Uma das fases mais
importantes na Biografia Humana está no primeiro setênio.
Quando
uma criança nasce o corpo físico está totalmente pronto com órgãos funcionando
e formados a partir das forças da hereditariedade, tanto dos seus pais como dos seus
antepassados, esse é um modelo
adquirido, que demora em torno de sete anos para ser expelido. Após esse
período tem-se um corpo físico
totalmente novo, individualizado pelas forças anímico-espirituais da criança que desceram, e se completa com a troca dos dentes de leite,
ficando pronto para o nascimento do seu segundo corpo, o etérico ou vital.
Nesta
fase, do primeiro setênio, a criança ainda se acha ligada ao corpo etérico da
mãe, e aos poucos ela vai se individualizando.
Nos sete
primeiros anos, a criança, a partir da colocação da coluna vertebral na posição
ereta, aprende a andar, após, a criança aprende a falar, e por último a pensar.
Até
os três anos, a criança não se refere ainda na primeira pessoa, seu Eu ainda
não se manifestou, ela nesta fase, ainda está nomeando o mundo, conhecendo as
coisas, ainda não tem autoconsciência, sendo protegida pelos seres da Primeira Hierarquia
e pelo Cristo, a partir dos três anos quando ela fala pela primeira vez “Eu”, é
que vemos sua consciência do Eu desabrochar, mas também vem acompanhado da fase
da “birra”, ou do “não” é aí que temos que deixar a criança vivenciar o não,
assim ela irá adquirir autoconfiança que já é uma educação para a fase adulta
da vida, ela terá desenvolvido a capacidade de dizer não ao que é errado no
mundo. Vale lembrar que, a consciência do Eu também desperta nossas primeiras
memórias.
O
primeiro setênio é marcado pela fase de educação da vontade, é um norte para pais
e educadores, mas como se dá essa educação?
Os
pais de crianças nesta fase tem que proporcionar a elas amor, aconchego,
carinho, calor, alimento, limite e confiança, como também, tem que ter uma
conduta ética e moral perante elas, porque a confiança das crianças neles é
ilimitada e nesta fase se aprende por imitação, e principalmente se imita o
perfil interno dos pais, por isso todo o cuidado nas atitudes dos pais e
professores, pois educa-se pelo exemplo principalmente, nesta fase a criança
tem uma grande percepção sensorial, isto é, ela é aberta ao mundo, é toda órgão
dos sentidos e as impressões a penetram no seu interior sem nenhuma proteção.
Por isso não adianta dar explicações
intelectuais, ela não está preparada para isso, por exemplo, a criança espalhou
vários livros pelo chão, não adianta explicar que é errado fazer bagunça, ela
deve vivenciar o certo através de estórias como: “Estes livros estão todos
espalhados pelo chão, eles ficariam mais felizes na prateleira. Aqui está um
para você e eu vou ajudar também.” Assim, a criança imita o que você está
fazendo e ao mesmo tempo está
vivenciando seu o exemplo. Isto é de suma importância, proporcionar às
crianças terem experiências práticas e concretas de como realizar algo
fisicamente num ambiente onde ela possa ter sucesso.
Educa-se
a vontade também pelo ritmo. Os pais e educadores devem dar para a criança
pequena ritmo para sua vida, isto é, horários definidos para comer, tomar
banho, brincar, dormir e acordar, agradecer antes de comer, orar e ouvir
estórias, principalmente contos de fadas.
Estes ritmos dão segurança para a criança, previnem a ansiedade, porque
elas sabem o que vai acontecer em determinados horários, elas ainda não estão
preparadas para tomarem decisões sozinhas. Essas pequenas atitudes cotidianas
previnem doenças, as crianças inseguras e ansiosas somatizam mais. Estes
conceitos rítmicos serão com certeza levados para a vida adulta.
O
brincar nesta fase é fundamental, não é um mero passatempo é um aprender de forma
lúdica como funciona o mundo, proporciona se conhecer, desenvolver habilidades
motoras e convívio social. Deve ser oferecido pelos pais e professores
materiais naturais, como conchas, retalhos, pedaços de madeira, areia, plantas
e lápis de cera, para que ela possa criar seus próprios brinquedos e assim dar
vazão às sua fantasias, e condições para imitar o trabalhos dos adultos.
Quanto
à alimentação, os pais devem oferecer todos os tipos de alimento e também
comê-los na frente da criança, não adianta dar “verdura” para a criança e os
pais comerem “hambúrguer”, e também oferecer o alimento em suas diversas formas
de preparo, se, por exemplo, a criança rejeita berinjela cozida, ela pode vir a
gostar de berinjela assada.
Como
dito acima, no final desse setênio, a criança, a partir das suas vivências
lúdicas e de imitação e com a troca dos dentes de leite, ela terá seu corpo
todo reestruturado, e assim este será um instrumento adequado para a próxima
fase, a do segundo setênio, ou fase escolar.
Por
fim, vale citar as palavras de Bernard Lievegoed; “Autoconfiança e convicção vêm de uma vida rítmica e da consistência dos
encontros da criança: segurança vem do amor caloroso de seu ambiente. Numa
palavra, à criança deve ser dado um
sentido básico que o mundo é bom.”
Rita
Paula Wey Nunes da Costa
Bibliografia:
Lievegoed,Bernard in “ Fases da Vida”, Steiner, Rudolf in
“Curso de Pedagogia Curativa”,Goebel,Wolfgang–Glöckler,Michaela in “Consultório
Pediátrico”, Meyer, Rudolf in “O homem e seu anjo" e Gudrun Burkhard in “Biográficos”.
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