quinta-feira, 28 de junho de 2018


Os nutrientes importantes do primeiro setênio

A infância é o período nutritivo aonde a criança, completamente aberta às impressões exteriores, aprende pela imitação. O mais importante elemento individual que podemos proporcionar a esse ser em crescimento, é um sentido de autoconfiança e segurança: o sentimento de ser bem-vindo ao mundo, do qual ele recebe amor e calor.

Ser criança é poder experimentar a bondade. Do 0 aos 7 anos, ou seja, no primeiro setênio, a criança aprende que o “mundo é bom”. Tudo dá certo. O bebê chora e, rapidamente, um ser mágico surge para suprir a sua necessidade, seja ela qual for. Nessa fase da vida a criança tem que sentir que é amada, que pode confiar nas pessoas, que não está só, tampouco, abandonada.

Oferecemos a ela um bom “ninho”, bem quentinho e nutritivo, muitas vezes representado pelo acolhimento da mãe ou de alguma figura que exerce a função materna, recheado de alegria, rotina, ritmo, roupas confortáveis, alimentação saudável, bons exemplos a serem imitados e muito amor. Todos esses ingredientes são importantes para que a criança sinta a bondade do mundo. A qualidade do “ninho” nos diz se o mundo é bom ou não. Se esse “ninho” tiver uma boa qualidade, a criança acredita que é boa e merece a bondade do mundo. Isso, mais tarde, transforma-se na capacidade de reconhecimento e gratidão.

A criança nos seus primeiros sete anos, como ser físico em formação e como ser espiritual em desenvolvimento, necessita de brincar! Você leu corretamente, brincar! As brincadeiras exercem um papel importante na primeira infância. Como estimular o gosto pelo exercício se ela não pode correr livremente, empinar uma pipa, sentir o vento no seu rosto, tocar seus pés no gramado fresquinho? Como desenvolver na criança o pensamento sobre alto e baixo se ela não pode subir em árvores, ou de longe e perto se não pode arremessar uma bola? O brincar para a criança é sua estratégia de interagir e decodificar o mundo. É a forma de expressar ao mundo externo como ela o entende e interpreta. A criança que brincou irá, mais tarde, desenvolver sua criatividade e alegria no trabalho.

Por volta dos três anos, a criança já anda, fala e pensa. As forças do Corpo Etérico, que até então estavam inteiramente ligadas ao Corpo Físico, começam a se libertar à partir da cabeça, tornando-se disponível para a memória. As imagens que invadem a criança ficam gravadas e temos a primeira consciência do EU. Nesse momento, a criança reconhece que é uma individualidade, que não faz parte do todo. Desta forma, não se chama mais pelo próprio nome e começa a utilizar a palavra EU. É nesse momento, também, que ela aprende a dizer NÃO. A famosa idade da birra!

Dos três aos cinco anos, despertam os sentimentos da criança, sua busca pela admiração do mundo. E, na fase dos cinco aos sete anos, o despertar da vontade, entrando na fase pré-escolar. Importante não estimular a alfabetização precoce, que rouba as forças vitais da criança tão necessárias mais tarde, na sua vida adulta. Na educação de hoje, há um estímulo exagerado pela busca do conhecimento e estamos estressando nossas crianças com esse ritmo acelerado pelo saber.

Como a criança aprende por experimentação e exemplo, os pais devem estar sempre atentos às suas atitudes, gestos e falas. Muitas vezes, os pais estão envolvidos e condicionados a certos padrões de comportamentos, que nem se dão conta das mensagens que estão passando. É importante se conscientizarem de que são os responsáveis pela educação de seus filhos, e que as crianças ainda não tem condições de tomar grandes decisões. Compreender que o desenvolvimento e a saúde da sua criança estão ligados ao exemplo, ao amor, ao carinho, ao limite que ela recebe. Tendo consciência disso, a vontade de mudar os padrões impostos, a maioria das vezes pela própria sociedade, fica mais forte. Dessa maneira, será possível, aos poucos, tornarem-se livres para educar seus filhos de acordo com o que realmente acreditam.

