quinta-feira, 5 de julho de 2018

A vida passa rápido




'Parece que foi ontem que você nasceu... que ficava no meu colo', é o que dizemos quando percebemos que a criança cresceu.
Que momento é esse?
Não costumamos proferir essa frase, num tom saudoso, quando nossa cria está com 3 ou 5 anos... isso costuma acontecer um pouco mais adiante quando ela já atravessou o segundo portal e deixou a primeira infância para trás.
O primeiro setênio, esse período entre o nascimento e os 7 anos, embora demande muito de cada mãe e pai, parece passar muito rápido, talvez tão rápido quanto os batimentos cardíacos deles.
E haja coração para lidarmos com as primeiras perturbadoras noites, com as cólicas, os sorrisos, a incansável repetição das brincadeiras, da contação de histórias, o insistente movimento para se erguer e dar os primeiros passos e, quando chegam as primeiras  palavras e ouvimos 'mãe', 'pai', nosso coração mergulha numa nova doçura e apropriação. Eles nos nomeiam. E então, o tempo passa mais um pouco e eles se reconhecem 'EU'.
Nada tem mais força do que quando EU quero! Antes era o  João ou a Maria que queria. Mas agora sou EU.
E nessa fronteira reveladora de si mesmo, quando o 'Eu' chega e o 'Não' também, a criança vivencia uma crise profunda de auto reconhecimento. A primeira crise existencial transborda e revela uma grande crise para os pais e educadores ao redor também: Como lidar com essa criança agora? Que birra é essa? Cadê aquela criança que aceitava as coisas com tranquilidade? são muitas das perguntas que surgem nessa fase.
Ajustes são necessários e a mãe também precisa mudar de lugar nesse relacionamento para que esse EU tenha seu  espaço, sem no entanto, se esparramar demais. Afinal, limites são necessários.
Como as contrações para o parto, o EU, essa fonte da consciência espiritual, fonte da nossa essência, também começa a se manifestar em contrações e expansões. E é necessário que algo o contenha. E esse 'algo' deve ser o cuidador/cuidadora responsável por essa criança em atento e disposto auto desenvolvimento.
A birra da criança é um movimento de busca de um novo lugar e se a mãe/pai/cuidador não se posicionar, esse EU também não saberá muito bem onde é o seu lugar. E, por incrível que pareça, é muito comum observar que quando a mãe encontra seu novo lugar, a birra deixa de fazer sentido e cessa.
É fundamental que os pais/cuidadores se apropriem da sua influência no bem estar da criança e cuidem mais de si mesmos e entre si para gerar crianças mais satisfeitas e tranquilas. Isso contribui inclusive para um relacionamento mais respeitoso na próximas fases.
A criança que se sente amparada e cuidada nesta época carrega consigo a semente que possibilita cuidar de si, do outro e do entorno, no futuro.
Ela merece isso. Afinal, tudo passa muito rápido!

Olivia Gonzalez

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