sexta-feira, 27 de abril de 2018

Tema de Maio: VITALIDADE

Quem conta um conto ganha um ponto de vitalidade
Quando falamos em Vitalidade quais são as informações que chegam a sua mente?
Vitalidade é energia, é força, é brilho.
Na Antroposofia, Steiner nos fala dos corpos que nos compõe. O Corpo Etérico, também é chamado de Corpo Vital: “... ele deve ser visto como uma espécie de arquiteto do corpo físico... ele sustenta a vida do corpo físico" (Ciência Oculta – Rudolf Steiner).
Assim, observamos que vitalidade tem uma relação direta com estar vivo, com realizar, com agir em diferentes níveis: seja físico, mental, espiritual.
Como nossos corpos vão se formando e interagindo entre si, observamos o desenvolvimento humano e para que isso ocorra necessitamos de Vitalidade.
Em cada fase da vida teremos diferentes níveis de exigência.
As crianças precisam de muita vitalidade para crescer e se desenvolver, os adultos precisam para dar força mental aos seus projetos e os idosos para alimentar sua sabedoria.
Este caminhar, que chamamos de viver, traz modificações que ocorem na nossa vida: corpo - mente - espirito. Dentro do estudo biográfico é desejado e esperado que essas modificações ocorram, porém durante essa trajetória precisamos alimentar nossos corpos, o que manterá nossa vitalidade.
Lembrando que:
-Vitalidade é energia: – energia física: para levantar da cama, brincar, aprender, realizar nossas tarefas mais corriqueiras; – energia mental: pensar, planejar, estudar; - energia espiritual: rezar, meditar.
-Vitalidade é força: força física - que precisamos para muitas de nossas tarefas, força mental - para encararmos nossos sentimentos, nossos questionamentos, nossas dores, nossos desafios; força espiritual- para seguirmos nossa jornada, reafirmarmos nossas crenças, cultivarmos nossa fé.
-Vitalidade é brilho – ter aquele brilho no olhar, sentir a luz saindo dos olhos, aquele sorriso que traz sorriso aos outros e internamente a certeza que está realizando seu caminho.
Existem alguns alimentos de diferentes espécies que nos dão vitalidade.
Comida é alimento. Precisamos cuidar do que comemos, do que nossas crianças comem. Nem todo alimento é fonte de energia, muitos alimentos trazem vitalidade e muitos nos enfraquecem. Do que você tem se alimentado?
Sentimentos são alimentos que trazem vitalidade para nossos corpos. Mas nem todo sentimento traz vitalidade, muitos podem nos intoxicar. Que sentimentos você tem cultivado?
Sono é um alimento importante para nossos corpos. É no sono que o corpo Vital se refaz, depois de um dia desgastante de vivências.Como está a qualidade do seu sono?
Ritmo é o alimento que nos dá equilíbrio, em todos os corpos e aspectos da nossa vida. Seguir o ritmo externo (do mundo, da natureza) e interno (biológico físico – mental – espiritual). Ele nos dá o pulsar. Que ritmo tem te guiado?
Com essa pequena reflexão, observamos que podemos fazer muito para a nossa vitalidade.
Darei aqui uma sugestão: existe um alimento que é importante para todos, seja qual for à idade:
 Os Contos de Fadas.
“Contos e mitos são como um anjo bom que a terra natal concede ao ser humano desde seu nascimento para acompanhá-lo em sua caminhada pela vida, para ser-lhe fiel companheiro durante toda essa caminhada...” (Os Contos de Fada – Steiner).
    Steiner nos fala muito sobre a importância dos Contos de Fadas em nossas vidas. Eles nos ajudam a criar imagens, lidar com nossos sentimentos e falam em uma linguagem profunda que a Alma tem acesso. Uma fonte de alimento completo.
Há quanto tempo você não se alimenta disso?
   Quando foi que ouviu um conto desses pela última vez?
   Quando foi a última vez que você contou uma história?
   Pratique, escolha uma história e leia vários dias ou semanas, como nos ensina Steiner deguste-a como uma comida. E assim como desconhecemos todo processo que a comida faz todo caminho dela no interior do nosso corpo e das nossas células, é igual com as histórias depois de degustá-las desconhecemos esses caminhos, mas seremos capazes de sentir seus efeitos.
    Deixo aqui uma sugestão para essa época de renovação, para alimentarmos nossa Vitalidade: “O Príncipe Monstro”.
     E cantando, me despeço:

“Eu vou te contar uma história, agora, atenção!
Que começa aqui no meio da palma da tua mão
Bem no meio tem uma linha ligada ao coração
Quem sabia dessa história antes mesmo da canção?
Dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão.”

