sua infância, seu mundo de fantasia, para
trás, a partir de agora ela encarna no próprio corpo, passa a ser mais séria e
voltada para seus próprios pensamentos, e percebe que tem um destino a cumprir
nesta encarnação. A criança tem que decidir se avança em direção ao seu
crescimento e cumprimento da meta encarnatória, ou fica presa na sua infância,
portanto os pais e educadores tem a tarefa de mostrar confiança e segurança em
suas vidas, para poder dar a ela o suporte necessário para avançar
em seu desenvolvimento.
Observar
também nesta idade com que brinquedos e brincadeiras a criança gosta mais de brincar,
esta observação pode mostrar aos pais qual o talento da criança, e mais tarde
pode ser a profissão que será futuramente escolhida. Por exemplo: a criança
gosta de brincar de escolinha, dar aulas, ou para os irmãos menores ou para os
amigos, ela monta a sala de aula, escreve na lousa de brinquedo, assim na fase
posterior, que é a do terceiro setênio, ou da juventude, muito provavelmente
este jovem escolherá seguir a carreira de professor.
Assim,
a partir de um desenvolvimento saudável no âmbito do sentir, a criança estará
mais preparada para a próxima fase, que é a do desenvolvimento no âmbito do
querer, no terceiro setênio, com o nascimento do corpo astral.
Citando
o Mestre Goethe “Não devemos moldar os
filhos de acordo com nossos sentimentos; devemos tê-los e amá-los do modo como
nos foram dados por Deus”. Portanto, à criança do segundo setênio deve ser
dado um único sentido que o mundo é belo.”
Rita
Paula Wey Nunes da Costa
Bibliografia:
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