A melhor maneira para os pais e educadores colaborarem com o desenvolvimento das crianças, nesse primeiro ciclo da vida, é a disponibilidade, atenção e direcionamento: elas precisam de acolhimento, amor, afeto, ritmo e limites. Precisam brincar ao ar livre, ter contato com a natureza, ter a oportunidade de ouvir histórias que estimulem sua criatividade, ter uma alimentação saudável e bons exemplos a serem seguidos.

Os nutrientes desse primeiro setênio servirão de base para a saúde física e emocional de toda a vida. As crianças precisam sentir segurança no adulto que educa, precisam confiar que estão trilhando o caminho certo.


Daniela Curioni



quinta-feira, 21 de junho de 2018

A criança no primeiro setênio




Uma das fases mais importantes na Biografia Humana está no primeiro setênio.

Quando uma criança nasce o corpo físico está totalmente pronto com órgãos funcionando e formados  a partir  das  forças da hereditariedade,  tanto dos seus pais como  dos seus  antepassados, esse é um modelo adquirido, que demora em torno de sete anos para ser expelido. Após esse período tem-se  um corpo físico totalmente novo, individualizado pelas forças anímico-espirituais da  criança que desceram, e  se completa com a troca dos dentes de leite, ficando pronto para o nascimento do seu segundo corpo, o etérico ou vital.

Nesta fase, do primeiro setênio, a criança ainda se acha ligada ao corpo etérico da mãe, e aos poucos ela vai se individualizando.
Nos sete primeiros anos, a criança, a partir da colocação da coluna vertebral na posição ereta, aprende a andar, após, a criança aprende a falar, e por último a pensar.
Até os três anos, a criança não se refere ainda na primeira pessoa, seu Eu ainda não se manifestou, ela nesta fase, ainda está nomeando o mundo, conhecendo as coisas, ainda não tem autoconsciência, sendo protegida pelos seres da Primeira Hierarquia e pelo Cristo, a partir dos três anos quando ela fala pela primeira vez “Eu”, é que vemos sua consciência do Eu desabrochar, mas também vem acompanhado da fase da “birra”, ou do “não” é aí que temos que deixar a criança vivenciar o não, assim ela irá adquirir autoconfiança que já é uma educação para a fase adulta da vida, ela terá desenvolvido a capacidade de dizer não ao que é errado no mundo. Vale lembrar que, a consciência do Eu também desperta nossas primeiras memórias.
O primeiro setênio é marcado pela fase de educação da vontade, é um norte para pais e educadores, mas como se dá essa educação?
Os pais de crianças nesta fase tem que proporcionar a elas amor, aconchego, carinho, calor, alimento, limite e confiança, como também, tem que ter uma conduta ética e moral perante elas, porque a confiança das crianças neles é ilimitada e nesta fase se aprende por imitação, e principalmente se imita o perfil interno dos pais, por isso todo o cuidado nas atitudes dos pais e professores, pois educa-se pelo exemplo principalmente, nesta fase a criança tem uma grande percepção sensorial, isto é, ela é aberta ao mundo, é toda órgão dos sentidos e as impressões a penetram no seu interior sem nenhuma proteção.
 Por isso não adianta dar explicações intelectuais, ela não está preparada para isso, por exemplo, a criança espalhou vários livros pelo chão, não adianta explicar que é errado fazer bagunça, ela deve vivenciar o certo através de estórias como: “Estes livros estão todos espalhados pelo chão, eles ficariam mais felizes na prateleira. Aqui está um para você e eu vou ajudar também.” Assim, a criança imita o que você está fazendo e ao mesmo tempo está  vivenciando seu o exemplo. Isto é de suma importância, proporcionar às crianças terem experiências práticas e concretas de como realizar algo fisicamente num ambiente onde ela possa ter sucesso.
Educa-se a vontade também pelo ritmo. Os pais e educadores devem dar para a criança pequena ritmo para sua vida, isto é, horários definidos para comer, tomar banho, brincar, dormir e acordar, agradecer antes de comer, orar e ouvir estórias, principalmente contos de fadas.  Estes ritmos dão segurança para a criança, previnem a ansiedade, porque elas sabem o que vai acontecer em determinados horários, elas ainda não estão preparadas para tomarem decisões sozinhas. Essas pequenas atitudes cotidianas previnem doenças, as crianças inseguras e ansiosas somatizam mais. Estes conceitos rítmicos serão com certeza levados para a vida adulta.
O brincar nesta fase é fundamental, não é um mero passatempo é um aprender de forma lúdica como funciona o mundo, proporciona se conhecer, desenvolver habilidades motoras e convívio social. Deve ser oferecido pelos pais e professores materiais naturais, como conchas, retalhos, pedaços de madeira, areia, plantas e lápis de cera, para que ela possa criar seus próprios brinquedos e assim dar vazão às sua fantasias, e condições para imitar o trabalhos dos adultos.
Quanto à alimentação, os pais devem oferecer todos os tipos de alimento e também comê-los na frente da criança, não adianta dar “verdura” para a criança e os pais comerem “hambúrguer”, e também oferecer o alimento em suas diversas formas de preparo, se, por exemplo, a criança rejeita berinjela cozida, ela pode vir a gostar de berinjela assada.
Como dito acima, no final desse setênio, a criança, a partir das suas vivências lúdicas e de imitação e com a troca dos dentes de leite, ela terá seu corpo todo reestruturado, e assim este será um instrumento adequado para a próxima fase, a do segundo setênio, ou fase escolar.
Por fim, vale citar as palavras de Bernard Lievegoed; Autoconfiança e convicção vêm de uma vida rítmica e da consistência dos encontros da criança: segurança vem do amor caloroso de seu ambiente. Numa palavra, à criança deve ser dado um sentido básico que o mundo é bom.