(Uma História -  Palavra Cantada)

Saudações, Marcia Marçal

quinta-feira, 19 de abril de 2018



A busca do Equilíbrio como Caminho e Auto superação

Discursar sobre o tema "equilíbrio" é particularmente difícil para mim. Sou uma pessoa naturalmente exagerada e intensa. Mas estou fazendo um caminho. Esse tema com certeza vem de encontro ao meu aprendizado nesta vida.
Assim sendo, para escrever, vou fazer uma  breve definição formal do tema e continuar apresentando um pouco do que percebo a partir do meu estudo e  auto observação. Compartilho com vocês minha impressão até aqui.


No sentido figurado, equilíbrio significa prudência, moderação, comedimento, domínio de si mesmo.
Ter equilíbrio emocional é ter clareza e domínio para sair de situações problemáticas, para lidar com adversidades, procurando resolvê-las da melhor maneira possível, buscando meios para solucionar todo e qualquer tipo de problema, de forma pacífica. O equilíbrio emocional é extremamente importante para que sejam tomadas decisões acertadas, tanto na vida pessoal e familiar quanto na  profissional.
A vida do dia a dia apresenta constantemente situações novas, algumas prazeirosas e muito fáceis de lidar e por outro lado, outras, adversas e desagradáveis. Sinto o quanto estou vulnerável àquilo que vem de fora e o tanto que a influência externa determina meu equilíbrio, meu humor e meus pensamentos. 
Observo agora fora, o ritmo da mãe natureza, e percebo a existência de uma harmonia entre todas as coisas e seres vivos, independente do que aconteça. 
Por outro lado, tudo é impermanente, tudo muda o tempo todo. A vida morre e uma nova vida nasce, o verão termina para o outono chegar e a lua minguante anuncia a lua nova. Diante da lei da impermanencia existe a medida certa de tudo.


Também tenho meus ciclos internos: por um lado meu inconsciente e minhas sombras, em constante mudança, que se contrapõe à luz e à consciência efetiva, como oportunidades, para que eu me desafie e possa me superar. Quando, por um momento, compreendo e aprendo o significado das dificuldades da vida, o equilíbrio retoma seu lugar, até o próximo desafio. Tudo acontece no aqui e agora através de movimentos de contração e expansão do eu.


Harmonizar os conteúdos e necessidades internas, com os desafios externos e as leis da natureza exige esforço e resiliência. Muitas, mas muitas vezes mesmo vou de um extremo a outro até conseguir chegar no "caminho do meio" tão desejado nas mais diversas filosofias, sejam essas sagradas ou profanas.
Sinto que vivo num constante paradoxo interno, como num caos, em cujas resistências mora a semente da simetria, da equiparação, da eufonia, da euritimia e da elegância do equilíbrio.

“Para consertar uma vara torta não basta trazê-la para a posição correta. É necessário vergá-la para o lado oposto”, uma analogia criada por Lênin ao ser rotulado como extremista e radical por sua atuação durante a revolução da Rússia, em outubro de 1917, e que resultou na criação da União 
Soviética (1917 a 1991). (Fonte: Wikipédia). 


Silencio então. Sinto que no silêncio mora minha expectativa de possuir esse entendimento como fim de resolver a separação e a dualidade de tudo que existe, dentro e fora de mim.
Meu coração cobiça estar bem comigo mesma, estar bem com o outro, voltar ao meu centro.
Ambiciono a comunhão e a conexão com tudo e com todos, e sinto que somos apenas um.
Desejo atingir o equilíbrio da perfeição e a sabedoria do Universo onde todas as possibilidades já existem.


Finalmente aceito minha condição imperfeita. Olho para o céu. Olho para a terra. Olho para o meu entorno e para o meu próximo.
Sinto o desejo de receber e me conecto  com a luz infinita.
Sinto o desejo de dar e me conecto com você que está generosamente doando seu tempo para ler aquilo que eu escrevi.


Aspiro o equilíbrio, vivo em conflito, aceito o novo e o aprendizado de tudo que está por vir...

