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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Desenhando formas: um encontro joanino de transformação e contemplação



Estamos bem próximos de uma grande e alegre festa: São João.
Todos aqueles envolvidos numa comunidade aguardam o mês de junho, época em que as estrelas possam ser lidas no véu celestial devida a limpidez da nossa abóboda; quando a fogueira lança da terra para o céu o sinal, a religação do homem. Época em que o silêncio feito em cada um de nós busca transformar percepções da paisagem exterior e interior num panorama imaginativo, rico em alcance do outro; atravessamos savanas, passamos pelo deserto, encontramos a solidão e nela o silêncio reina como um emblema iniciático do encontro consigo próprio.
A palavra ganha um potencial de recolhimento e expressão gestual do movimento espiritual atuante no homem que assim busca no caminho interior a egrégora crística para devagar anunciar ao mundo seus passos, apagando a heresia da euforia deixando a serena alegria permanecer aquecendo a alma, assim como a fogueira aquece os encontros.
Todo movimento humano expressa uma qualidade plástica e outra musical; as forças do passado se encontram com as forças do futuro. Eis um encontro espiritual também vivido por João Batista e seu povo com Cristo, quando na travessia de regiões inóspitas cantavam e dançavam, exalando a qualidade astral e abrindo caminho para o lastro das pegadas indiciando o rastro do movimento ali vivido.
A qualidade plástica do movimento ao ser rastreado e desenvolvido gera um estado estruturante e revitalizante.
Podemos aproveitar os passos de João Batista, o significado crístico da festa para desenvolver uma compreensão pedagógica da atuação do movimento humano.
As crianças quando chegam no 2º setênio se preparam para a vida escolar. Uma das maneiras mais revigorantes e sanadoras para esse preparo é o ato de desenhar formas. O desenho de retas e curvas em sua composição gera a expressão do rastro do movimento, ou seja uma amostra de como o repouso proveio do movimento.
A ação do desenho possui qualidade plástico pictórica e apela as forças formativas que trabalharam no organismo humano, forças etéricas expansivas durante o 1º setênio, mas também as forças musicais agindo a organizar e vivificar a lei orgânica.
A atuação do desenho de formas se caracteriza pelo traço, expressão contínua do mover-se. Cada ser humano tem sua própria maneira de traçar. O traço se harmoniza e torna linguagem por meio da repetição.
O professor conduz esse trabalho e quando o faz promove a mobilidade interior de suas crianças, isso provoca uma vida cognitiva futura consequente e elaborada de modo maleável e vivaz.
“Tudo que é pictórico que o corpo etérico recebeu em estado de vigília, tende a continuar durante o sono e aperfeiçoar-se. Estimulando e fortalecendo o corpo etérico, este atuará sobre a organização do corpo físico”. (Steiner, 1923)
 O desenho artístico toca a maleabilidade da alma proporcionando uma intensa riqueza de imagens. Esta prática possibilita uma bela metamorfose de ideias, a vida ganha outro tom.
A observação leva ao exercício da imitação e a repetição faz descobrir algo novo, assim mais criativo e o artista será quem se propor a tal exercício.
Assim o professor terá como tarefa transformar todos movimentos mecânicos, desprovidos de alma naquilo que é verdadeiramente humano.
Todo professor que lida com a arte sabe que as habilidades artísticas diminuem nas crianças quando o intelecto se desenvolve. Na escola waldorf o professor deve desenvolver nas crianças o sentimento pelas formas, a fim de que a criatividade vença o intelectualismo precoce.
Quando desenhamos exercícios de simetria com a criança, na qual ela deve desenhar a correspondência, são continuamente ativadas as forças do equilíbrio por meio das quais a criança atingiu a verticalidade, forças que ela desenvolveu ao aprender a andar. É necessário repetir, mas nunca de maneira rígida para que o efeito seja realmente sanador e atuante em direção ao futuro a partir das forças vivas estruturais vindas do passado, como é o caso do nosso corpo físico.
Desenhar formas é salutogênico é curativo e terapêutico além de trazer alegria e criatividade, renovando a cada dia as forças vitais.
 Filippo Brunellechi construtor da catedral de Florença, já na renascença captou a imagem das formas de modo divino quando afirmou: “As linhas são sinais visíveis do gesto de Deus”.
 Podemos usar essa afirmação de Brunelleschi para que o exercício do traçado possibilite a abertura da percepção para o movimento corpóreo, mas também para o movimento dos pensamentos e nessa festa junina podemos contemplar a imagem de Cristo através do gesto de João, então a busca pelo conhecimento não será em vão e sim dotado de um princípio enaltecedor para a grandeza espiritual humana que todos almejam alcançar um dia.

Kátia Galdi

Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

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