sábado, 14 de julho de 2018

Considerações sobre os sete primeiros anos de vida da criança (1° Setênio)




Desejo iniciar estas reflexões, na sequência da brilhante síntese apresentada pela estudiosa Rita Wey (vide artigo: A Criança no 1° Setênio) de 21/06/18.

São muitas as forças não visíveis que atuam sobre a individualidade do ser humano a partir (e mesmo antes) de seu nascimento. As influências cármicas interferem na determinação da escolha da família terrena na qual ela está encarnando, bem como o local (geográfico), a época do nascimento, o sexo, o temperamento, a raça, os dons e tantos outros. Sempre é útil lembrar que estas determinações cármicas referem-se às leis que garantem o equilíbrio cósmico, e não, como popularmente pode se acreditar, como um <castigo>. Esse novo ser terá de se confrontar gradativamente com as provas necessárias para seu desenvolvimento: direcionamento e lapidação dos impulsos, para fins de educação e, mais tarde, autoeducação.

Se ao nascer, o seu ninho for aconchegante (uma família amorosa e acolhedora), o desenvolvimento saudável será favorecido. Porém, alguns pais, na tentativa de promover esse aconchego, podem acabar exagerando na dose: vão ‘acolchoando’ demais a vida do filho e, sem querer (ou por querer) podem impedir que a criança conviva com frustrações necessárias e com experiências desafiadoras que são INDISPENSÁVEIS para o desenvolvimento da Vontade. Nestas situações, no aspecto psicológico da criança, pode se desenvolver a preguiça, a acomodação ou a "tirania" (algumas das manifestações do Sósia - ou sombra - no psiquismo humano). Mas, se durante os primeiros sete anos também prevalecerem as forças de Saturno (que representa o ’Pai’), essa criança será incentivada sempre a seguir adiante, ultrapassando obstáculos e dificuldades, desenvolvendo a coragem.
Cabe lembrar aqui, que especialmente nesse período, o psiquismo infantil vive “mergulhado” na atmosfera do corpo astral de sua própria mãe. Pode ser, por exemplo, que a criança verbalize, ou até somatize de forma simbólica (sintomas físicos e/ou psicológicos) alguns sentimentos e emoções da mãe. Por isso, quando o “ninho” é menos aconchegante ao nascer, a criança pode expressar alguns conflitos emocionais presentes na mãe. Isto quer dizer que a criança sente (ela capta) sentimentos, emoções e até alguns conflitos maternos (como por exemplo, sua preferência por menino ou menina, dúvidas sobre sua própria competência em educar um filho, dificuldade para conciliar a carreira com a maternidade e a vida conjugal, entre outros).
Interessante será, que os familiares e educadores estejam atentos para a curiosidade natural da criança: (é esperado, por exemplo, que o bebê, durante o primeiro e segundo anos, faça “experiências” relativas à Gravidade do planeta Terra, jogando objetos ao chão, repetidas vezes. Isto se deve ao fato de que, na região cósmica de sua procedência espiritual, vigoravam leis relativas a uma outra dimensão. Com a paciência e o bom humor dos adultos, ela pode ir assimilando, tranquilamente, essas realidades deste mundo físico).
Outras características naturais que podemos acompanhar, diz respeito às reações (popularmente chamadas) do “gênio” da criança. Denominamos, na Antroposofia, de Temperamento (nomenclatura utilizada por Hipócrates na Antiguidade). Embora esse repertório de reações seja mais definidamente expresso no segundo setênio, já podemos notar, por exemplo, quando a criança, durante esses anos, reage (preferencialmente), pacífica/passivamente. Pode tratar-se de uma criança ‘ Fleumática’; ou mais contida e entristecida (Melancólica) e assim por diante.
Interessante observarmos como a individualidade desse novo Ser irá se expressando ao longo de sua existência. Muito útil será se pudermos sempre proporcionar uma grande diversidade de materiais, instrumentos musicais, por exemplo, para e expressão de talentos naturais (dons são presentes da Vida).
Porém, é necessário relembrar que a sensibilidade e a sintonia entre mãe e filho são muito mais importantes do que qualquer diploma que a capacite. E que é natural que as mulheres vivam conflitos, dúvidas, inseguranças, pois é no momento em que a criança nasce, que também nascem a Mãe e o Pai.

Ivani Lasco Rotundo Simões
Psicóloga
CRP: 6 / 0.4982

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