Reflexões sobre os RITMOS
Dentro da visão da Antroposofia, a percepção sobre os ciclos ( em especial os da Natureza), tem papel indispensável para a compreensão da Saúde (ou ausência dela) nos seres vivos. Para esta reflexão, cuidei (pretensiosamente) de procurar relembrar de todos os ritmos de que eu já ouvira falar!... Em vão...Vamos ficar apenas com alguns. ( Falando nisso o Carnaval, às nossas portas, também faz parte de um ciclo de festas pré-cristãs).
Busquei algo desde o inicio dos tempos e me recordei dos Sete “dias”da Criação. Nossa limitada compreensão ( em termos de éons) não nos permite “enquadrar” tal conceito dentro de nossos paradigmas “terrenos”! Talvez o calendário, o relógio, o termômetro, sejam os apoios mais utilizados pela Humanidade para recordar-nos dos ritmos: do ano, do mês, da semana,do dia, hora e por aí vai. Deixando um pouco a “tecnologia” de lado, bem como as convenções humanas, o que restou, parece ser o assunto mais interessante para nós, ao menos neste artigo! A lembrança dos movimentos da Terra ao redor de si mesma, e em torno do Sol (e Galáxia), nos aponta para uma sabedoria onde procuramos nos aprofundar. Os antigos caldeus já buscavam explicações para a compreensão do ritmo das Estações do Ano (fato, que nos tempos de hoje ousamos contestar a regularidade). Através das observações dos astros no céu, esse povo não só conseguia prever o período de cheia dos rios, como também foi ordenando a Geometria. E também os apontamentos sobre as 4 fases da Lua, acabaram sendo registrados nas tábuas das marés!
Sabemos que importa muito mantermos o permanente contato entre (nosso) Micro Cosmo e o Macro. Mas, como não reconhecermos, que o nosso coração, alem de ser um centro físico e um dos polos da alma, através de seu ritmo (sinusal) atende a uma sabedoria tão ordenada? Parece que algumas enfermidades e até mesmo a nossa própria Personalidade, com suas interferências externas e internas, são capazes de alterar o compasso dos batimentos cardíacos. Ciclos biológicos podem acabar descompensados no caso de profissionais que trabalham em turnos irregulares. Ritmo e saúde andam juntos!
Os dicionários confirmam os sinônimos da palavra RITMO: sucessão regular; cadência em intervalos periódicos de tempo. As definições nos fazem lembrar da ligação com a música, a poesia, e a distribuição das sílabas num verso, utilizando-se um parâmetro: a ‘sucessão’ dentro de um tempo. Por isso, vale recordar da Primavera , que acaba trazendo consigo após o tempo de Micael, os consecutivos festejos de Natal, Páscoa e São João, intermeados pelos equinócios.
Sem falarmos nos interessantes fenômenos das forças cósmicas que favorecem o plantio, as colheitas e determinam o florescimento em ciclos regulares, precisamos nos recordar dos períodos de acasalamento de animais para proporcionar o providencial nascimento da prole em épocas favoráveis a subsistência.
Sabemos que a base do metabolismo está ligada ao ritmo, vamos lembrar do respiratório; da alternância do fígado e vesícula (diariamente as 3h e as 15h) ; do sono e vigília; da alimentação; ciclo menstrual e gestação dentre muitos outros.
A rotina saudável, com seus ritmos cadenciados torna-se base educativa para as crianças pequenas e curativa para todos. Nem sempre percebemos, mas Rudolf Steiner nos relembra dos ritmos na Biografia por meio do ciclo dos setênios, pontuando que todos nós vivemos fases que expressam temas, experimentados por todas as almas humanas através do ciclo das existências.
Ivani Lasco
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