Anik

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Equilíbrio – Como fazer?
Ao começar a escrever esse artigo algumas perguntas me acompanham: O equilíbrio só é necessário a partir de uma situação de desequilíbrio? Como sei o que é equilíbrio se não experimentei as polaridades?
Pois bem, perceber o equilíbrio nos faz refletir a respeito da tendência que o ser humano está sujeito: ir para polaridades e extremos, desde as simplicidades da vida, como: devo repetir a sobremesa? Até a questões existenciais que acompanham o desenvolvimento de nossa biografia.
As definições de equilíbrio em nossos dicionários mais comuns remetem a estados estáveis, comedimentos. E quando nos referimos a equilíbrio me vem a imagem de estabilidade e uma balança com igualdade de pesos, ponderação.  Em nosso trabalho de autoconsciência percebo que o equilíbrio está presente em todas as situações, mas depende de nossa capacidade de olhar com amplitude e especialmente estarmos presentes em cada acontecimento e cada cena de nossa vida, exercitando a ponderação.
Mas se é fácil assim, como encontrar o equilíbrio quando dele precisamos? Certamente eu não tenho uma receita ou truque mágico, mas posso discorrer algumas ideias aqui, pois as tenho compartilhado com meus clientes e buscado praticar em minha própria vivencia.
Sabe aquela velha máxima de que quando algo acontece e ainda não estamos entendendo ou tendo a capacidade de compreender se faz necessário esperar o tempo passar para visualizar o aprendizado? Pois bem, ela é de fato uma forma de compreendermos o equilíbrio. O equilíbrio precisa de tempo e movimento, tempo para que o movimento da vida aconteça, para que uma nova perspectiva se abra e então a possibilidade de vivencia-lo se apresente.
O equilíbrio se faz em movimento e na presença. Há uma frase que diz que equilíbrio é como andar de bicicleta, se a gente parar, o equilíbrio vai embora também. E se você já perdeu a presença em algum momento de sua vida estando muito preso ao passado, lamentando o que foi ou lá na frente ansioso pelo que ainda está por vir, pôde perceber a sensação de falta de equilíbrio, talvez medo, angustia e incerteza.
Gosto de compreender o equilíbrio como um grande amigo da presença e da nossa capacidade de estamos conectados com um tempo além do tempo, com a confiança do movimento da vida que não consiste em estar parado e só observar, nem em estar afobado gesticulando e desperdiçando energia. O tempo dentro do tempo é presença e da presença nasce o equilíbrio de compreendermos a beleza de cada vivencia, mesmo as mais dolorosas.
A natureza humana tem em si uma série de exemplos, vejamos como se dá o ritmo do andar: um pé a frente toca o chão enquanto o outro se levanta, os braços se alternam entre frente e trás e assim a cada passo um novo lugar.
" No pensar, lucidez
No sentir, afeição
No querer, ponderação;
Se eu aspirar estas três, 
então poderei esperar
saber orientar-me corretamente,
nas trilhas da vida,
frente a corações humanos,
no âmbito do dever.
Pois lucidez provém da alma,
e afeição mantém o calor do espirito,
ponderação revigora a força vital.
E tudo isto, aspirado na confiança em Deus,
conduz, nos caminhos humanos, 
a bons e seguros passos na vida."
Rudolf Steiner

Que possamos caminhar pela vida com equilíbrio, buscando a ponderação no querer que nos alimenta a força vital, com a confiança na beleza divina que a presença nos oferece, bons e seguros passos na vida.

Michele Pereira

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quinta-feira, 5 de abril de 2018

Tema de abril EQUILÍBRIO


EQUILÍBRIO E TORNAR-SE HUMANO
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A vida humana é uma constante busca: entre eu e o outro, entre o certo e o errado, entre o desejo e a razão, entre o sono e o sonho, entre o querer e o dever, entre o mais fácil e o correto, entre a indolência e o dever. E tantos mais “entres”...
Nesse ”entre” estamos nós, eternamente procurando não despencar para nenhuma das duas pontas. Como o balanço da gangorra: quando um lado encosta no chão, logo é empurrado para cima. E a brincadeira é esta: não deixar nenhuma ponta ficar no chão. A criança já vivencia esta busca desde cedo: não ficar nos extremos, buscar o meio.
O caminho do meio é o bom caminho, o lugar onde a paz impera, onde deve estar o equilíbrio – nem para um lado e nem para o outro.
Rudolf Steiner discorreu sobre forças opostas, presentes em nós: de um lado as forças luciféricas, forças de dissolução, forças da indolência, do sonho e do misticismo, que nos oferece um pensar emocional e sem coerência. E do outro lado as forças arimânicas, forças de condensação, forças da ação programada e mecanizada, que nos oferece um pensar racional, frio e materialista.
E no meio destas duas polaridades estão as forças Crísticas, forças do amor, da ponderação e do altruísmo, que nos oferece um pensar humanizado e coerente. Pensar consciente do EU, conduzido pelo fortalecimento da vontade individual do Espírito.
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Em nenhum dos dois polos posso ser humano. Na ponta não há humanidade - a humanidade está no meio - no equilíbrio, na ponderação.
Em nosso corpo, o sentido do equilíbrio é dado pelos canais semicirculares no ouvido interno. Assim, quando a alma se move (anima), traz com ela o corpo. Entre o corpo e a alma também encontro as forças do equilíbrio.
Só posso ser Eu no meio, só posso encontrar o outro Eu no meio. Minha tarefa é caminhar para lá, e aguardar amorosamente que o outro também se disponha a chegar ao ponto onde reina a paz, ao ponto onde encontramos o Cristo em Nós.
Anahi

Entre o sono e sonho
Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É quem eu me suponho,
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa, 11/09/1933

Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

Iniciativas Antroposóficas na ZN

Escola Waldorf Franscisco de Assis (11) 22310152 (11) 22317276 www.facebook.com/EscolaWaldorfFransciscoDeAssis

Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta (PMPSSV)

Casa da Antroposofia ZN Rua Guajurus, 222 Jardim São Paulo (11) 35699600