Rita Paula Wey Nunes da Costa

Bibliografia:
Lievegoed,Bernard in “ Fases da Vida”, Steiner, Rudolf in “Curso de Pedagogia Curativa”,Goebel,Wolfgang–Glöckler,Michaela in “Consultório Pediátrico”, Meyer, Rudolf in “O homem e seu anjo" e Gudrun Burkhard in “Biográficos”.

quinta-feira, 14 de junho de 2018



TOMAR NOSSOS FILHOS NAS PRÓPRIAS MÃOS


     Criar um filho com capacidade de suportar os desafios do mundo é o ideal de todo pai.
Porém , o que percebo de uns tempos pra cá é uma geração de pais inseguros,

com medo de não serem amados, que querem fazer o filho feliz a qualquer custo e
blindar das possíveis frustrações que a vida possa oferecer.
Com isso mal percebem o caos que estão criando!
     Nossos filhos precisam de autonomia emocional e não de blindagem!
Precisam ser treinados a esperar, criar, ceder e se frustrar , a chateação na verdade
os fazem crescer e assim modular a felicidade verdadeira.
     Vocês podem estar perguntando o que uma Odontopediatra entende de educação?
Trabalhando há 20 anos com crianças nunca vi pais tão perdidos, refens dos filhos,
tanta perda de hierarquia! É sim! Ela é importante!
     Pais que por trabalharem demais e se sentirem culpados não decidem mais,
não colocam limites e procuram uma forma infantil de afeto querendo ser amados
pelos filhos a qualquer custo, fragilizando a relação . Se esquecem que antes de
amar alguém é necessária admirar e respeitar!
     Construir respeito e admiração para se chegar ao amor, ouvir a necessidade de
um filho e não obedecer , esse é o caminho da relação saudável entre pais e filhos.
     Tomar o papel de pai nas próprias mãos , ter a consciência que temos papel
fundamental na vida desse ser que nos escolheu e , principalmente , ter CORAGEM!!
     Lembrando que COR-AGEM é agir com o coração!

Adriana Dell'Aquila Defendi

quinta-feira, 7 de junho de 2018

O Reino Humano
O que nos torna humanos? O que nos diferencia afinal dos animais? A ciência considera o ser humano um animal racional, será isso mesmo?
Estudando a Cosmogênese compreendemos como surgiu tudo o que existe, nosso Cosmo, nossa Terra, as Hierarquias, os reinos e nós mesmos. Todos os seres que existem possuem algum tipo de consciência, são incontáveis graus de consciência que são expressos em cada ser e que estão constantemente em evolução. Sabemos que o reino mineral possui um grau de consciência equivalente ao do sono profundo, que o reino vegetal possui um grau de consciência de sono sem sonhos , que o reino animal possui o equivalente ao grau de consciência onírica e nós seres humanos possuímos as três consciências anteriores de modo individualizado e somadas com a consciência de vigília que nos permite raciocinar, refletir, deliberar, escolher e ponderar sobre tudo e sobre nós mesmos. Em outras palavras podemos dizer que as pedras dormem profundamente, as plantas também dormem, mas um sono mais leve e os animais sonham. Eles estão imersos em uma consciência coletiva, de espécie e não individualizada como os seres humanos.  
Nós  alternamos nosso grau de consciência de acordo com a conexão entre os corpos físico, etérico, astral e eu. Quando dormimos o corpo astral e o eu se retiram do conjunto físico e etérico e temos a inconsciência ou consciência de sono. No momento em que eles retornam do mundo espiritual vivenciamos os sonhos, que é uma consciência simbólica,  para finalmente despertos adquirirmos a consciência de vigilia.
O que realmente nos caracteriza como humanos é a possibilidade de nos tornarmos autoconscientes, ou seja, desenvolver a consciência do si mesmo, conhecermos nosso Eu nos reconhecendo como seres espirituais realizando experiências no mundo sensorial.
“Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.”



A Terra é o cenário que permite que essa autoconsciência aconteça, assim como a antiga Lua foi o cenário para que os Anjos adquirissem autoconsciência, o antigo Sol, o cenários dos Arcanjos e o antigo Saturno o cenário dos Arqueus, que hoje possuem a consciência de imaginação, inspiração e intuição respectivamente, consciências essas suprassensiveis.
A capacidade dessa autoconsciência está disponível para cada um de nós, mas é necessário o movimento individual em busca de si mesmo para que ela se faça realidade, desenvolver faculdades que promovem o desenvolvimento de uma consciência suprassensivel. Auto-observação, autoconhecimento e autoeducação são ferramentas nesse caminho que nos levam à nossa própria humanidade, ou estágio humano de consciência como nos conta R. Steiner em seu “A Ciência Oculta”.
No decorrer da evolução terrestre, o ser humano passou também por vários estágios de consciência , houve um tempo em que ainda tínhamos a clarividência e nos relacionávamos com o mundo suprassensível de modo mais consciente, porem ela era uma capacidade dada pelos seres das Hierarquias espirituais e não uma conquista. Ao longo do tempo fomos perdendo essa clarividência e  nos voltando para o sensorial até que chegamos ao ponto de ignorar a existência do espírito. Podemos dizer que nossa consciência também sofreu o processo da queda na matéria, foi se apartando do paraíso, perdeu ele de vista até que o intelecto desenvolvido se debruçou somente pelo que é percebido pelos sentidos. O estudo da ciência espiritual é o primeiro passo para caminharmos não de volta ao paraíso, mas em direção à construção da "Jerusalém Celeste", desenvolvendo a autoconsciência espiritual e por própria conquista uma clarividência intelectual, capaz de construir uma nova relação com o mundo espiritual e com nós mesmos, seremos então cocriadores  e nos tornaremos seres da Decima Hierarquia, seres da liberdade e do amor.

Cristina Campedelli Melchert

Tema de Reflexão do Mês

Escolhemos um tema como base de reflexão que será iluminado por profissionais de diversas áreas segundo seu olhar e suas vivências. Colaborações e comentários são bem vindos!

Iniciativas Antroposóficas na ZN

Escola Waldorf Franscisco de Assis (11) 22310152 (11) 22317276 www.facebook.com/EscolaWaldorfFransciscoDeAssis

Projeto Médico Pedagógico e Social Sol Violeta (PMPSSV)

Casa da Antroposofia ZN Rua Guajurus, 222 Jardim São Paulo (11) 35699600